"Por que estamos correndo todos os anos?"
"Nós estamos?"
"Eu penso que sim."
"Ele está certo, você sabe."
Rony encarou Hermione por concordar com Harry. Ele ainda tinha uma grande queda por Hermione, mas depois que eles namoraram por um mês no ano anterior, ela o superou. Ocasionalmente, era preciso se sentir m*l pelo ruivo. Ocasionalmente.
"Pare de me encarar. É verdade."
Ron murmurou algo baixinho e Hermione deu um tapa na cabeça dele enquanto eles entravam em um compartimento vazio.
Harry sorriu para seus dois amigos. Se ele tivesse que sofrer sem Tom, ele faria isso com Ron e Hermione qualquer dia. Os dois eram sempre tão divertidos nos dias de hoje.
Os três grifinórios sentaram-se nos assentos do compartimento enquanto o trem saía da cidade.
"Então, Harry, como você tem passado ultimamente?" Hermione perguntou. "Eu não te vejo desde o seu aniversário!"
"Muito entediado." Harry suspirou. "Até Ginny chegar. Ganhei meu dia." Ele deu a eles um sorriso brilhante, mantendo a história que ele, Gina, Fred, Jorge e Tom tinham inventado.
"Bom saber!" Hermione sorriu feliz.
"Mamãe achou que vocês dois deveriam ter ficado na Toca. Ela não gostou da ideia de Ginny viajar de um lado para o outro entre a Toca e Londres, mesmo que Fred e Jorge prometessem mantê-la segura," Ron resmungou.
Harry revirou os olhos. Ron e Molly o atormentaram sem parar sobre a coisa toda por semanas por meio de uma coruja e o lembraram a cada chance que tiveram desde que ele veio para ficar na noite anterior. "Eu sei , Rony."
Hermione deu um tapinha na mão de Harry com simpatia e ele sorriu em resposta, o que fez Ron inflar de ciúmes. Novamente.
"Ron-" Harry franziu a testa para o ruivo, "-você está ficando ridículo."
"Eu não sou sua namorada, Ronald Weasley," Hermione disse em aborrecimento.
Harry suspirou e se levantou enquanto os dois olhavam um para o outro. "Te digo uma coisa. Vocês dois podem lutar contra isso. Eu vou encontrar Ginny." Ele saiu do compartimento antes que eles pudessem reclamar.
Uma vez longe de seus amigos, ele caminhou sem rumo. Ele realmente não se importava onde Gina estava, ela provavelmente estava com Luna ou uma de suas outras amigas, mas era uma boa desculpa.
"Potter!"
Harry se virou para encontrar Draco Malfoy o observando da porta de um compartimento. "Malfoy," ele respondeu civilizado.
"Venha aqui."
"Por que?" Harry ergueu uma sobrancelha questionadora para o sonserino.
"Eu gostaria de falar com você. Sem o resto do trem, por favor."
"Talvez eu não queira falar, Malfoy."
"Ah, não seja mesquinho."
Isso chamou a atenção de Harry. "Muito bem."
Harry seguiu o loiro até o compartimento vazio e sentou-se confortavelmente enquanto o sonserino trancava a porta, então se sentou na frente dele.
"Fale, Malfoy," Harry sugeriu.
"Quero fazer uma trégua."
"Uma trégua?"
"Chega de brigas, chega de xingamentos, chega de enfeitiçar uns aos outros no corredor."
A curiosidade de Harry superou sua cautela e ele se inclinou para frente. "Por que?"
"Chame isso de uma mudança de coração, se for preciso."
"Malfoy..."
"Eu não posso te dizer."
" Isso não é novidade. Ninguém pode me dizer." Harry bufou, levantando-se bruscamente.
"Foi-me dito!"
"Diga isso de novo. Lentamente."
"Foi. Me. Dito. Para."
"Por quem?"
"Meu pai."
"Por que Lucius Malfoy quer que você e eu sejamos amigos?"
"Não sei!"
"Você sempre faz tudo o que seu pai diz?"
Draco manteve sua boca fechada.
"Você faz !" Harry disse com surpresa fingida.
"Só se houver algo nele para mim!"
"E o que você ganha com isso?"
"Potter, você percebe que é interessante, certo?"
"O que?!"
"Você é interessante."
"Malfoy, você parou de fazer sentido. Estou indo embora."
"Não!"
"Mova-se."
"Sente-se novamente."
"Eu vou azarar você se você não se mexer."
"Potter, por favor , sente-se."
" Puxa- "
" HARRY! "
"Malfoy..."
"Harry, por favor, sente-se. Estou implorando."
"Malfoys não imploram."
"Então eu estou quebrando uma regra. Sente-se. Por favor?"
Harry franziu a testa, mas voltou ao seu lugar, com a varinha na manga.
Draco soltou um suspiro aliviado e voltou para seu próprio lugar. "Eu queria ser seu amigo desde o primeiro ano, como você deve se lembrar. Depois que você me recusou, meu pai disse que eu não tinha permissão nem para pensar em me tornar seu amigo novamente. Ele mudou de ideia durante o verão. Ok. ?"
"Não tenho tanta certeza se quero um amigo que dê meia volta e me azare nas costas na primeira chance que tiver."
"Juramento do Mago. Eu nunca serei a causa de sua queda enquanto eu for seu amigo, e só você pode decidir quando esse juramento, ou nossa amizade, deve ser revogada."
"Você está falando sério sobre isso?"
" Sim . Isso é o que eu tenho tentado lhe dizer."
"Eu nunca soube que você poderia ser tão maduro, Malfoy."
"Draco."
"Draque."
"Não. Absolutamente não !"
"Drake?"
" Não! "
"Dra."
" Potter! "
"Eu tenho apelidos para todos os meus amigos."
"Meu nome não é um 'apelido' ."
"Agora sim."
"Não."
"Drac, Drake ou Dray?"
"NENHUM!!"
"Acho que gosto mais de Dray."
"Não não não não não não…"
"Dray!"
"A humilhação..."
"Sua culpa."
"Não é minha culpa que os grifinórios tenham nomes mais curtos para chamar uns aos outros!"
"Cuidado com os insultos."
"Machucou seu orgulho?"
"Na verdade não. Só estou dizendo para você assistir."
"Errr..."
Harry riu.
Draco olhou para ele.
Houve um som no corredor. "Harry?"
"É Herm."
"Granger?"
"Você, talvez, conhece algum outro Herms?"
"Apelidos. Eca..."
"Dray?"
"Não…"
"E quanto a Ron e Herm?"
"E eles?"
"Eles são meus amigos, você sabe."
"Harry. Eu não suporto Weasley. Fui criado para odiar os nascidos na lama." Draco franziu a testa. "Eu serei seu amigo. Eu não posso ser deles."
Harry suspirou. "Duvido que eles gostariam de fazer amizade com você também." Ele ficou. "Apenas, tente, ok?"
"Ser educado?" Draco perguntou com um olhar de nojo.
"Sim. Finja que nossa amizade depende de como você os trata," Harry sugeriu, então saiu do compartimento para assegurar aos amigos que ele estava bem.
Draco fez uma careta.
-~*~-
"Eu vou matá-lo, Harry."
"Ron, acalme-se e cale a boca."
"Ele está usando você!"
"Eu concordo. Eu não confio nele."
Harry e Gina trocaram olhares impotentes. Harry e acabou de contar a seus três amigos sobre Draco. Ele sabia que Gina não se importaria, mas, novamente, ela e Tom eram amigos...
"Eu acho que está tudo bem," Ginny disse, descansando a cabeça no ombro de Harry.
"Gina-" Ron tentou.
"Cala a boca, Rony," Harry e Gina disseram em coro.
"Você não pode ser inimigo dos Sonserinos para sempre," Ginny comentou. "Se Malfoy quer ser amigo de Harry, eu sou a favor."
"Puxa, Gina. Você é a melhor namorada de todas." Harry suspirou. Gina apenas sorriu.
"O pai dele é um Comensal da Morte , Harry!" Ron assobiou.
"E ele está fazendo amizade comigo de qualquer maneira," Harry respondeu, olhando para seu amigo. "A menos que este seja um dos novos truques de Voldemort, o que duvido, não vejo razão para desconfiar dele!"
"É só isso!" Ron gritou de volta. Ele se encolheu quando Harry falou o nome de Aquele-que-não-deve-ser-nomeado. Ele sempre fez. Ainda.
"E se for uma trama?" Hermione concordou com uma voz mais suave.
"Então você vai ter que esperar que eu possa cuidar de mim mesma, não é?" Harry rosnou, de pé. "Vamos, Gina."
"Você não vai levar minha irmãzinha para aquele bastardo!" Ron gritou, levantando-se para parar o "casal".
" Locomotor Mortis . Rony, venha nos encontrar assim que você parar de encontrar apenas o pior na Sonserina," Harry disse friamente. Então ele levou Ginny para fora do compartimento.
" Finite Incantantum ," Hermione murmurou sobre a ruiva.
"Qual é o problema dele?!"
"Ron, eu acho que Harry quer ser amigo de Malfoy."
"Malfoy deve tê-lo sob algum tipo de feitiço!"
"O quê? A Maldição Imperius?" Hermione atirou de volta. Ron a encarou silenciosamente. "Ron, deixa pra lá. Harry está mudando desde a morte de Sirius. Você sabe disso. Eu sei disso."
"Sirius não gostaria que ele tivesse nada a ver com Malfoy."
"Não, ele provavelmente não iria." Hermione suspirou. "Mas isso não vai parar Harry agora."
"Então o que você está dizendo?"
"Dê a ele seu espaço. Confie nele." Hermione deu de ombros. "Trate-o como se nada tivesse mudado e tente não enfeitiçar Malfoy nos corredores. Apenas seja amigo dele."
"Eu sou amigo dele!"
"Eu sei disso e ele sabe disso."
"Apenas, vá com o fluxo, então? Deixe Malfoy levá-lo até Você-Sabe-Quem?"
"Não. Apenas esteja lá para ele. Então , quando Malfoy tentar levá-lo até Voldemort, nós podemos estar lá para detê-lo."
"Oh…"
-~*~-
"Dray?"
Draco abriu a porta do compartimento e deu a Harry um olhar de reprovação enquanto risos vinham atrás dele. "Potter…"
"Eu pensei que você estava me chamando de Harry?"
Mais risadas. "Err..."
"Quem está aí com você?"
"Pansy e Blaise," o loiro murmurou.
Harry olhou ao redor de Draco para olhar para os outros dois sonserinos. "Olá!"
"Por que há um Weasley com você?" Draco reclamou, vendo uma Gina sorridente de repente.
"Estamos fugindo do meu irmão e Hermione," Ginny explicou.
"Por que?" Draco fez uma careta.
"Você vai nos convidar para entrar?" Harry perguntou.
"Nããão..."
"Por que não?"
"Estava ocupado."
"Deixe-os entrar, Draco," Pansy chamou. "Ou devo dizer, Dray?"
Draco era o único que não estava rindo enquanto deixava os dois grifinórios entrarem. "Potter, eu poderia matar você."
"Acontece." Harry deu de ombros e se jogou em uma cadeira em frente aos outros dois sonserinos. "Zabini, Parkinson. Prazer."
"Ele tem charme." Pansy deu uma risadinha. "Isso não deveria ser permitido na Grifinória, você sabe."
"Ele esconde bem," Ginny respondeu ao lado de Harry com um sorriso.
Draco gemeu.
"Na verdade, eu sou um aspirante a Sonserino. Estou esperando por algum treinamento," Harry respondeu levianamente.
Os sonserinos riram enquanto Gina revirava os olhos.
"Então, eu sei por que Dray não está me azarando. Por que vocês dois são tão legais de repente?"
"Mesma razão." Draco sentou ao lado de Harry com um suspiro.
"Nossos pais nos disseram para sermos legais com você, Potter." Blaise bufou.
"Quase todos os pais dos sonserinos disseram a eles para serem legais com você." Pansy suspirou.
"Esquisito."
"Então, qual Comensal da Morte fez chantagem com todos os outros e gosta de Harry?" Gina disse sombriamente.
"Gin..." Harry franziu a testa para ela.
"Não, ela tem razão", respondeu Blaise. "A única maneira de todos os nossos pais de repente nos dizerem para sermos legais seria se alguém os estivesse chantageando."
Ou ordenando-os ao redor! Tom! Harry percebeu. Ele e Ginny trocaram olhares que diziam que ambos tinham o mesmo pensamento.
"Então, Potter, quem é seu amigo?" Pansy perguntou brilhantemente, seus olhos frios.
"Nenhuma pista. Talvez Voldemort tenha uma paixão por mim que não tem a ver com me matar?" Harry brincou.
"Okay, certo."
Ei! Estou falando sério! Harry sorriu para si mesmo.
"Qual Comensal da Morte pode ter esse tipo de poder?" Gina resmungou.
"Malfoy."
Quatro pares de olhos se voltaram para o herdeiro do referido homem.
"Nenhuma pista. Não olhe para mim assim."
"Eu sempre gostei de um mistério," Blaise murmurou.
"Eu normalmente também. No entanto, este é sobre a minha vida," Harry respondeu sombriamente.
"Ah, vamos descobrir, Harry," Draco murmurou, jogando um braço em volta dos ombros de Harry.
"Dray, eu assistiria. Gin pode ficar com ciúmes." Harry bufou.
Gina ofereceu ao herdeiro Malfoy um olhar frio.
"Ah, tudo bem." Draco soltou o jovem moreno e franziu a testa para os dois grifinórios. "Vocês não parecem muito um casal.
"Todo mundo tem segredos, Malfoy," Ginny ofereceu com um sorriso que deixaria um Malfoy orgulhoso.
Draco apenas franziu a testa ainda mais.
Blaise e Pansy pareciam confusos.
Harry e Gina trocaram piscadelas. Que os jogos comecem.