Manuela narrando Saí jogando água em tudo pela casa, desesperada, porque eu precisava tirar todo aquele sangue dali. A cena era de um pesadelo. A cada borrifada, o cheiro forte me fazia engasgar, e minhas mãos tremiam tanto que quase deixei o balde cair. Eu olhava pro chão e parecia que o sangue ainda escorria, mesmo depois de esfregar por horas. Era como se o m*l que aquele homem trouxe pra dentro da minha vida tivesse impregnado nas paredes, nas minhas roupas, até dentro de mim. Eu estava com tanta raiva, tanta angústia, que só conseguia pensar em limpar. Limpar tudo. Como se a água pudesse apagar o que eu fiz, o que aconteceu. A sala parecia um campo de guerra. Os cacos da televisão quebrada, o sofá rasgado, as cadeiras jogadas no chão. Tudo que a gente tinha junto virou destroço. E

