A namorada do Homofóbico

1063 Words
Jay e Jungwon compartilharam um momento de i********e física no quarto de Jay. Para Jay, tudo não passava de uma demonstração de amizade sem constrangimentos, típica entre homens heterossexuais. Já para Jungwon, aquilo intensificava ainda mais seus sentimentos secretos, algo que ele guardava com cuidado, especialmente considerando a homofobia declarada de Jay — embora o comportamento do amigo frequentemente contradissesse suas palavras. Após o ocorrido, Jay convidou Jungwon para passar a noite em sua casa, mas Jungwon preferiu voltar para a própria residência, temendo não conseguir controlar suas reações caso a proximidade se repetisse. Ainda processando o que havia acontecido, ele só voltou a ver Jay no dia da apresentação do projeto, motivo inicial de sua aproximação. Jungwon chegou primeiro à sala de aula. O antigo grupo de Jay ocupava os fundos, isolado dos demais. Quando Jongseong entrou, pouco antes do professor, as apresentações começaram. A deles foi a última. Os dois formaram uma dupla eficiente: Jay conquistava a todos com seu carisma, inclusive Jungwon. No final, o professor os parabenizou. — Sabia que iriam se dar bem, meninos — disse o professor. Jungwon assentiu educadamente, mas internamente duvidava que a intenção tivesse sido apenas punição. Pelo resto do dia, Jay sentou-se ao lado dele, sem mencionar o momento íntimo anterior. Para Jay, tudo parecia natural, sem qualquer malícia. A proximidade entre os dois cresceu tanto que Jay passou a ignorar seus antigos amigos e até a namorada, Gabi. Para manter contato com ele, o grupo precisava se aproximar de Jungwon. Jay demonstrava ciúmes quando Jungwon tentava conversar com outros colegas. Certa vez, ao vê-lo sentado no chão em frente a uma sala, Jay se aproximou por trás e pediu para falar em particular — apenas um pretexto para monopolizar sua atenção. Jungwon se sentiu feliz com aquilo, imerso no charme de Jay. O conflito interno de Jungwon aumentava: ele valorizava a amizade, mas lutava contra a atração física intensa. Havia motivos para se afastar — os olhares indiscretos para o corpo de Jay, o desconforto crescente de Gabi, que claramente não aprovava sua presença. Nos almoços com o grupo de Jay, sempre a convite dele, os outros pareciam buscar sua aprovação. Jungwon, porém, apenas apreciava sua companhia e voz. Jay parecia notar isso e passou a tratá-lo como confidente. Contava tudo sobre o namoro com Gabi: o que gostava, o que o irritava, e até que às vezes não queria mais continuar. Não percebia o desgosto dela por Jungwon e compartilhava detalhes que talvez não devesse. Jungwon escutava sem contrariar, nos intervalos das aulas, após as aulas, em saídas para comer ou beber. Aos poucos, eram só os dois. Num feriado sem aula, Jay ligou para Jungwon no meio de um almoço familiar. Apesar da mesa cheia de parentes, Jungwon atendeu no quarto. — Ei, maninho. Tá afim de uma praia hoje? — Talvez mais tarde. Tem visita em casa. Te ligo já. — Beleza, desculpa, Jungwon. — Não precisa se desculpar — respondeu Jungwon rapidamente. Do outro lado, ouviu a voz de Gabi, seguida da resposta ríspida de Jay: — p***a, Gabi. Posso falar com o Jung em paz? Jungwon sentiu-se envergonhado. Jay nunca falava assim com ninguém, muito menos com a namorada. Despediram-se, e o resto do almoço pareceu eterno. Depois, Jungwon tentou ligar de volta várias vezes, sem sucesso — mensagens não entregues, chamadas não completadas. Preocupado, imaginou o pior: raiva, arrependimento, ou até que Jay tivesse percebido seus sentimentos. Horas se passaram sem resposta. No dia seguinte, Jungwon chegou à faculdade decidido a ignorá-lo. Ao entrar na sala e ver Jay no antigo lugar, afastado, sua raiva evaporou. Seus olhares se cruzaram, cheios de confusão. Jungwon sentou-se em silêncio. Quando Jay se aproximou e sentou ao seu lado, o perfume familiar o envolveu. — E aí? — Beleza, Jay. — Tu nem falou nada ontem. Da praia. Disse que ia ligar. — Eu mandei, sim. Mas se você não recebeu, beleza. Jay mostrou o celular: nenhuma mensagem, contato apagado, bloqueado em tudo. Ambos entenderam — Gabi havia mexido no telefone dele. — Não fui eu, é sério, Jung. — Eu sei. Foi a Gabi. O professor chegou, interrompendo a conversa. Depois, almoçaram juntos e foram para a casa de Jay. Lá, ele ligou para Gabi na frente de Jungwon e discutiu acaloradamente, terminando a ligação de forma brusca. — Tá tudo bem, Jay. Eu sabia que ela não gostava de mim. — Não tem a ver com você. Ela quer controlar tudo. Tô cansado dessa garota. Jungwon assentiu e deitou-se na cama, hábito já natural. Jay começou a trocar de roupa com naturalidade, ficando apenas de roupas íntimas. Jungwon notou que ele usava uma peça que havia deixado lá anteriormente. — Eita, é mesmo. Nem percebi. Desculpa. — Sem problemas. Você sabe que não tem frescura aqui. Jay sorriu e se sentou ao lado dele na cama. — Queria te perguntar uma coisa. Você sabe que te considero muito, Jung. — Claro. — Fiquei com medo quando você foi embora daquele dia... depois do que a gente fez. — Eu só não queria incomodar. Jay relaxou e sorriu. Jungwon o abraçou de forma brincalhona, e o gesto evoluiu para uma brincadeira física. Rolando na cama, rindo, acabaram em posições próximas, com contato corporal inevitável. Jay se rendeu, e Jungwon deu leves tapas em sua coxa, rindo. Jantaram com os pais de Jay, cujas opiniões políticas conservadoras explicavam parte da visão de mundo do filho. De volta ao quarto, trocaram carinhos leves — Jungwon passando a mão nos cabelos e pescoço de Jay, que fechou os olhos, apreciando. Mais tarde, Jay tomou banho e voltou nu, sem constrangimento. Jungwon, por sua vez, também se despiu parcialmente. Deitaram-se lado a lado, e Jay iniciou um gesto de i********e, tocando-o de forma carinhosa e prolongada. Jungwon correspondeu, aproximando-se para sentir seu cheiro. Trocaram palavras de afeto e confiança, reforçando a amizade, enquanto compartilhavam aquele momento privado. — Não leva a m*l, Jung, mas você é f**a. — Não levo. Você é amigo, e amigo é pra essas coisas. — Meu Jungwon. — Sou seu. E você é o meu. — Mas cuidado, que outras pessoas interpretariam m*l. — Tô ligado. Só sua opinião importa pra mim. O momento foi de cumplicidade intensa, marcado por toques e declarações que, para Jungwon, carregavam um significado muito mais profundo do que Jay parecia admitir.
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