Três

1451 Words
Hatake Naomi - Deveria ficar deitada, não está 100%. - Ouço a voz do meu progenitor porém me levantei assim mesmo indo contra seu pedido. O que ele faz aqui? - O que aconteceu? — Minha voz saiu baixa e distante como sempre acontecia quando eu precisava falar com ele. - Não sei, ninguém me conta por ser uma missão confidencial. - Hum. — Meus pés tocaram o chão e eu soltei o ar incomodada pela sensação gélida que percorreu meu corpo. — Quanto tempo estou aqui? - Dois dias. - Tenho que encontrar o sandaime. - Precisa descansar. - Eu estou bem. — Ele suspirou e concordou com a cabeça tirando os olhos do livro. - Arrume-se e a deixarei lá. - Eu sei me virar. — Pego minha roupa sob a poltrona desocupada e vou até o banheiro no quarto. - Eu ainda sou seu pai. — Ouço sua voz e aperto a pia. Que grande diferença. Narradora on Naomi andava ao lado de Kakashi e ambos possuíam o mesmo semblante entediado assim como também estão lendo porém são livros diferentes, ela ainda lia a bibliografia de Hashirama e ele o seu livro preferido, Icha Icha. Asuma soltou a fumaça do cigarro já que Kurenai apagou o objeto e desviou o olhar da Kunoichi para o amigo notando que ora ou outra, Kakashi olhava a filha como se tentasse iniciar uma conversa mas desistia e isso o fez se lembrar que Naomi fazia a mesma coisa no passado mas ele quem ignorava. - É engraçado, eles parecem estranhos mas quando o outro mais precisa... — A voz de Asuma sumiu assim que sentiu a presença familiar e ele segurou o cigarro entre os lábios. - Mas as peças inverteram. — Kurenai falou olhando o companheiro e ao notar o gesto dele ficou alerta. — O que foi? - Não sei... Por um momento senti algo... Esqueça, é besteira. Os olhos rinnegan estavam fixos na Hatake que se mexeu desconfortável e com uma despedida rápida ela sumiu da visão de Pain que logo foi alcançado por Konan e suas asas de anjo. - O que faz a vigiando? — A renegada questionou e Pain manteve os olhos fixos no prédio. - Não estou vigiando, Konan. — Ele se virou para a amiga que se mantinha com a expressão vazia. — Estou garantindo a sobrevivência da Akatsuki. - Ela é uma criança e tem problema no coração, não existe nada que uma simples kunoichi possa fazer contra nós. - É o que quero garantir... Mandarei Itachi e Kisame. — Pain voltou a olhar para o local em que Naomi estava e Nagato relaxou o corpo. — Espero que eles façam um ótimo trabalho com a filha de Uchiha Sayuri. Hatake Naomi Fico me olhando no espelho mas não é todo o meu corpo que eu estou analisando e sim o único detalhe que mudou totalmente minha vida. A cirurgia no coração. De acordo com o médico que me atendeu, graças a uma cirurgia, sem meu consentimento, eles colocaram um marca passo ou seja, fui expulsa da anbu e agora eu não tenho p***a nenhuma pra fazer. Culpa dos malditos olhos de sangue que Itachi possuí. Mas eu nem olhei para eles então isso só pode significar que ele melhorou muito bem o uso de seu doujutsu. - Soube o que aconteceu, quer conversar? — Olho para a janela encontrando Kurenai e voltei a olhar para a cicatriz em meu peito. — Sua vida não parou só porque saiu da anbu... E teve que largar a vida ninja, na verdade. - Eu quero ficar sozinha. - Naomi, assim que encontrarmos um coração compatível... - Saía, por favor. — Falo novamente de uma forma mais grossa e em pouco tempo já não sentia mais a presença dela. Por que eu não morri aquele dia? Por que ela e Asuma me salvaram? Que c*****o! Dane-se se eu fui grossa, minha vida está arruinada e por um mês eu não posso fazer nada, que parece que terei problemas e se meu marca passo parar já era, acabou. Droga, por que isso é tão tentador para mim? Me sento na cama olhando um porta retrato que tenho na estante com ele e senti minha garganta fechar enquanto meus olhos lacrimejam mas eu não posso chorar, eu não vou. Mas eu sinto tanta saudades do Shisui... Narradora on Já passava das 22hrs quando Kakashi entrou em casa e tirou os sapatos, procurou por Pakkun porém só encontrou os outros cães dormindo na sala. O local estava limpo e outro trovão ecoou no céu enquanto ele seguia para o quarto no fim do corredor porém ao passar na frente do quarto de Naomi parou no mesmo instante estranhando a porta aberta. Kakashi entrou no cômodo indo em direção a cama onde puxou o cobertor cobrindo o corpo da menor e seus olhos foram em direção a fotografia no criado mudo, ele não queria que ela passasse pela dor que ele passou ao perder a noiva, mas nada podia ter sido feito para impedir o suicídio de Shisui e depois disso Naomi mudou totalmente, ela nunca mais foi a garotinha que todos amavam. - Ela estava chorando e eu vim reconforta-la. — Pakkun falou ganhando a atenção de Kakashi. - Quem colocou essa foto aqui? - Não sei, já estava aqui quando cheguei. - Por que ela estava chorando? - Já disse, não sei. — Pakkun resmungou e deitou nos pés da cama. — Mas acho que ela sente falta dele. Shisui era legal. - Vai dormir aqui? - Você ronca, ela não... E ela me dá comida. - Eu te dou comida. - Ela me dá carinho. — Kakashi revirou o olho saindo do quarto. - Que seja. Hatake Naomi Flashback on - Shisui-kun, não seja bobo. — Falo sentindo meu rosto queimar e ele sorriu tirando a mão de meus cabelos. — Fico feliz que não tenha se machucado na missão. - Agradeço a preocupação. É significante para mim. — Shisui se aproximou ainda mais de Naomi e beijou a bochecha dela que corou ainda mais. - V-você também se preocupa comigo, embora eu não entenda o porquê... — O Uchiha de risada e se afastou a analisando até notar os curativos no pulso dela. - Você é especial, por mais que não consiga aceitar... E também você precisa saber que eu sempre estarei olhando você. Flashback off Me sento ofegante sentindo o suor escorrer por meu rosto e Pakkun estava sob minhas pernas me olhando. - Você está bem? — Passo as mãos no rosto e coloco a mão no peito respirando fundo. - Que horas são? - Duas da manhã. Quer que eu chame Kakashi? — n**o com a cabeça e prendo meus fios brancos. - Estou com fome. — Arrasto meu corpo para fora da cama e sigo para a cozinha encontrando Kakashi com um copo d'água na mão. - Ouvi barulhos, aconteceu algo? - Não. Só estou com fome. — Abro a geladeira pegando uma marmita e a abri. - A foto de você com Shisui estava no criado mudo, por que? — Paro de colocar comida no prato e olho para ele confusa, eu nunca mexo nela. - Ela estava? - Sim, coloquei na estante. - Não fui eu. - Colocarei anbus ao redor da casa. - Não preciso de proteção. — Coloco o prato com comida no microondas e olho para ele encostando no balcão. — Eu estou doente, não incapaz de me proteger. - E o rosto inchado? - Dormi demais. - Naomi, você sabe que estarei sempre aqui, eu sou seu pai. — Dou uma risada sarcástica e ele abaixou um pouco o olhar. - É, você sempre diz isso mas onde estava quando Shisui morreu? Quando Itachi-senpai exterminou o clã Uchiha? Quando meu dente caiu ou quando eu menstruei pela primeira vez? Você não pode se dizer pai se Konoha é mais importante que eu e por que não me deixou morrer?! Preferia isso que ter que abandonar minha vida como ninja. — Pego minha comida e sigo para o quarto fechando a porta com força. Ele estava com aqueles malditos novamente, eu sou a filha dele e não aquelas três aberrações, uma pirralha que só pensa em namoro, um Jinchuuriki que pode ser descartado e um mimado que quer matar o irmão. Sempre foram os outros antes de mim, ele nunca se importou, nunca me amou e sou só um peso, eu sou exatamente a única coisa que impede a felicidade dele. O que está acontecendo comigo? Por que estou triste? Eu nunca me importei com isso antes. Por que meus sentimentos estão a flor da pele?
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