Narrado por Elias Mateo e os outros arrastaram Lorenzo para o porão. O ambiente era frio, úmido e escuro — do jeito que eu precisava. Ali, ninguém escutava gritos. Ninguém tinha piedade. Lorenzo tremia. Mas eu não sentia nada. Nem raiva, nem compaixão. Eu tinha virado uma pedra desde o momento em que vi o vestido branco da Aurora caído no chão da sala, sem ela dentro dele. — Amarra ele — ordenei, e dois dos meus homens o prenderam à cadeira de ferro no centro do cômodo. Três cintos reforçados cruzando peito, pulsos e tornozelos. Ele não ia se mover nem meio centímetro sem minha permissão. — Elias… por favor… — ele gemeu. — Eu só aceitei porque… porque achei que era coisa pequena. Só passar uma autorização. Ninguém ia se machucar… Mateo bufou. — Você entregou a mulher do Dom. E ainda

