Capítulo 22
CECÍLIA NARRANDO 💉
A tensão no ar ainda era densa, mesmo depois do alívio parcial que minhas palavras haviam trazido. Meu pai se manteve calado por alguns minutos, observando Muralha com um olhar duro e preocupado, como se cada segundo de silêncio pudesse fazer diferença. Mamãe continuava ao lado, em pé, em um silêncio respeitoso, como quem assiste de longe uma conversa entre duas almas que se entendem mesmo sem palavras.
Foi quando percebi que os olhos de Muralha se entre abriram mais uma vez
Não totalmente, não com firmeza, mas o suficiente para perceber um brilho fraco, um sinal de presença. Piscaram pesadamente, como se o simples ato de mantê-los abertos fosse um esforço tremendo. Ainda assim, estavam ali vivos, insistentes, tentando se fixar no mundo à sua volta.
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