O Começo
— Chuck, Chuck
— Que foi cabeça, quem morreu, p***a?
— Seu pai.
— QUÊ?
Quando o cabeça entrou em casa correndo, armado e gritando, já sabia que algo estava errado, mas ele falar que meu pai morreu, me sobe uma fúria e só de ver meu olhar ele já sabe disso.
— Atacaram o QG (Quartel General). – Ele diz antes que eu precise falar algo.
— Quem?
— Não sei cara, quando ouvi a gritaria corri aqui.
Penso rápido, não adianta subir para o QG agora, eles estão esperando por isso, subo no meu quarto correndo, pego duas mudas de roupa jogo na mochila junto com, armas, granada, granada de fumaça e muita, muita munição.
— Vamos.
— Pra onde cara?
— Nos esconder.
— Mas Chuck...
— Vamos p***a, eles devem estar vindo atrás de mim, não sei em quem podemos confiar.
— Tá bora.
Saímos pelos esconderijos secretos, meu pai sempre foi esperto, nunca confiou em quase ninguém, preciso descobrir quem fez isso, quem traiu o meu pai, quem o matou, foi alguém próximo de confiança dele, somos donos dessa p***a já faz anos, comando passado por gerações. Pois é, eu não tive opção, desde que nasci eu já sabia que iria herdar essa p***a, tenho treinamento desde meus 5 anos, meu pai tentou me ensinar a usar arma, eu sei usar e sou bom nisso, mas eu gosto mesmo é de usar minha faca, ela está sempre comigo, gosto de sentir a faca entrando na pele do camarada, sentir o sangue dele escorrendo por entre meus dedos, mas a cada passo que dou para fora do morro o ódio me consome mais, vou estripar quem matou meu pai, nem que seja a última coisa que eu faça.
— Para onde vamos Chuck?
— Nos armar, planejar, descobrir quem traiu o morro e nos vingar.
Paro por um momento, olho para o Cabeça e o pego pelo colarinho da camiseta.
— Tu tá comigo mano?
— Chuck, me larga seu filho da p**a, sou eu, seu irmão p***a.
Olho nos olhos dele.
— Tá comigo?
— É claro p***a, esqueceu? Um pelo outro até a morte.
Solto ele.
— Estragou minha camisa filho da p**a.
— Depois te dou outra, quando a gente voltar a assumir o comando, tu pega a que quiser.
Conheço o cabeça desde pequeno, ele foi abandonado pelos pais em uma das bocas, o chefe da boca o levou para meu pai, pelo que o pai contou, os pais dele entregaram o cabeça para trabalhar na boca como pagamento por drogas. Pois é, bando de filho da p**a, mas quando levaram ele para o QG eu estava lá e me aproximei dele, dali em diante nunca mais ficamos longe um do outro, ele é meu irmão, meu pai arrumou um quarto na nossa casa e exigiu respeito de todos do morro, sempre disse a ele, que quando eu assumir essa p***a ele vai ser meu segundo. O que ele disse um pelo outro até a morte, foi porque quando meu pai me jogou aos doze anos em uma missão, eu e o cabeça juntos, um desgraçado pegou o cabeça, achando que era eu, todos voltaram para o QG, mas eu? Eu não, eu invadi a p***a do lugar de novo e busquei meu irmão, matei quem entrou pela frente, depois de matar todo mundo cortei a cara deles, deixando uma marca, queria que quem encontrasse eles, soubessem que foi uma única pessoa que fez isso, assim que encontrei o Cabeça, eles haviam batido muito nele e ele estava amarrado.
— Vem filho da p**a, nunca mais deixem te pegar p***a.
— Carlos, nadou em um mar de sangue foi.
— Matei todo mundo.
— Por quê?
— Somos irmão p***a. Um pelo outro até a morte.
— Um pelo outro até a morte.
Dali em diante, virou nosso pacto, nunca deixamos o outro para trás.
Quando estávamos saindo da casa, aparece meu pai desesperado achando que haviam me matado.
— Carlos, Cabeça, meus filhos.
— Calma aí velho, vai chorar agora p***a?
Também pudera o velho desesperar, eu coberto de sangue e o cabeça todo arrebentado.
— Quem fez isso?
Eu abro um sorriso de canto de boca.
— Tá lá dentro.
Meu pai entra armado, eu e o cabeça caímos na gargalhada e encostamos no murro.
Não demora meu pai volta e me dá um tapão na minha cabeça.
— Cadê o filho da p**a Carlos?
— Eu já matei velho, relaxa, não encontrou alguns corpos espalhados?
— Vocês dois fizeram isso?
— Não tio, eu estava amarrado, foi tudo o Carlos.
Meu pai me olha, eu não sou aquele moleque de sair se gabando, nem sou forte, na verdade, sou magricelo, nem tão alto, nem tão baixo, não gosto de sair com a p***a de segurança ao meu redor, então vivo fugindo e para sobreviver, aprendi a me virar sozinho.
— E o corte na cara, qual motivo?
— De hoje em diante essa será a minha marca, toda vez que vocês verem um corte feito a faca na cara de um filho da p**a, saibam que fui eu.
— Tipo o Chuck, o boneco assassino, hein mano?
— Pronto, é isso aí, valeu mano, a partir de hoje, ninguém me chama mais de Carlos, só respondo por Chuck.