Capítulo 27 MURALHA NARRANDO 🪨 O silêncio do quarto era bom. Era um silêncio diferente… denso, pesado, mas necessário. Era ele que me fazia pensar. Pensar muito. Às vezes até demais. O barulho dos aparelhos de monitoramento, esses sim me irritavam profundamente. Um apito aqui, outro ali, um bip insistente me lembrando o tempo todo que eu tava entre a vida e a morte, preso a fios e tubos, sem a menor dignidade. Mas o silêncio? O silêncio era meu aliado. Me deixava encarar tudo o que eu vinha evitando desde que levei aquele tiro. Não dava pra esquecer o momento. O estampido, o sangue, a dor que me fez achar que era o fim. E naquele instante eu juro que pensei que finalmente ia encontrar a Laís… e nosso filho. A vida inteira passando em segundos. Me perguntei se tinha feito o suficiente

