Cabeça Narrando Quando eu assumi a facção, eu tinha vinte e cinco anos e o corpo ainda quente de raiva do meu velho. Muita gente achou que era cedo demais, que eu não estava preparado para sentar na cadeira do comando, mas ninguém sabia o inferno que eu vivia dentro da minha própria casa. Meu pai era o tipo de homem que fazia da vida dos outros um campo de guerra. Acordava gritando, dormia mandando, e no meio disso achava tempo pra me lembrar todos os dias de que eu nunca seria metade do que ele foi. Eu cresci ouvindo que fraqueza era pecado. Que amor, sentimento, apego... tudo isso só servia pra te enterrar mais rápido. Ele dizia que quem vive no crime não pode se dar ao luxo de sentir nada. E eu, novo, cheio de sangue quente, até tentava acreditar nisso. Mas era difícil, principalment

