CAPÍTULO 4 - ANA

1236 Palavras
Olho para o galpão e termino de pintar a última fresta, quando desço da escada e olho para as paredes todas pintadas e as janelas limpas e a porta de entrada, me bate um orgulho danado. Desligo a música e começo a guardar as coisas na dispensa atrás do galpão, puxando as coisas para desencardir o chão, materiais que deixaria o chão organizado para a reforma dele depois, coloco tudo no canto cubro, olhando para o relógio que eu havia pendurado próximo a porta de entrada. Já era tarde e eu devia ir para casa. Não queria problemas com Charlles, nem estávamos nos olhando, nem se falando, aquilo era complicado, porque já fazia duas semanas depois do acontecido do relógio e a conversa de noite. Era melhor assim, mas era difícil ficar dentro de uma casa com alguém sem nem poder conversar. Era um arranjo de m***a. Era uma prisão sem grades. Esse era um dos motivos que me faz entrar de um portão para dentro e ficar o dia todo, o galpão estava quase finalizado, o portão dele já havia sido trocado por um pessoal que também cuidou da energia e do teto externo e interno, as calçadas pintadas e restauradas, junto com a iluminação de toda frente e internamente, eu havia pintado as paredes de um tom creme, essa foi a única coisa que me tomou muito tempo, mas foi uma analgésico. Faltava agora o chão, mas esse era o de menos, visto que já estava programado para ser trocado. Em breve eu poderia fazer aquela ligação e começar tudo de novo, dessa vez não tinha meu pai ou ninguém, apenas Charlles, mas se continuasse assim, nada poderia me jogar para baixo. Até meus 12 eu fazia balé e depois eu fui tirada a força, mas eu não consegui ficar longe, eu voltei dois anos depois, e desde os 14, eu aprendi todos os tipos de dança. Agora eu poderia continuar fazendo isso. Cheguei no apartamento e vi tudo escuro, olhei para o relógio e vi que passava das onze e eu não poderia chegar tão tarde, tinha um status falso para manter. Quando cheguei no quarto, deixei os sapatos e não pude ligar a luz, ainda mais quando vi Charlles já deitado na cama, ele estava com a coberta até o quadril e dessa vez ele estava sem camisa, dava para ver a partir da luz que entrava pela janela as tatuagens. Fui direto para o banho e me livrei das roupas e entre debaixo da água, sendo rápida no banho e não fazendo nenhum barulho que fosse, puxei o roupão e escovei os dentes e penteie o cabelo, terminando quando coloquei minha roupa usada no cesto e sai, quando eu me preparei para sair e ir para o closet, eu escutei um grito, fiquei parada e assustada, logo escutei outro grito abafado. Abri a porta e olhei pela fresta e vi Charlles se mexendo sem parar na cama, um arrepio fundo subiu em mim e eu fiquei parada vendo ele se mexer na cama e gemer. - Charlles? - Chamei e não houve nenhuma resposta, meu coração faltou sair pela boca quando me aproximei dele e vi a camada de suor sobre seu rosto. - Acorda! Era um pesadelo. Ele estava tendo um pesadelo e eu não sabia o que fazer. Vamos Ana Luiza, você tem que fazer alguma coisa. No impulso mais banal peguei o travesseiro e joguei nele com toda força que eu tinha, mas ele continuou se debatendo. - Por favor cara, PARA! - Gritei e dei a volta, me mexendo para perto dele e tentando me aproximar sem levar um soco ou ser empurrada, quando notei eu segurava os dois braços dele e tentava fazer ele ficar parado. - Para, é só um sonho cara, para Charlles, PARA! - Era inútil e ele continuou se mexendo na cama e logo me fez perder o equilíbrio das pernas e me fez cair sobre ele, com meu corpo emaranhado sobre o dele, perto demais. - Acorda, p***a! - Eu comecei a socar o braço que eu alcançava e tentar acordar ele de qualquer maneira que eu conseguisse. - ACORDA SEU LOUCO, ISSO É SÓ UM SONHO, SEU MALUCO DO CARAMBA! - Ele começou a parar e logo ele parou por definitivo e eu comecei a respirar fundo. - Só um sonho, você precisa acordar! Parecia que eu havia corrido uma maratona inteira sobre ele, foi quando senti uma mão na minha cintura me movendo e me fazendo parar no meu lado da cama, quando recuperei a força no meu braço, Charlles estava levantado ao lado da cama, de costas para mim, eu me encolhi e fiquei encarando ele, com medo dele ainda estar sonhando. - Charlles? - Eu chamei e pulei da cama, dando a volta com passos cultos e logo vi ele com os olhos abertos olhando para a parede. - Você estava tendo um pesadelo, eu estava tentando te acordar e – Quando ele se virou para mim seu olhar foi direto para os meus olhos e logo desceu, quando notei o roupão aberto eu fechei ele e fique de costas envergonhada. - Eu não sabia o que fazer, você estava gritando, gemendo e se debatendo, eu só quis te ajudar… - Chega – Eu fechei os olhos com força e fico parada, com medo de alguma represália, mas eu sabia que eu não podia ficar esperando o pior, eu respirei fundo. Ou você escolhe ser a presa ou você e o caçador. - Escuta aqui, se for ficar bravo com alguém, fique com você, eu só tentei ajudar você a acordar de um sonho r**m, não sei fazer isso, mas eu tentei, você poderia se machucar. Eu só quis ajudar, está legal?! Senti uma mão no meu ombro, que me puxou e me fez me virar e ficar de frente para ele, encarando os olhos castanhos escuros e os cabelos desengrenados. - Eu não vou ficar bravo com você, Ana Luiza – Eu relaxei, mas depois fiquei dura de novo quando ele se inclinou até mim, ergueu a mão e tocou meu rosto, acariciou minha bochecha com seu polegar e eu senti a boca dele beijar minha bochecha e logo a barba roçar na pele do meu rosto. Aquilo me fez fechar os olhos com força e contrair o corpo. Fiquei parada sem conseguir me mexer, mas ele continuou com o polegar na minha bochecha, o que me deu medo, medo por não saber o que viria depois daquilo, porque ele era um homem e eu uma mulher. - O que vai fazer? - O toque no meu rosto parou, eu senti que ele se afastou, então pude abrir os olhos. - Obrigada Ana Luiza, por me acordar – Ele deu um sorriso, mas então ele me deu as costas e caminhou para fora do quarto, quando a porta se fechou, eu cai deitada na cama sem saber o que fazer naquele momento. Coloquei a mão sobre o meu peito e senti meu coração bater rápido demais. AVISO - Mais um capítulo fresquinho pra vocês (finalmenteeee), para ficar por dentro adicione o livro na biblioteca, comente sempre nos capítulos para eu poder saber o que vocês acham do livro e deixe o seu voto maravilhoso ou me sigam para receber novidades e atualizações. Até amanhã com mais um capítulo fantástico. Att, Amanda Oliveira, amo-te. Beijinhos. Hehehehe até
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