Laura estava sentada numa cadeira dura, no corredor da emergência do hospital, mexendo nervosamente no celular enquanto esperava o resultado dos exames de Charlotte. A cada vez que a porta da sala de atendimento se abria, ela tentava adivinhar se o médico viria ao seu encontro. Mas nada acontecia.
Do outro lado, um pouco mais afastada, Charlotte estava acomodada em outro assento, com um bloco de notas e uma caneta na mão. De tanto Laura insistir, ela vestira uma calça e uma blusa que não estivessem amassadas, mas ainda assim havia um ar de desespero dramático no olhar.
— O que tanto escreve Char?
— Lau… — chamou Charlotte, com a voz embargada pelas lágrimas. — Meu testamento… preciso terminar logo.
Laura rolou os olhos com certa impaciência.
— Charlotte pelos dez infernos, você não es
