Capítulo 75 CECÍLIA NARRANDO 🌶️ A gente ia descendo aquelas vielas escuras, apertadas, o carro balançando de um lado pro outro por causa dos buracos que pareciam não ter fim. Eu já tinha perdido a conta de quantas vezes tinha batido a cabeça no vidro naquela mäldita rua esburacada, e ainda assim o Muralha não diminuía a velocidade nem um centímetro. Ele dirigia como se nada no mundo pudesse parar ele, como se fosse dono de tudo que os faróis do carro alcançavam. E, de certa forma, ele até era ou achava que era. Eu fui observando as pessoas na calçada, as crianças correndo descalças, algumas empinando pipa mesmo de noite, outras se equilibrando na garupa de bicicleta, gente que ia e vinha vendendo lanche, passando de moto, gritando, rindo alto. O movimento da comunidade não parava

