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Templo ou Túmulo

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Sinopse

"Templo ou Túmulo" é uma narrativa envolvente que explora as complexidades das relações amorosas, o crescimento pessoal e os desafios enfrentados na busca pela verdadeira felicidade. A história segue Laura, uma mulher que, após anos de casamento com Miguel, começa a perceber que a vida que construiu não é a que sempre sonhou. O que antes parecia um conto de fadas se transforma em um pesadelo quando a possessividade e o controle de Miguel se tornam evidentes, fazendo Laura questionar sua identidade e o significado do amor.

Em meio a esse turbilhão emocional, Laura reencontra Rafael, um amigo de infância que sempre teve sentimentos por ela. A presença de Rafael traz à tona a mulher confiante e independente que Laura havia se perdido ao longo dos anos. À medida que Laura navega pelas águas turbulentas de seu casamento e pela redescoberta de si mesma, ela é f*****a a confrontar seu passado, suas escolhas e o que realmente deseja para o futuro.

Com temas de amor, vingança, autodescoberta e a luta pela liberdade, "Templo ou Túmulo" apresenta personagens cativantes e diálogos realistas, entrelaçando subtramas que enriquecem a narrativa. A história é repleta de reviravoltas emocionantes, simbolismo e uma ambientação imersiva que transporta o leitor para o coração das emoções vividas por Laura.

À medida que a trama se desenrola, Laura deve decidir se continuará presa em um casamento que se tornou um túmulo para seu amor ou se encontrará a coragem para buscar a felicidade e a liberdade que sempre desejou.

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Capítulo 1: O Início da Tempestade
O sol se punha lentamente no horizonte de Vila Aurora, tingindo o céu de um laranja profundo que se derramava sobre os prédios como mel. A brisa da noite, antes suave, agora sussurrava promessas de mudança enquanto acariciava meu rosto na varanda do apartamento. Mas para mim, a beleza do momento era apenas um eco distante, um contraste c***l com a melodia sufocante da minha própria vida. — Laura, você está aí? — A voz de Miguel, como um trovão distante, quebrou o silêncio. Ele surgiu na porta, a silhueta elegante contra a luz dourada, mas seus olhos carregavam a mesma tempestade de sempre: preocupação, frustração e uma pitada de possessividade. O terno impecável moldava seu corpo forte, mas a tensão emanava dele como se eu fosse a causa de todo o seu desconforto. — Estou aqui, admirando a vista — respondi, tentando domar o tremor na voz. A vista, outrora um refúgio, agora me devolvia um reflexo distorcido de mim mesma, uma sombra pálida da mulher que eu já fui. Miguel sempre esperava me ver radiante, uma imagem que eu não conseguia mais sustentar. — Você deveria estar se preparando para a festa. — Ele cruzou os braços, um gesto que me fazia sentir como se estivesse sendo julgada por um júri implacável. — Não quero que você me envergonhe diante dos meus colegas. Eles esperam ver a esposa perfeita, a prova de que eu tenho tudo sob controle. — Eu vou me arrumar, só preciso de um momento. — A resposta brotou automaticamente, um hábito doloroso de submissão. Mas a verdade era que eu precisava de mais do que um momento; eu precisava de uma fuga. Havia algo de errado, não apenas com ele, mas com nós. O casamento que antes me dava asas agora me prendia em uma gaiola de expectativas. A festa era a celebração de mais um sucesso de Miguel, e a expectativa de que eu, como sua esposa, deveria brilhar ao seu lado me esmagava como uma bigorna. A cada ano que passava, o papel de "esposa perfeita" se tornava mais sufocante. Eu não era mais uma parceira, mas sim um troféu, uma extensão de seu ego e status. Respirei fundo, tentando em vão afastar o nó que se formava em minha garganta, e deixei a varanda. O apartamento exalava o aroma doce das flores e o brilho tênue das velas que Miguel meticulosamente organizara. Ele sempre teve talento para criar ambientes acolhedores, mas para mim, tudo parecia uma farsa, uma encenação para esconder as emoções que fervilhavam sob a superfície. No espelho do corredor, vi meu reflexo: um vestido de seda azul que caía como água sobre meu corpo, mas não conseguia disfarçar a inquietação em meus olhos. Senti um arrepio percorrer minha espinha. Era como se o espelho me alertasse para algo que eu não queria ver. — Você está linda! — Miguel surgiu no quarto, o sorriso no rosto parecia genuíno, mas eu reconhecia a sombra de controle que dançava em seus olhos. Era o sorriso que ele usava para domar a fera que ruge em seu interior, a mesma fera que me amedrontava. — Obrigada. — Forcei um sorriso, esperando que ele não percebesse a falsidade. Miguel me puxou para perto, seus braços me envolveram em um abraço apertado, mas o toque me pareceu frio, desprovido de qualquer sentimento. Era como se ele estivesse apenas cumprindo um protocolo. — Vamos nos divertir esta noite, certo? — Ele se afastou um pouco, seus olhos fixos em mim, exigindo uma resposta que eu não conseguia dar. Havia uma expectativa implícita em seu olhar, uma cobrança silenciosa que me fazia sentir como se eu fosse uma marionete em suas mãos. — Sim, claro. — A resposta saiu hesitante, sem convicção. Uma parte de mim gritava por socorro, mas o medo da sua reação me paralisava. Eu me sentia presa em um ciclo vicioso de submissão e ressentimento. A festa começou, as vozes dos convidados ecoavam pelo apartamento, criando uma cacofonia ensurdecedora. Risadas forçadas e conversas superficiais preenchiam o espaço, mas eu me sentia como uma estranha em meio à multidão. As pessoas se moviam como autômatos, repetindo frases prontas e exibindo sorrisos falsos. Eu me sentia cada vez mais isolada, como se estivesse assistindo a um filme sem som. — Laura! — Uma voz familiar me chamou, me arrancando do meu torpor. Era Clara, minha melhor amiga, a única pessoa que conhecia a verdade por trás da fachada do meu casamento. Ela se aproximou, o sorriso radiante iluminando seu rosto, um oásis de autenticidade em meio àquele mar de falsidade. — Clara! Que bom te ver! — Tentei disfarçar a tristeza que me consumia, mas Clara me conhecia como ninguém. Seus olhos perspicazes me analisavam com atenção, buscando por trás da fachada de normalidade que eu tentava desesperadamente manter. — Você parece abatida. Está tudo bem? — Ela perguntou, a voz carregada de preocupação. — Estou cansada, só isso — respondi, desviando o olhar. Era a mesma resposta de sempre, o escudo que eu usava para me proteger das perguntas que eu não queria responder. — Não minta para mim, Laura. Eu sei que tem algo te incomodando — Clara insistiu, segurando minha mão com firmeza. Seu toque me transmitia segurança, como se ela estivesse me ancorando em meio à tempestade. — É o Miguel... As coisas não estão fáceis — confessei, a voz embargada. As palavras saíram como um sussurro, carregadas de angústia e frustração. — Eu sei — Clara respondeu, me abraçando com carinho. — Se precisar conversar, sabe que estou aqui. Assenti com a cabeça, grata pelo apoio da minha amiga. Clara era um oásis de compreensão em meio ao deserto de frieza que se tornara meu casamento. — Preciso de um drink — declarei, tentando mudar de assunto. — Vamos ao bar? — Claro — Clara concordou, me acompanhando até o balcão. Enquanto pedíamos nossas bebidas, meus olhos vagaram pelo salão, procurando por um rosto familiar. Foi então que eu o vi: Rafael. Ele estava parado perto da janela, conversando com Miguel. Senti um frio percorrer minha espinha. Era como se o passado estivesse me encarando, me desafiando a confrontar as escolhas que eu fizera. Um turbilhão de emoções me invadiu: alegria, nostalgia, culpa. Rafael sempre fora o amigo leal, o confidente, o porto seguro em meio às turbulências da vida. Mas ele também era a lembrança de um amor p******o, de um capítulo da minha história que eu tentara enterrar no fundo da minha memória. — O que foi? Você está pálida — Clara perguntou, notando minha aflição. — É o Rafael — respondi, apontando para ele com a cabeça. — Ele está aqui. — Nossa, quanto tempo! — Clara exclamou, surpresa. — Vocês não se viam há anos, não é? — Sim — murmurei, sentindo meu coração palpitar mais forte. — Por que você não vai falar com ele? — Clara sugeriu. — Não sei se é uma boa ideia — hesitei. A presença de Rafael me desestabilizava, me fazia questionar minhas escolhas, meus sentimentos. — Bobagem! — Clara rebateu. — Vocês são amigos, não são? — É, somos amigos — concordei, mas a palavra "amigos" soava estranha em meus lábios. Respirei fundo, tentando controlar minhas emoções. Eu precisava falar com Rafael, precisava saber o que ele estava fazendo ali, o que ele pensava de mim. — Eu vou lá — decidi, me levantando do banco. — Boa sorte! — Clara sorriu, me encorajando. Caminhei em direção a Rafael, sentindo minhas pernas bambearem a cada passo. Ele estava de costas para mim, conversando com Miguel. Esperei que eles terminassem a conversa antes de me aproximar. — Rafael? — Chamei, a voz tremendo levemente. Ele se virou e me viu. Seus olhos se arregalaram em surpresa, e um sorriso iluminou seu rosto. — Laura! Quanto tempo! — Ele exclamou, me abraçando com entusiasmo. Senti um choque percorrer meu corpo. Era como se o tempo tivesse parado, como se eu estivesse revivendo um momento do passado. O abraço de Rafael me transmitia conforto, segurança, como se ele estivesse me protegendo de toda a dor que eu carregava dentro de mim. — É bom te ver de novo — ele disse, me olhando nos olhos. — Você também não mudou nada — respondi, notando como ele continuava charmoso e atraente. — E você está cada vez mais linda — ele elogiou, me fazendo corar. — Obrigada — murmurei, sem graça. Ficamos em silêncio por alguns instantes, nos encarando. Era como se estivéssemos buscando palavras para expressar tudo o que sentíamos. — O que você está fazendo aqui? — Perguntei, quebrando o silêncio. — Vim a negócios — ele respondeu. — E você? — Eu... Eu estou aqui com o Miguel — gaguejei, evitando mencionar meu casamento. — Ah, claro — ele disse, desviando o olhar. Um clima estranho se instalou entre nós. Era como se um véu de tristeza e ressentimento pairasse sobre nossos ombros. — Vamos tomar um drink? — Rafael sugeriu, tentando quebrar o gelo. — Sim, vamos — concordei, aliviada por ele ter mudado de assunto. Fomos até o bar e pedimos nossas bebidas. Enquanto conversávamos sobre amenidades, eu não conseguia parar de pensar no passado, em tudo o que nós havíamos vivido. — Você está feliz? — Rafael perguntou de repente, me tirando dos meus devaneios. Engasguei com a bebida. A pergunta dele me atingiu como um raio, me fazendo questionar minhas escolhas, meus sentimentos. — Eu... Eu não sei — respondi, hesitante. — Como assim? — Ele insistiu. — Eu não sei se estou vivendo a vida que eu quero — confessei, as lágrimas brotando em meus olhos. — Você nunca me pareceu feliz ao lado do Miguel — ele comentou, a voz carregada de tristeza. — Eu sei — murmurei, envergonhada. — Você merece ser feliz, Laura — ele disse, segurando minha mão. — Você merece alguém que te ame de verdade. Senti meu coração palpitar mais forte. As palavras de Rafael me atingiram como um golpe, me fazendo despertar para a realidade que eu tentava ignorar. Eu não era feliz ao lado de Miguel, eu nunca fui. Eu vivia em uma gaiola de ouro, presa a um casamento de aparências. — Eu preciso ir — Rafael disse, se levantando. — Mas quero que você saiba que eu sempre estarei aqui para você. — Obrigada — respondi, as lágrimas escorrendo pelo meu rosto. — Não chore, Laura — ele pediu, me abraçando novamente. — Você é forte, você vai superar tudo isso. — Eu sei — murmurei, me agarrando a ele como se ele fosse a única âncora em meio à tempestade. Rafael se afastou, me deu um último sorriso e desapareceu na multidão. Eu fiquei ali, parada, sentindo o calor do seu abraço ainda presente em meu corpo. As palavras dele ecoavam em minha mente, me fazendo questionar tudo o que eu acreditava. A festa continuava ao meu redor, mas eu não conseguia mais prestar atenção em nada. Eu estava perdida em meus pensamentos, tentando encontrar um caminho para fora do labirinto que eu mesma construíra. De repente, senti um toque em meu ombro. Era Miguel, com um olhar furioso. — Onde você estava? Eu estava te procurando por toda parte! — Ele disse, a voz carregada de raiva. — Eu estava conversando com Rafael — respondi, tentando me manter calma. — Ah, é? — Ele ironizou. — E sobre o que vocês estavam conversando? — Sobre coisas nossas — respondi, evitando dar detalhes. — Não gosto que você se afaste de mim — ele disse, me puxando para perto. — Você é minha esposa, você tem que ficar ao meu lado. Senti um calafrio percorrer meu corpo. As palavras de Miguel me aprisionavam, me sufocavam. Eu não era um objeto, eu não era propriedade dele. Eu era uma mulher, com sentimentos, com desejos, com sonhos. — Miguel, eu sou uma adulta. Posso conversar com quem eu quiser. — As palavras saíram mais firmes do que eu pretendia, mas a frustração e a raiva estavam à flor da pele. Ele me olhou com olhos que brilhavam de possessividade. — Você não entende, não é? Eu não quero que você se misture com pessoas que podem te influenciar. Você precisa estar ao meu lado, sempre. A tensão no ar era palpável, e eu sabia que havia cruzado um limite. Miguel se aproximou ainda mais, e a pressão em meu peito aumentou. As risadas e a música ao fundo pareciam se apagar enquanto a realidade se tornava cada vez mais opressiva. — Você n******e me controlar assim — eu disse, minha voz quase um sussurro. Ele ficou em silêncio, me olhando com uma raiva que eu nunca tinha visto antes. O mundo ao nosso redor parecia ter desaparecido, e tudo o que restava eram nós dois e a tempestade que se formava entre nós.

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