Acordei com alguém batendo forte na minha porta, pulei da cama e corri até a porta, abri rápido e me deparei com minha irmã, seu cabelo loiro estava preso em um coque com tranças, suas bochechas rosadas e uma maquiagem delicada, sua pele branca brilhando na luz do sol, estava usando um vestido branco muito elegante e suas asas rosas cintilavam.
-Finalmente você abriu, ainda estava dormindo? - Ela perguntou entrando no quarto elegantemente e olhou para os lados, começou a abrir as cortinas do meu quarto deixando a luz do sol entrar.
-Sim, ainda estava dormindo, ontem fui dormir tarde, pois estava vigiando a área sul do castelo. - Afirmei indo até minha penteadeira e peguei meu pente e comecei a me pentear.
-Sinceramente não te entendo, você poderia ter todos os vestidos que quisesse, poderia ter qualquer homem nas suas mãos... um cabelo mais longo, cuidar da sua aparência. - Ela disse olhando para o meu cabelo, Elora nunca aprovou que eu cortasse o meu cabelo nos ombros.
-Diga logo o que veio fazer aqui, está procurando uma princesa ou um oficial?
-Papai pediu para convocar você, você irá me guiar até o reino esmeralda para ver o acordo matrimonial entre mim e o príncipe.
-Acredito que vestidos e cabelos longos não te guiariam até o reino esmeralda.
-Engraçadinha, você é a melhor guerreira que temos no reino, tenho muito orgulho da mulher forte que você se tornou. Mas sinto falta de uma irmãzinha para falarmos sobre homens, vestidos, coisas assim. - Elora falou me olhando com uma cara triste, de cachorro abandonado.
-Não deixei de ser sua irmã, só não gosto de coisas desse tipo, mas ainda podemos falar de muitas coisas, podemos falar de xadrez. - Afirmei rindo, Elora caiu na gargalhada, ela nunca foi boa em xadrez e eu sempre a vencia nas partidas.
Depois que me vesti fui com Elora falar com meu pai, ele falou sobre os detalhes da minha missão e pediu para levarmos um presente para o futuro marido de Elora. Esperamos a chegada da carruagem e fomos em direção ao reino, Elora estava dentro da carruagem junto com suas duas damas, eu estava fora do lado do cocheiro. Quando a floresta acabou, já conseguíamos ver as belas montanhas cobertas de gelo e o castelo dourado dos anões, a carruagem parou no pé na montanha e começamos a voar até o castelo, assim que chegamos consegui ver a beleza do reino esmeralda, o castelo dourado era gigantesco, as casas dos anões eram simplesmente magnificas, até a casa mais simples parecia esta banhada em ouro, as ruas estavam cheias de anões alegres, rindo e conversando entre si, as crianças correndo na praça principal, anões vendendo seus artesanatos de vários tipos, era magnifico de se ver tudo aquilo.
Pousamos na entrada da cidade e fomos andando até o castelo, as fragrâncias das comidas e o cheiro de carvalho eram abundantes para todo lado. Todos que andavam nas ruas estavam cheios de objetos feito de ouro, isso era a representação dos anões, ouro, todos tem ouro, desde a classe mais baixa até a mais alta. As classes no reino dos anões são divididas por profissão, ela influência nas suas classes, todos os anões tem muito dinheiro, então a profissão só serve para diferenciar as classes.
Chegando no castelo fomos recebidos pelo rei Eduardo e o seu filho, Edgar, ele é tão bonito quanto Elora, tem cabelos ruivos, olhos castanhos, é alto (Os anões são considerados baixos pelos humanos, mas isso é só um mito, igual as fadas serem minúsculas, tanto os anões quanto as fadas tem uma altura média de 1,65 m) tem 1,70 metro, ele é bem forte e tem um ar de misterioso. Elora ficou totalmente corada olhando para Edgar e acabou se esquecendo de cumprimenta-los.
-Eduardo, Edgar, é um prazer imenso vê-los novamente. Essa é minha irmã mais velha, Elora.- afirmei e Elora percebeu que não tinha feito uma reverencia, ela se abaixou graciosamente e levantou radiante, como se estivesse brilhando.
-Ayla, faz muito tempo que não nos visitar. Senhorita Elora, os boatos não conseguem nem falar metade de sua beleza e sua graça, se me permite dizer, nenhum homem se recusaria a se casar com a senhorita. - O rei falou com um grande sorriso.
-Meu pai está certo, sua beleza é incomparável. -Edgar comentou e Elora abriu um grande sorriso pelo elogio. Fomos convidadas a almoçar e depois fizemos vários eventos que o rei Eduardo adorava, jogos que exigiam concentração e continha enigmas. O tempo passou voando quando estávamos fazendo as diversões do rei, já começando a escurecer avisei que teria que voltar para casa, Elora pediu para o rei me convidar a passar a noite no reino esmeralda para que eu não voltasse tão tarde, o rei não discordou e me colocou em uns dos quartos de hospedes.
Aproveitando o convite e a lua cheia, fui a cidade para andar pelas ruas e relaxar um pouco. Andando pelas ruas pouco movimentadas e olhando para a lua, ficava distraída em meus pensamentos, apesar de ser uma princesa prefiro levar uma vida militar, moro no castelo, mas passo a maior parte do tempo em patrulhas ou treinando os novos soldados, isso me tira todos os pensamentos que minha irmã tem, vestidos, maridos, filhos, tudo o que minha irmã pensava em ter, eu preferia estar o mais distante possível. Nunca me dei bem com os tipos de vestidos que são dignos de uma princesa, sempre preferi os mais simples e confortáveis, nunca participei de bailes pois nunca soube me comportar em um, também não conseguia usar vestidos tão grandes e tantos acessórios, então sempre que havia bailes no castelo eu ia para o reino da esmeralda afirmando ter sido convocada por um amigo meu, o general Luan, ele sempre que eu não gostava dos bailes, então sempre me ajudava. Em r*****o a um marido ou a filhos, nunca havia encontrado um homem que me despertasse a v*****e de casar, talvez eu seja melhor lutando e protegendo o meu povo do que sendo a sombra de um homem.
Enquanto estava perdida em meus pensamentos avistei uma sombra se escondendo atras de uma das casas mais próximas de mim, andei silenciosamente e chegando perto puxei um punhal já amedrontar quem fosse, por não estar esperando, coloquei a pessoa contra a parede e mostrei o punhal na minha mão direita.
-Ei!! Calma!! Até sem armadura você carrega uma a**a consigo? -Luan perguntou me olhando e depois olhou para o punhal na minha mão, me afastei e suspirei, guardei o punhal e ri.
-Nunca se sabe quando vamos encontrar um lunático se escondendo nas sombras, o mundo está cada vez mais louco. -Afirmei rindo para ele, apesar de ser mais velho que eu, Luan aceita as minhas brincadeiras quando não estamos em serviço e até prega peças em mim as vezes. Luan é o general e o melhor amigo do meu irmão, eles cresceram juntos e desde que eu nasci sou tratada por ele como uma irmã mais nova. Ele tem cabelos pretos e olhos verdes, costuma ter uma cara seria, mas quando estamos em “família” ele vira o mais brincalhão de todos, suas asas verdes são do mesmo tom que dos seus olhos, tem 1,75 metro e é bem forte.
-O lunático sou eu? Você quem está carregando uma a**a.
-Nunca se sabe quando vamos ter convidados inesperados.
-Em uns quatro mil anos nunca tivemos um sinal de vida das outras raças ou de alguma ameaça.
-Só porque não temos um sinal, não significa que não exista uma ameaça.