🌑 A Dívida, o Silêncio e a b***a Tatuada A expressão da minha mãe… simplesmente estilhaçou. Não foi um desabar lento. Foi o som seco de um vidro grosso atingindo o chão de pedra. Aquele rosto, que há pouco sorria entre lágrimas de saudade, agora era uma máscara de pavor e urgência. Ela segurou minhas mãos com uma força desesperada, não de carinho, mas de quem tenta firmar uma âncora antes da tempestade. — Catarina… — Ela começou, respirando fundo, como quem engole, não o ar, mas o próprio veneno. — Tem uma coisa que eu… preciso te falar. Agora. Antes que seu pai e a irmã voltem. O tempo é pouco. Senti meu peito encolher, a pele arrepiada pela mudança brusca de tom. — O que foi, mãe? Pelo amor de Deus… Ela olhou para a porta, depois para a janela, como se as paredes tivessem ouvidos.

