- Como anda a moça? - Meu pai perguntou enquanto caminhamos pela garagem da empresa. O grande Pacini pai.
- Bem – Ele dá um sorriso e olha por cima dos óculos. - Por que deu esse sorriso?
- Você gostou de estar usando esse status?
- Me deixa longe de problemas.
Depois da minha cena de manhã cedo com ela me vem a cabeça, não sei se ela poderia me tirar de problemas ou me colocar, apenas sabia que eu gostava de olhar pra ela.
- Sua mãe quer dar um jantar – Eu balanço a cabeça. - Pensa bem.
- Verei com ela. Mas não garanto que eu vou.
- Hoje é um bom sábado… - Eu corto ele.
- Da próxima pai, na próxima - Ele balança a cabeça e destrava o carro. - Nos vemos na segunda – Ele mais uma vez dá aquele sorriso de expectativa e sai dali, assim como eu indo direto para casa.
Eu sei o que ele quer dizer com aquele sorriso, mas, depois de uma semana, eu sei que a jovem Ana Luiza nunca teve homem nenhum, ela é virgem.
Digo isso com propriedade.
Virgens ficam com vergonha de tudo que o s**o oposto faz por não está habituado. Isso é complicado, porque ela é uma p***a de mulher bonita e tem 20 poucos anos, nessa idade não dá para ser virgem. Isso me deixa ainda mais estranho e por alguns segundos, eu penso que ela é como uma segunda chance para mim, mas em um formato novo, com cabelos loiros mais grandes e com um jeito muito mais diferente.
Mas eu havia brigado com ela, por um motivo banal e que eu devia já ter evoluído há tanto tempo, nem sabia o que fazer quando olhasse para ela, geralmente eu chegava em casa e ela já estava dormindo, mas em dias de sábado meu horário terminava mais cedo.
Era também a p***a do aniversário dela, eu até comprei algo bonito para ela.
Eu escolhi, imaginei ela usando e ficando mais bonita.
Entro na portaria do prédio e puxo as correspondências da minha caixa de acessos e logo o porteiro vem ao meu encontro.
-Sr. Pacini – Olho para o homem baixo. - Hoje mais cedo um casal veio e pediu para subir, liguei para seu apartamento e sua mulher disse para não permitir, não sei se fiz certo.
- Sabe o nome do casal? - Pergunto já prevendo a resposta.
- Almir Guerra… - O pai dela.
Depois da bagunça da negociação e ela ser parte da moeda de troca do pai, bem, eu também não iria querer ver ele tão cedo.
- Fez certo em seguir o que ela disse, mais alguma coisa?
- Não, só isso.
- Ótimo, tenha uma boa noite.
Subo direto, no momento que eu destravo a porta e abro apenas um pouco, eu escuto uma música baixa e agitada, entro e não vejo ninguém na sala de entrada, mas identifico o som como vindo da sala da TV, eu não estou errado, ainda mais quando eu vejo Ana Luiza se mexendo no meio da sala, de frente para a TV na parede, com a mesa de vidro escanteada e sem nem ligar para nada.
Aquilo me faz ficar olhando, por um segundo a música de ritmo e tão indiferente que eu só consigo olhar para ela, para os cabelos esvoaçados, a roupa solta, como uma blusa e uma calça legging comprida e preta, pés descalços e que se movem rápidos, fazendo as pernas se mexerem e o quadril, logo a parte de cima, que balança o ritmo sincronizado.
Ela é boa, mas que boa, ela sabe dançar.
Quando ela rodopia ela me vê, para de dançar no exato momento e corre para desligar, depois fica no meio da sala parada, sem se mexer nenhum pouco.
- Você chegou – Eu me mexo e entro na sala, indo até até o sofá e me sentando, fazendo o meu ritual, tirar as coisas do bolso e logo o relógio. Ela se aproxima da TV e retira o pendrive e caminha para fora da sala.
A cena patetica que eu havia feito me vem na cabeça.
Droga!
- Espera – Ana Luiza me ignora completamente, andando para longe, escuto a porta do quarto.
Me levanto e caminho para o quarto, quando abro a porta ela está na varanda do quarto, beirando a sacada. Caminho até ela e assim que paro ao lado dela, suspiro fundo.
- Me desculpa por mais cedo – Falo. - Eu perdi um pouco a cabeça, pensei ter perdido o relógio – Ela não se mexe. - Ele é importante para mim.
- Tudo bem – Ela não esboça reação e nem se mexe, fica parada olhando para sacada.
Tem um grande silêncio, até me lembrar do que o porteiro havia me comunicado.
- Não quis deixar seus pais subirem hoje?
- Não.
- Ficou o dia todo em casa?
- Sim.
- Está com raiva de mim?
- Não – Eu suspiro fundo.
Eu me irrito fácil, ainda mais quando a pessoa só fala comigo com um sim ou um não. Como a p***a de um monólogo.
- Certo Ana Luiza, certo.
- Deixei o seu presente no escritório – Olho para o rosto dela. - Não precisa me dar presente, agradeço, mas não quero.
- Então pegue ele e se livre dele, não quero ver ele na minha frente quando eu voltar – Digo. - Isso não é um pedido Ana Luiza – E assim eu falo, antes de sair dali, passar na sala, pegar minhas coisas e sumir porta fora.
AVISO - Mais um capítulo fresquinho pra vocês (finalmenteeee), para ficar por dentro adicione o livro na biblioteca, comente sempre nos capítulos para eu poder saber o que vocês acham do livro e deixe o seu voto maravilhoso ou me sigam para receber novidades e atualizações. Até amanhã com mais um capítulo fantástico. Att, Amanda Oliveira, amo-te. Beijinhos. Hehehehe até