Cap. 2 ACIDENTE

1191 Words
2 anos depois (2016)               Victoria estava feliz. Com seus 25 anos tinha tudo que desejava na vida. Um emprego bom, uma família unida, uma namorada maravilhosa, uma vida perfeita aos seus olhos. Só faltava algo para completar, pedir sua amada em casamento, para muitos, já estava passando do tempo. Até sua irmã deu um passo a mais e estava morando com Janete. A de olhos verdes vinha de uma joalheria onde comprou um lindo anel de noivado. Iria pedir Scarlet em casamento esta noite, jantariam fora e faria o pedido.             O sorriso estampado em seus lábios era evidente. Nada poderia estragar essa sua felicidade. Pena que ela não avisou isso ao motorista do caminhão que fez uma ultrapassagem m*l calculada. Victoria por alguns segundos viu dois faróis em sua frente. Duas luzes que por um instante se confundiram com o brilho castanho dos olhos de sua amada. A vida dela estava interliga a de Scarlet para sempre, não poderia ser o fim para esse amor. Elas ainda tinham que viver muito, construir suas famílias. Acabaram de terminar a faculdade. Scarlet conseguira uma vaga no hospital em que a sogra agora era diretora. Estavam construindo seu futuro, mas a vida nem sempre é um mar de rosas. E saibam meus caros, que esse romance irá mostrar essa realidade a vocês.             Então a morena sentiu o impacto. Não sabe quanto tempo se passou. Sentiu uma terrível dor de cabeça. Ouvira vozes desconhecidas, sirenes soaram. Mas seus pensamentos estavam em conseguir sobreviver e encontrar sua latina. Mais tempo se passou. Quando conseguiu abrir os olhos por alguns segundos só vira a escuridão e ouvia gritos, mas ainda não conseguia raciocinar corretamente. - Deixe-me vê-la, agora! Eu sou a namorada dela. _ Scarlet gritava com todos, não se importava se estava em seu ambiente de trabalho. Amélia tentava acalmá-la. - Scarlet, acalme-se. Você melhor do que ninguém sabe que não pode entrar. Nem mamãe pôde. Então acalme-se. - Eu preciso saber se ela está bem, Amy, eu preciso... - Eu sei, eu também. Mas fazer um escândalo não adiantará nada. Scarlet agarrou-se a cunhada com força, rezando baixinho só para si: “Por favor, não a leve, por favor, não a deixe morrer”. Seu coração estava apertado. O choro era incessante. Sua respiração vez ou outra falhava. A n***a a apertava contra si com força. Ela também se encontrava da mesma forma, assim como Clarisse, Michael, Janete e Alyson sentados nas poltronas da sala de espera. No fim só poderiam fazer isso, rezar e esperar. Minutos agoniantes foram passando. Cerca de meia hora depois um enfermeiro veio, Clarisse e Scarlet sabiam que era um bom sinal. Se fosse o próprio médico seria para informar o óbito. - Senhora Jamison. _ Direcionou-se logo à Clarisse, sua chefa, mas todos se levantaram. - Diga, Caleb. Me dê o relatório completo, sem rodeios. _ Clarisse foi direta. - Bom. _ Ele começou olhando para a prancheta em suas mãos. – A senhorita Jamison quebrou o braço direito perto do ombro, assim como fraturou o joelho esquerdo. Teve alguns arranhões, mas nada grave. - Então ela está bem? _ Essa foi Scarlet. - Na verdade... - Sem rodeios, Caleb. _ Disse Clarisse mais uma vez. - Ela teve uma pancada muito forte na cabeça. Nesse instante o doutor Mendes está levando-a para a sala de cirurgia. Houve uma complicação, ela estava sentindo muitas dores, e após o exame foi diagnosticado um coágulo no cérebro, então a prepararam imediatamente para o procedimento padrão de retirada e... - Fale a verdade, ela corre algum risco? _ A diretora do hospital perguntou, incisiva. - Sim senhora. _ Suspirou o rapaz. – A pancada foi muito forte, perto das veias que se interligam à visão, então... - Não, não, não, por favor, não diz isso. _ Scarlet choramingava agora amparada por Janete. - Desculpe-me, senhorita Cannon, mas sim, ela corre o risco de perder a visão. Estamos fazendo possível para não acontecer, mas... - Faça o impossível, Caleb. É a minha filha que está naquela mesa de cirurgia. Então faça até o impossível. _ Clarisse fala ainda tentando manter seu lado autoritário e de chefa. Evitava chorar, mas no fundo estava desesperada. - Sim, senhora. Quando acabar eu volto com mais informações.               O rapaz sai, deixando a todos, menos Clarisse Jamison, aos prantos. Apesar da dor ainda se manter forte. Todos a conheciam por sua capacidade de esconder seus sentimentos. Voltaram a se sentar nas poltronas, todos digerindo a informação. Ainda teriam que lidar com isso. Mas iriam pensar positivo, ela estava viva e isso que importava. Nada seria mais importante que sua sobrevivência. Scarlet ainda teria sua namorada, Amélia sua irmã, Clarisse e Michael sua filha e Janete e Alyson sua cunhada. Isso que importava. Mas a quem estavam tentando enganar? Perder a visão para Victoria seria o mesmo que morrer, no fundo todos pensavam igual.             Três horas agoniantes se passaram sem nenhuma notícia. Todos ainda permaneciam ali. Clarisse abraçada a Michael, Amélia a Janete e Scarlet a Alyson. O silêncio era torturante. Por alguns minutos a latina médica cochilou e apenas nesse momento não se pôde ouvir seu choro. Estava destruída, nunca sentira uma dor tão h******l. Imaginar perder Victoria era fora de questão, sem sua morena ela não era nada. E isso era um fato verídico e recíproco para todos que as conheciam. - Senhores. _ Doutor Mendes chega e fala, ganhando a atenção de todos. Um jovem de 28 anos, que apesar da pouca idade era ótimo em sua profissão. - Sim, Sebastian. _ Disse Clarisse com certa i********e. - Bom, aparentemente tudo ocorreu bem. Agora precisamos esperar para ver a sua reação. Ela foi posta em coma induzido devido as possíveis dores de cabeça. Ela não poderá se movimentar, por isso é preciso que permaneça imóvel, assim o coma foi a melhor opção. - Entendo, mas a possibilidade da... _ Clarisse não conseguiu terminar a frase e gaguejou. - Sim, senhora Jamison. Teremos que esperar, em 72 horas iremos diminuir a medicação e o coma irá terminar. Ela voltará a sentir suas funções normalmente e só aí saberemos como proceder. - Mas ela está bem? _ Perguntou Scarlet. - Sim, Scarlet. Não existe risco de morte. - Graças a Deus. _ Todos falaram juntos. - Daqui a pouco ela estará no quarto. Já sabem o procedimento. Duas pessoas por vez e sem demorar, se alguém for ficar com ela durante a noite, faça sua ficha na recepção. - Eu vou. _ Scarlet disse e ninguém ousou negar. - Certo. Então até depois.             Doutor Mendes sai, deixando todos mais tranquilos. Saber que Victoria não morreria já era felicidade bastante. Depois de dois em dois irem visitar a morena e vê-la dormindo pacificamente ficaram mais relaxados. As 8:00hs da noite Scarlet já estava sentada na poltrona ao lado da cama onde sua namorada se encontrava. A latina chorava baixinho, segurando a mão de Victoria. - Por favor, amor, não me deixe, não faz isso comigo... _ Scarlet dizia entre soluços. – Eu te amo tanto. Amo tanto, pensar que já quase te perdi por conta das minhas merdas...
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