Fantasma narrando O som do baile ainda ecoava alto la em cima quando eu decidi voltar pro camarote. Tinha deixado o cabeça lá enquanto fui resolver o B.O. Assim que subi, vi ele rindo com os parceiros, copo na mão, o brilho das luzes coloridas refletindo no ouro grosso do pescoço. A fumaça do narguilé subindo lenta no ar e o cheiro de whisky caro misturado com perfume de mulher e maconha. Cheguei calado, só fui puxando a cadeira e sentei no meu canto. — Achei que tivesse ido embora, arrombado — ele fala rindo, levantando o copo pra mim. — Fui resolver um B.O — respondi, pegando meu copo e virando o resto do whisky num gole só. Senti o álcool descer queimando, trazendo junto o peso do que eu tinha visto mais cedo. Ele dá uma risadinha e balança a cabeça. — É foda... toda hora é um B

