Nikos Megallos encarava o teto branco e frio da sala enquanto ouvia, sem realmente prestar atenção, as palavras cuidadosamente ensaiadas da psicóloga. Era a quinta ou sexta vez—já havia perdido a conta—em que seus pais o colocavam dentro de uma clínica de reabilitação na esperança de "salvá-lo". Ele sabia, no entanto, que seu caso não tinha solução, ou ao menos, era assim que Nikos enxergava a si mesmo. A única surpresa que ainda restava era como não havia conseguido, até agora, encontrar coragem suficiente para dar fim à própria vida. A dor constante que queimava em seu peito parecia não ter cura nem alívio, não importava quantas substâncias consumisse ou quantas terapias experimentasse. – Nikos, você precisa enfrentar seus traumas para poder progredir – insistiu a psicóloga pela enésima

