Capítulo 33 CECÍLIA NARRANDO 💉 Terminei a última garfada do arroz com carne acebolada sentindo finalmente um pouco de alívio no estômago, que até então estava um emaranhado de nervos. A comida da minha mãe era um abraço quente e gostoso, dessas coisas que confortam até quando a cabeça não ajuda. Mesmo assim, o nó na garganta continuava ali, firme, como se esperasse o momento exato pra me engasgar. Meu pai comia com calma, mastigando devagar como quem saboreava não só o jantar, mas a paz daquele momento. Olívia, sempre atenta, foi a primeira a levantar depois que todos tinham esvaziado os pratos. Levou os talheres, recolheu algumas tigelas e falou, já indo em direção à cozinha — Vou buscar o pudim. — Pudim? — meu pai comentou, com um meio sorriso no rosto. — Hoje o cardápio foi capric

