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2405 Words
-Não posso pedir que acredite em tudo o que ela diz, mas imploro para que acredite em mim. Não há nada no mundo que eu queira mais do que você. Ela assentiu, pegando minha palma e a beijando. O calor de seus lábios fez com que uma onda de prazer e ternura disparassem em meu corpo, ela deu um sorriso. -Droga. Você sabe exatamente o que dizer. Isso é tão injusto. Sorri, me atrevendo a empurra-la na cama. Millie deu uma risada, mas abriu as pernas para que eu me encaixasse ali. Coloquei suas mãos para cima da cabeça e comecei a beijar seu pescoço. -E você adora isso. -Murmurei, alternando os lábios pela língua. Ela gemeu e empurrou o quadril para cima.  Merda, aquilo me deixou doente. -Adoro nada. Odeio. Odeio você. -Murmurou enquanto se roçava em mim. Pela primeira vez aquelas palavras não me afetaram, simplesmente por que não era a verdade. -Odeia, hein? -Me empurrei contra ela, fazendo-a revirar os olhos. -Você odiou também o que fizemos ontem? Seus lábios se abriram em um sorriso e ela puxou meu lábio inferior com os dentes. -Não. Aquilo eu amei. Esmaguei minha boca contra a ela a silenciando. As imagens e sensações da noite passada ainda eram vivas demais em minha mente. Mesmo tendo bebido tanto eu nunca iria esquecer. Desci a mão até o cós de sua calça e Millie se apertou ainda mais quando a manipulei por cima do jeans. -Finn... -Gemeu meu nome com os lábios abertos. -O que você quer, princesa? Ela deglutiu, por um segundo pensei que estivesse envergonhada, mas não estava, nunca estaria. Ela gostava disso, e aprendi que eu também gostava de fazer esses jogos. -Me toque. -Ela disse abrindo os olhos com clemência. -Rapido, tenho que ir embora antes que todos acordem e me vejam. Não pretendia fazer nada rápido, mas aquela última sentença me apressou. As coisas estavam muito bem para serem arruinadas com um escândalo. Beijei seus lábios uma última vez antes de abrir os botões de sua calça e desce-la pelas pernas. Na correria para se vestir, ela havia deixado a calcinha meio embolada na cintura. Era uma simples, preta e de algodão com o elástico da Victoria Secrets enrolada. Não havia me dado conta na noite passada, mas ela nitidamente tinha vestido a primeira coisa que tinha encontrado, só pra me salvar de Gia. Fiquei ainda mais feliz, mais orgulhoso. Ela poderia fingir o quanto quisesse mas no final, faria qualquer coisa pode mim e aquilo era a prova. Apertei-a por cima da calcinha, só para sentir o quanto ela estava me desejando. Sua umidade extravasou o tecido. p**a merda.  Afastei a calcinha para o lado e suavemente a beijei, bem do jeito que sabia que ela amava. Em retribuição ela enfiou as mãos nos meus cabelos e cerrou os dentes deixando apenas a respiração ultrapassar. -Você é tão linda. -Falei, arrastando o ar da minha boca sobre sua carne trêmula. -Me diga como você quer. Ela mordeu o lábio inferior se apoiando nos cotovelos. Ela queria dizer, gostava disso. -Coloque um dedo. Devagar. -Solicitou, arfante de expectativa. A obecedi, enfiando somente a pontinha do indicador esfregando-a por dentro. Seu pescoço girou fazendo seus cabelos se amontoarem debaixo das costas. -Assim? -Perguntei, mas já sabia a resposta. -Sim.... Agora... -Fez uma pausa para respirar. -Agora a língua. Em cima. Dei um sorriso, deslumbrado com a cena em minha cabeça e beijei primeiro a parte interna de sua coxa. Ela estremeceu e apertou meu couro cabeludo. Me abaixei e então sem que ela esperasse passei a língua aumentando também a pressão do meu dedo. Ela despencou para trás surpresa, seu peito subindo e descendo a medida que a chupei com mais força. -Ai meu Deus. -Ela gemeu mais alto, agora raspando as unhas na minha cabeça. -Você.. você... -Não conseguiu terminar seu pescoço se alongando tanto que as veias cheias ficaram visíveis debaixo da pele bronzeada. Continuei até vê-la começar a se desfazer, como se seu corpo fosse se partir em mil pedaços. Era engraçado que antes que havia feito aquilo com ela, havia destruído boa parte de seu coração, mas aquele outro tipo de destruição era boa. Magnífica. Algo que eu queria ver pro resto da vida. Quando atingiu seu orgasmo me joguei sobre seu corpo beijando sua boca roubando até seu último suspiro. Quando a libertei eu disse: -Eu te amo. -Uma amarga lembrança veio em minha cabeça. Ela sorriu, meio grogue e o que veio depois consertou tudo outra vez. -Eu também amo você. -- Saí do quarto de fininho, verificando o corredor que para nossa sorte, estava vazio. Millie estava debaixo do meu terno segurando minha mão como se nunca mais fosse capaz de me soltar. Ao chegarmos na recepção o mesmo cara que havia me dado as chaves do quarto estava varrendo a área. Juntei Millie a mim quando ela percebeu que não estávamos sozinhos, e então corri carregando-a comigo. -Estamos saindo. Foi uma noite excelente. Tchau. -Consegui gritar para o homem vendo sua cara de susto enquanto corríamos feito dois malucos. Na parte de fora Millie se soltou de mim e correu ainda mais rápido para abrir a porta do carro. Ouvi o cara gritar alguma coisa mas nós já estavamos sãos e salvos atrás do vidro escuro. Millie segurou firme no volante e arrancou do pequeno estacionamento cantando pneus enquanto caia na gargalhada. -Ele vai pensar que roubamos alguma coisa. -Ela disse usando o dedo para limpar abaixo dos olhos. -Droga. Você deveria ter me dado essa ideia antes. -Bati minha mão na testa fingindo estar com raiva. Millie me olhou balançando a cabeça. -Quem é você e o que fez com o meu nerd certinho? Ontem você fez um suborno, agora quer roubar também? Parei de rir e fiquei olhando para ela. Millie fechou os lábios com uma expressão confusa. -O que foi? -Nada. Diga isso de novo. -Dizer o que? Que você queria roubar? -Não. Isso não. A outra parte. Ela juntou as sobrancelhas para pensar, depois peeguntou: -Quando te chamei de nerd? -Quando me chamou de seu nerd. -Falei, abrindo de novo o sorriso. Ela riborizou, mas voltou a olhar pra frente. Me amaldiçoei por ter quebrado o clima, então não disse mais nada. Depois de um tempo apenas em silêncio ela falou: -Você é meu nerd. Esse tempo não vai mudar isso, eu espero. -Venha pra minha casa antes de viajar. -Falei de repente. Millie virou o rosto, como se o que eu tinha dito não fizesse sentido. -Finn, não vou fazer isso. Com ela lá... -Consigo arrumar um apartamento pra ela ainda essa semana. Você pode ir na sexta-feira, por favor. -Quase juntei as mãos para implorar. Millie maneou a cabeça, pouco convencida. -Não sei. Eu viajo na segunda. Além disso você teria que desinfetar o apartamento e trocar a cama. -Fechado. Sem problema. -Concordei imediatamente e ela sorriu. -Então tudo bem. Sexta-feira. -Sexta-feira. -Repeti, já me sentindo extremamente ansioso por aquilo. Quando Millie foi se aproximando do meu bairro vi que ela ficou tensa, pestajenado. -Me deixe no hotel. Tenho que pagar meu carro. -Pedi rápido ao vê-la tão pertubada. A última coisa que eu queria era vê-la dando de cara com Susan provavelmente saindo para deixar Sarah na escola. Ela me deu um sorriso de agradecimento e me levou até o hotel. Antes que eu descesse ela me parou. -Como meu tio concordou em te manter na campanha depois do que aconteceu aqui? -Perguntou, indicando o hotel com a cabeça. Me recostei no banco me lembrando da conversa que tive com Oliver. -Ele disse que não precisávamos misturar os assuntos. Deixou claro que sua mãe me odeia ainda mais e que você estava magoada, mas acho que ele precisa de mim, não faço ideia do por que. Millie deixou escapar uma respiração preocupada e esfregou a testa. -Espero que ele não tenha nenhuma outra intenção, essa história de querer ser prefeito ainda é muito estranha. Eu nunca me perdoaria se alguém da minha família fizesse algo contra você. Me aproximei, tocando seu queixo. Aquilo não tinha o menor cabimento. -Relaxe. Eu sei me cuidar, além disso, vai ser ótimo pra mim. Seu tio tem grandes idéias, acho que vai ser um bom prefeito. Ela encostou o rosti em minha mão, concordando. -Não quero que se empolgue demais. Política é algo extremamente difícil, meu tio nunca fez nada assim. -Pediu, resvalando os lábios em meus dedos. Suspirei, pensando exatamente naquilo. -Vai dar certo. -Ponderei. -Vote em Oliver Scott no dia 25. Ela deu uma risada e revirou os olhos. -Vou votar, apenas por que você me pediu. Me aproximei e segurei seu rosto. -Eu te amo. -Falei dando um beijo suave em sua testa. -Eu também amo você. Depois que Millie saiu peguei meu carro e alonguei o máximo possível meu caminho para casa. Minúsculos flocos de neve começavam a cair em cima do parabrisa do carro mas nem o frio que se aproximava conseguia tirar de mim a sensação incrível que estava sentindo. Meu dia tinha começado destinado a dar tudo errado e no final eu m*l acreditava que tinha dado certo. Tudo bem que ainda não era o que eu queria, Millie ia passar três meses fora e enquanto isso eu tinha que dar um jeito na minha vida, mas o simples fato de saber que ela voltaria para mim depois, fazia qualquer espera valer apena. Em três meses as coisas se encaixariam novamente e ficaríamos juntos, dessa vez para sempre. Encostei o carro no estacionamento sentindo a leveza extravazar para fora dos meus poros. Inspirei o ar gelado da manhã e ainda assim me senti aquecido. Ao lado do meu carro reparei no volvo simples estacionado tão perfeitamente dentro da vaga que logo algo me pareceu errado. Olhei para a placa e parei de andar reconhecendo os números, depois a cor da pintura. É claro que eu ia reparar, eu mesmo havia pintado. Senti o desperto começar a me paralisar e então sai correndo o máximo que podia para fugir dele. Quando cheguei na frente do prédio, ela estava sentada perto da porta, sua bolsa grande quase tomava toda sua frente em cima do seu colo, mas não a impediu de me ver. Tentei raciocinar. Ela não estava furiosa. O que me dizia que nem tudo ainda estava perdido. Diminui o ritimo dos passos para me aproximar, estava suando, rezando para que ela não tivesse subido até meu apartamento. -Mãe, o que está fazendo aqui? -Perguntei assim que cheguei mais perto, mas ainda a uma distância longa. Ela levantou já mostrando seu desgosto por minhas palavras. -Oi, meu filho. Que bom ver você, faz o que? Duas semanas que não nos vemos? -Ela disse cheia de ironia e passou os braços em volta de mim. Que bom que fez aquilo. Ao menos assim tive certeza de que ela não tinha descoberto tudo. -Desculpe, fui pego de surpresa. -Falei retribuindo o abraço. Seu cheiro era bom. Me tranquilizou acima da culpa terrível que estava me consumindo. Desde que Susan tinha voltado eu não a procurei mais, nos falamos apenas por telefone. Eu não tive coragem de encara-la. -Você não devia fazer isso, Finn. Fico preocupada com seus sumiços, moramos tão perto um do outro. Seus olhos me fitaram. Ela usava um conjunto de saia e camisa da mesma cor, claro. -Eu sei. Me perdoe, eu estive ocupado esses dias, mas vou visitá-la assim que possível. Toquei seu ombro querendo levá-la até seu carro. Ela parou no lugar me puxando de volta. -Pare de besteira. Venha, vamos subir, vou fazer algo para você comer. -Não. -Quase gritei, tomado pelo pavor.  Deveriam ser quase sete da manhã, logo Susan desceria para levar Sarah para a escola e elas não poderiam se encontrar. -Como é? -Ela perguntou, indignada. Afastei meu cabelo da testa tentando pensar rápido o suficiente em uma desculpa. -La em cima está uma zona. Não tive tempo de arrumar as coisas e já tenho que me arrumar pro trabalho. Ela mexeu o relógio no pulso, verificando as horas. -Querido, são só seis e quarenta, você entra no serviço às oito. Por que não quer que eu entre lá dentro? -Está bagunçado, você pode vir outro dia, com mais calma. -Tentei puxa-la de novo, mas ela era insistente. -Ora, que besteira, vamos, eu não me importo. Sem mais nenhuma ideia do que fazer me joguei na sua frente a impedindo de avançar pelo portão. -Mãe, por favor. Não. Ela juntou as sobrancelhas, mas não deu nenhum passo a frente. -Você anda esquisito desde que terminou com a Millie. Devo acrescentar que você nem me explicou direito o que aconteceu. O que foi? É ela quem está lá em cima? Você nitidamente não dormiu em casa, pode explicar o que está acontecendo? Balancei a cabeça confuso com tantas perguntas. Há muito tempo não me sentia tão perturbado daquele jeito. Respirei fundo. -Eu vou explicar tudo, do jeito que você quiser, mas hoje não. Vá para casa. Só quando terminei de falar reparei que ela nem mesmo estava mais prestando atenção em mim, estava olhando por cima dos meus ombros. Seus olhos nem mesmo piscavam. -Querido... Aquela não é a Susan? Meu corpo ficou paralisado, assim como minha mente. -Não. Não é. -Falei, incapaz de acreditar no que estava acontecendo, no que estava prestes a conhecer. Minha mãe balançou a cabeça. -É ela sim. Está descendo do seu prédio. Quem é aquela garota? Nossa as duas são idênticas. -Mãe... Vá embora. -Supliquei uma última vez. Mas já era tarde. Escutei o barulho do portão se abrindo e tudo veio abaixo no momento seguinte. -Mary. -A voz apavorada de Susan falou. Não me virei para ver a cena. Só conseguia olhar para minha mãe em seu completo estado de choque e confusão. Ela encarou primeiro Susan, depois olhou para mim outra vez talvez juntando algo em sua mente que eu nem queria saber o que era. Ela continuou me olhando,mas dessa vez se afastou dando um ligeiro passo para trás. Voltei a ter quatorze anos. Voltei a ser uma criança que não sabia o que fazer, nem o que dizer. Só que agora eu simplesmente não tinha mais saída e quebrado ou não, tinha que fazer alguma coisa. Adiantei o passo chegando perto dela impedindo que ela voltasse a olhar para susan. Eu estava tremendo, em pânico. -Entre. Eu posso explicar.
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