Capítulo 27. Em quanto isso no Jatinho

507 Words
NO JATINHO DA FAMÍLIA MONTREUIL 2h da manhã Eleonora estava afundada na poltrona de couro branco, a luz suave refletindo no rosto impecável ainda maquiado. Seus pais conversavam animadamente com o assessor alguns assentos à frente, mas ela não ouvia nada. Tinha o celular na mão. E na tela… a foto. Ela e Adrian. Os dois sozinhos. Ele formal, elegante; ela radiante, impecável. Um site de notícias de negócios havia publicado minutos atrás: “HERDEIROS DO GRUPO MONTREUIL ASHBOURN: O FUTURO DO IMPÉRIO AUTOMOTIVO.” Debaixo, os nomes dela e de Adrian. Eleonora sentiu uma onda quente de irritação e outra de algo que ela não queria admitir. Ela aproximou o zoom na foto. Eles pareciam… um casal. Pior: um casal poderoso. Que absurdo. Ela bufou baixinho. Mas seus olhos continuaram presos à imagem. Por que ele ficou tão perto? Por que parecia natural? Por que meu corpo reagiu daquele jeito quando ele me abraçou? Eleonora fechou os olhos, irritada consigo mesma. Ele é só um i****a arrogante. Popular demais. Inteligente demais. E irritantemente… bonito. Abriu os olhos de novo. — Ridículo — murmurou para si mesma, mas o incômodo que sentiu ao lembrar do perfume dele… não era tão simples. Ela desligou a tela. E reclinou a cabeça, tentando afastar o calor no peito. Mas a verdade era clara: Adrian estava começando a mexer com ela de novo e ela odiava isso. NO JATINHO DA FAMÍLIA ASHBOURN— AO MESMO TEMPO Adrian estava sentado sozinho, fone no pescoço, sem ouvir a conversa empolgada dos pais sobre o sucesso do evento. Ele encarava o tablet à sua frente, onde a mesma foto estava aberta. A foto dele e Eleonora. Os dois sob o foco de dezenas de câmeras, mas ainda assim parecendo… conectados. A legenda brilhava embaixo: Ele recostou a cabeça contra o assento, soltando uma risada curta um som incrédulo. — Impressionante. — murmurou. — A gente quase se mata e ainda assim parecem que somos perfeitamente compatíveis. Ele rolou a foto para o lado, vendo outras imagens individuais… mas sempre voltava para aquela. A expressão dela… A postura dele… Por que diabos isso parece tão natural? O estômago dele apertou ao lembrar da provocação final dela o jeito que apertou sua gravata. O olhar frio, porém brilhando de satisfação. Adrian passou os dedos pela gola, onde ainda parecia sentir a pressão. — Ela faz isso de propósito — sussurrou. — E o pior é que funciona. Porque funcionava. E ele odiava que funcionasse. Mas no meio da irritação, havia outra coisa que ele não queria encarar: Ela era linda. Magnética. Indomável. E quando ele tinha ela tão perto naquela foto, no abraço, ou no jogo verbal algo dentro dele despertava de forma intensa demais. Ele fechou o tablet. Respirou fundo. Mas a imagem continuava gravada na mente. Eleonora Montreuil era um problema. E quanto mais ele tentava ignorar, mais esse problema o perseguia. Em dois jatinhos diferentes, a quilômetros de altitude… Ambos pensavam um no outro. E a guerra silenciosa entre eles estava apenas começando.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD