Fantasma narrando Já era de noite quando finalmente saí da minha sala. O dia tinha sido correria, cabeça cheia de conta, de acerto, de bronca pra resolver. Esse trampo de patrão não é só ostentação, não. Quem acha que é só dinheiro, moto e cordão de ouro, não tá ligado na pressão que é segurar um morro inteiro. Já era tarde quando eu decidi ir para minha goma desdescansar. Trombei com o Dadinho. Ele vinha saindo da sala dele, com um sorriso cansado, mas com aquele olhar de quem tá sempre pronto. — Patrão, eu vou nessa jáé, qualquer parada que o senhor precisar pode me acionar. — É nóis, vai na paz. — respondi, batendo o toque com ele. Assim que ele desceu, um moleque entrou na boca, parecia novo. Tinha aquela cara de quem ainda tá aprendendo a se portar no corre, meio duro, mas quere

