Capítulo 12
CECÍLIA NARRANDO 💉
Subi as escadas correndo, quase tropeçando no meu próprio pé de tanta pressa. Meu coração parecia um batuque de escola de samba no peito bem no clima da viagem, eu diria. Quando empurrei a porta do meu quarto e fechei atrás de mim, soltei um grito abafado, enterrando o rosto no travesseiro.
Eu não conseguia acreditar. Eu ia. Eu ia pro Brasil.
Tá, eu sei… o papai deixou bem claro que não era uma viagem a passeio. Que o motivo era sério, que envolvia o estado de saúde do tio Muralha, que ele não podia se distrair, que existiam riscos. Tudo isso tava ecoando na minha cabeça, mas era impossível controlar a empolgação. Eu cresci ouvindo minha mãe e meu pai falarem do Brasil às vezes com saudade, às vezes com receio, mas sempre com uma intensidade que me deixa
