Jessica
Eu nem acredito que a Heloise tinha subido o morro para pedir ajuda para o pai dela, ela era cabeça dura e eu já tinha falado milhões de vezes para ela, vir ficar comigo e com a minha mãe, que a gente a receberia de braços aberto e ela sempre com a mesma história de que ela conseguia se virar sozinha.
Pedro Henrique diz que está com a mãe dele na feira e eu fico pensando no que eu escutei RK e LK conversando. Eu vou até a entrada do morro e vejo RK e Antônio subindo o morro de volta e RK com uma cara nada amigável. Antônio estava trazendo problemas para o morro.
— Mãe? — eu a chamo quando vou entrando para dentro de casa — Mãe?
— Oi — ela fala.
— Mãe me diz uma coisa — eu falo sentando-se na mesa enquanto ela fazia algo no fogão — Antônio estava com uns caras estranhos na entrada do morro — ela me encara — e eu escutei uma conversa do RK e do LK e acho que era sobre ele.
— Não entra nessa história Jessica — ela fala — não vá mexer em coisa que não é sobre você, já não basta está namorando traficante, ainda quer se envolver em assunto desse? Ainda vão te matar Jessica.
— Que horror mãe, eu estou apenas te falando — eu falo. — mas e agora que a Heloise voltou?
— Se RK achar que você está se metendo a onde não deve, seu namoradinho mesmo sendo irmão e sub não vai te proteger — ela fala — vai embora do morro e larga esse bandido.
— E por que a senhora não me levou embora do morro? — eu pergunto para ela. — que nem a minha tia fez com a Heloise?
— Não te interessa, não se meta Jessica, é a última coisa que eu vou te falar — ela diz — eu não quero você nunca mais falando desse assunto, não tem mais conversa sobre isso — ela diz saindo da cozinha.
Minha mãe sempre ficava nervosa quando o assunto era a sua irmã, Antônio e Heloise, eu não me lembro de nada quando eu era pequena e acho que nem Heloise lembra, simplesmente um dia, eu acordei e Heloise não estava mais morando no morro. Eu saio de casa e volto a subir o morro para encontrar PH na casa dele que estava voltando com a mãe, Alice a minha sogra era um amor de pessoa.
É quando vejo Antônio descendo para boca com duas bolsas na mão, eu o paro e encaro e ele passa por mim sem dizer oi, e eu olho para trás. Mas, logo a minha atenção se volta para LK que estava atrás de um muro, só com a cabeça para fora e um binóculos. Eu olho para o outro lado e vejo que ele está espiando a igreja.
— LK — eu falo.
— O que é Jessica? — ele diz com um sorriso no rosto.
— Você não está — eu falo — fazendo o que eu imagino?
— Fica quieta — ele fala.
— LK vem o pastor Eduardo — eu falo.
— Seu bandido — Eduardo fala — está espiando a minha filha de novo — ele grita — Larissa — ele olha para janela e a mesma sai para fora — já para dentro, fecha tudo — seu traficante, você vai para o inferno. — Eduardo tenta subir em cima do muro para pegar LK no outro lado.
— O pastor para de jogar praga — ele fala — o senhor é um homem de Deus — o mesmo grita do outro lado seguindo de algumas risadas.
— Você vai me pagar — ele grita — a minha filha não é para o seu bico.
O caos está instalado já que começa uma confusão e Eduardo tenta pegar LK e xinga ele de todas as formas, o povo fofoqueiro sai tudo para fora e já tinha até pessoas gravando aquela cena toda, Larissa olhava pela janela e quando vê que as pessoas olham para ela, ela entra com vergonha.
LK era fissurado nessa garota e o pastor odiava ele de toda forma possível. As coisas ficam pior quando RK sai de dentro da boca com a arma na mão e dar um tiro para cima.
— O que está acontecendo aqui p***a? — RK grita.
LK pula o muro e fica na frente dele e Eduardo para.
— Você diz para esse seu vapor parar de ficar olhando a minha filha trocar de roupa — Eduardo fala puto da cara.
Enquanto eles começam a discutir, eu olho para baixo vendo Antônio sair com uma mala na mão, sair em direção a entrada pelos becos, eu vou atrás dele e vejo que a bolsa está meia aberta e tinha dinheiro dentro. Eu começo a ligar para Pedro Henrique.