Capítulo Três - Nicholas

2765 Palavras
Capítulo três - Nicholas. Depois do almoço na casa do meu irmão, eu fui embora. Abigail ficou lá conversando com a minha família. Foi uma surpresa para todos a gravidez de Ely. Estou muito feliz por eles. Aquela família merece toda a felicidade do mundo. Sai de lá decidido a conquistar Abby de volta. Entrei em meu carro, seguindo rumo ao mercado. Minha geladeira estava precisando de uma comprinha. Liguei o som do meu carro e tocou uma das minhas músicas brasileiras favoritas. Eu adoro o Brasil, adoro as músicas. Pra mim elas são as melhores. Muitas pessoas gringas estranham quando escutam, mas eu não, pois eu sempre visitava o Brasil desde pequeno. E também falar português nunca foi difícil pra mim, já que minha língua é Italiano e não o inglês, mas como moro nos Estados Unidos, eu tive que aprender a falar o inglês. Tocou Mano Walter, e era uma das melhores músicas dele. O cara é f**a. É tipo um sertanejo meio forró. “Se você me amou uma vez, vou fazer me amar outra vez. Vai ser coisa de louco, eu e você de novo” Eu cantei um trechinho da música. A música dizia tudo. Se Abby amou uma vez, vou fazer me amar novamente. Se bem que acho que ela ainda me ama. O olhar dela não n**a. Dentro do mercado tinha uma grande lanchonete. Primeiro fui fazer uma boquinha pra depois comprar algumas coisas. Peguei a fila que estava pequena, graças a deus, pois se não tivesse , teria uns mil Nicholas, com certeza - penso irônico. — Nicholas? — escuto uma voz feminina melosa e irritante. Digo isso pois já sei de quem é. — Soraya — a comprimento formalmente. — Como vai? Quanto tempo. Não te vejo mais nas festas. — ela diz e chega mais perto. — Talvez eu só não esteja nas mesmas festas que você — digo me segurando pra não apertar aquele pescoço fino dela. É claro que eu nunca bateria em uma mulher e sou totalmente contra em quem bate. Pra mim, um homem que bate em uma mulher é um covarde, que merece ter o p*u tirado. Mas, Soraya me tira do sério. Só de olhar pra cara dela já sinto enjôo, apesar dela ser bonita, não me chama nenhum pouco atenção. Uma parte foi culpa dela. Uma parte deu estar assim foi culpa dessa inútil. — Pode ser — ela diz olhando as unhas bem feitas. — Vai ter uma festa hoje na boate Las Vegas. Na maldita boate onde tudo aconteceu. — Vou me ocupar hoje a noite. Chama o seu namorado, o Carlos. — digo me virando. — Nunca fomos namorados. — Não importa. Você dava pra ele todo hora, então eu posso chamar isso de que tipo relacionamento? — pergunto não conseguindo mais ser educado — i****a — ela murmura — E você e Abigail? Estão namorando? — Porque tocou nesse assunto? Você viu o que aconteceu na boate naquela noite. Não se faça de sonsa, e eu e Abigail nunca fomos namorados. —Mas fiquei sabendo que ela é madrinha de casamento do seu irmão e de um sobrinho seu — ela diz. — Deixa de ser burra. O que isso tem haver? Ela é amiga da mulher do meu irmão. — digo — Não se meta na minha família , por favor. Pra uma pessoa que nem é próximo, você sabe coisa de mais. Por acaso tá andando atrás de Abby? — pergunto irritado. Quando ela ia responder, eu levanto minha mão para ela parar de falar. — Não fala nada, por favor. Você tá defecando pela boca, garota. Eu sai da fila, perdi até a fome. Brincadeira, não perdi a fome não, mas ficar no mesmo lugar que aquela mulher estava me dando enjôo. Não tem coisa pior to que estar perto de pessoas falsas. Anota aí. Fiz uma boa compra. Eu quase nunca faço compra.  Mamãe as vezes faz e leva lá pra casa, já que a menina que trabalha lá só vai três vezes por semana. Ela faz almoço só quando peço, pois na maioria das vezes eu almoço em restaurantes ou na casa de mamãe. Comprei polpas de suco, frutas, algumas massas, temperos, bolachas, Nescau, salgadinhos e muitas outras coisas. As vezes de noite em casa eu gosto de cozinhar. Confesso que sou ótimo na cozinha. Nem sempre gosto de tá saindo de noite pra comer fora ou tá pedindo comida. Então eu mesmo preparo a minha. Quando Sebastian era solteiro, ele quase sempre vinha em casa comer comigo, e Felipo não ficava pra trás. Hoje em dia quem vem mais é Felipo, já que ele é o único solteiro. Mas meu irmão uma vez ou outra vem pra cá com a gente comer e conversar. Agora ele tem uma família e uma grande responsabilidade, algo que um tempo atrás eu não queria ter, mas que hoje em dia cogito a possibilidade de um futuro com uma família. Incrível como o munda dá voltas. Não se engane, ele dá mesmo. Cheguei em minha casa, guardei a feira inteira e fui tomar uma ducha pra esfriar a cabeça. Vesti-me com uma roupa caseira e fui para a cozinha fazer algo pra comer. Como eu imaginava, Felipo aparece em casa todo arrumada me achando para a festa. — Iai cara, vai ou não? — pergunta e se senta no banco da bancada. — Não tô afim de ir não. Vou comer, trabalhar pelo notebook e dormir. Eu até iria se eu não tivesse um momento de coisa pra terminar até amanhã. — Não precisa se desesperar. Você é o dono da p***a toda, cara. — ele diz e ri. — Para ser dono da p***a todo, eu preciso me esforçar pra p***a toda dá certo e me dá dinheiro. — digo rindo e me sentando do outro lado com meu prato de comida — Você quer? — Não não. Hoje não irei apreciar seu delicioso prato. Jantei em mamãe hoje. — Ah. Tudo bem. Bom que sobra — rio e vou pegar as batatas que estavam fritando. — Não quer nem um batatinha? —Eu… — ele para e olha para as batatas — Só uma , vai — ele diz e puxa uma de dentro do prato. — Tem cerveja? — Tem. Trás uma pra mim. Acabou que Sebastian com Lorenzo Raphael apareceram em casa e ficamos nós três jogando conversa fora e comendo besteira. Felipo nem mais pra festa foi. Acabou bebendo demais e nesse exato momento está jogado no meu sofá. — Ele vai ficar bem? — Sebastian perguntou rindo e arrumando Rapha em seu colo. Ele estava se referindo a Felipo. — Vai sim. Tô pra fazer uma quarto pra ele aqui — digo rindo. — Eu vou indo. Pauline estava com Ely, mas acho que ela já foi. — Vai lá. — digo e pego na mão de Raphael — Faz um toque com o titio. — brinco com ele fazendo um toque com nossa mão. Ele apena rir pra mim. — Tchau, Nicholas. — Tudo bem. Tchau titio — dou tchau para Rapha que balança os bracinhos pra mim. Fico olhando meu irmão indo embora até entrar no elevador. Sorriu pro nada, feliz por ele está feliz, fazendo a família crescer cada vez mais. Entrei em casa, subi para o quarto onde peguei um cobertor para Felipo. Parecia um doido no sofá. Isso que dá beber demais. Deitei em minha cama e liguei a TV no canal Telecine. Não passava merda nenhuma, ou pelo menos nada que me interessasse. Desliguei a TV e liguei o abajur do quarto. Meus pensamentos voltaram em Abigail. O que ela estaria fazendo agora? Dormindo? Passeando com seus amigos? Pensando em mim também? Pensando em mim deve ser a última opção. Claro que ela não ta pensando em mim. Não depois do que eu fiz pra ela. Como eu fui burro de esquecer o jantar e ir curtir na festa? Eu na festa e ela sozinha na fazenda, plantada lá, como uma palhaça iludida. Eu juro que essa burrice minha não perdoou. O que fazer pra ela me perdoar? O que fazer pra ela voltar a falar comigo? O que fazer para conquista-la de novo? Se eu chegar com ela, ela vai querer fugir e não vai falar comigo. Preciso de uma ajuda de alguém próximo dela, e esse alguém vai ser Carolina. _____ Sábado. Final de semana a secretária não vinha. Eu mesmo arrumei minha cama e fiz o café. — Bom dia bebezão — digo para Felipo que aparece jáa tomado banho e com uma roupa minha. — Depois eu te entrego tua roupa. p***a. Que dor de cabeça. — Você definitivamente não sabe beber, Felipo. — digo. — Sei sim. O que você fez pro café? — pergunta se sentando — Tá aí na mesa. Come ai e depois tranca a porta. Já vou pra empresa. Final de semana trabalho até meio dia no sábado. A empresa não para, tem pessoas que são contratadas apenas para trabalhar nos finais de semana. Eles cuidam das coisas mais básico como: Marcar reuniões, receber pequenas empresas e assim vai. Quando entrei dentro do carro, meu celular vibrou e era uma mensagem de Sebastian dizendo que não iria para a empresa pois iria para San Francisco pra casa do pai de Emily. Mensagem para Sebastian. Tudo bem. Boa viajem. ______ Meu horário passou rápido na empresa. Deixei as coisas na mão de um antigo amigo da família e sai. Eu estava a caminho da casa de Carolina. Sei onde ela mora pois já fui pegar Abigail lá uma vez. Já na frente da sua grande casa, estacionei o carro e fui falar com o porteiro. — Bom dia ou boa tarde... Eu queria falar com Carolina. Ela está? — Está sim. Como é seu nome? — Josef  — minto. Se eu dissesse meu nome, ela nunca me deixaria entrar. O porteiro liga para casa e não demorou muito liberou minha entrada. Até surpreso eu fiquei. — Pode entrar. Deixei o carro do lado de fora e entrei na casa. Primeiro passei pelo belo gramado, e depois cheguei na porta da casa. Estava aberta, então só fiz entrar e tranca-la. Carolina aparece na sala nenhum pouco surpresa ao me ver. — Eu vi você na câmera  —  ela diz. Concordo meio sem graça. — Sente-se — ela diz não muito feliz com minha presença. É notável. — Queria conversar com você — digo — Imaginei que quisesse. — diz e também se senta. Eu cheguei a ser amigo de Carolina. Ela até um dia disse que gostava de ver eu e Abigail juntos. Mas hoje não passo de um inimigo pra ela. — Eu queria pedir pra você me ajudar a conquistar Abigail.  Eu imploro pra você me ajudar , Carol. — Você teve quase dois anos pra me pedir isso e vem me pedir só agora? Logo agora em que ela ta começando a superar, logo agora que ela tá conhecendo um cara legal? Me desculpe, mas não quero minha amigo sofrendo de novo. Eu não quero minha amiga levando toco em mais um jantar. Pelo menos o Alfredo marcou um jantar com ela e apareceu. — Quem é Alfredo? — pergunto. parece que só foi essa nome que escutei em tudo o que ela falou. — Não interessa, Nicholas. Me desculpe, mas não vou fazer isso. — Você tem que me ajudar … — Não tenho não. Sabe o que me deixou com mais raiva de você? Não foi nem o beijo que você trocou com Soraya, por que sendo justa, eu não vi quem beijou quem, mas o que me deixou com raiva, foi você ter marcado o jantar lá pra p**a que pariu , e ter deixado minha amiga plantada lá que nem uma trouxa. Ela disse que iria te perdoar se você estivesse em uma reunião da empresa, ou reunião com sua família ou resolvendo um problema sério, mas olha só onde você estava, Nicholas, justo em uma festa?— fala brava — Abigail tem todo o direito do mundo pra estar chateada com você, e ela tem todo o direto do mundo de ser feliz. — ela diz agora mais calma — Nicholas, eu juro que eu queria que o tempo voltasse pra você fazer tudo direito, mas não posso. Eu não te odeio, só não acho que você seja bom pra minha amiga. Você sabe da história dela, não é? Não acha que ela já sofreu de mais?  — ela pergunta e toca meu ombro. Carol está mais calma agora. Já não gritava e parecia que estava até com pena de mim. — Então você não vai me ajudar? — Vai ser melhor assim. — ela diz. — Melhor pra quem? Pra Você? Por que pra mim e pra Abigail não vai. Ela me ama e eu amo ela. Não adianta ela tá saindo com esse filho da p**a desse tal de Alfredo que eu não vou sair da cabeça dela. — digo agora um pouco alterado — Eu não vou desistir. Você foi minha primeira opção. Eu posso conseguir outras. — Tranca a porta quando sair — ela diz se girando e subindo as escadas. Me virei com raiva e sai apressado da casa dela. Agora minha segunda opção é Sara, a prima mais próxima de Abigail. Ela me conheceu uma vez, talvez não lembre de mim, mas acho bem difícil já que eu virei o inimigo delas. A casa da prima de Abigail eu sei  onde é pois o marido dela era um meio que conhecido meu. Na frente na casa, bato a campa e por sorte ela me atendeu. Ela não parecia me odiar. Pelo menos o olhar dela não demostrava. — Nicholas? — pergunta surpresa. — Oi, Sara.  Como você está? — Grávida — ela diz com graça. De fato ela estava. Sua barriga já estava bem grande. — Entre. Entrei em sua bela casa e me sentei. — O que te trás aqui? — ela pergunta também se sentando. De fato, ela não me odiava. — Assunto é Abigail. — Ah…. — ela diz meio desconfortável. — Você precisa me ajudar com Abigail. Eu queria falar com ela, conversar… Abigail não quer nem me ver. Eu errei, eu errei feio, pedi desculpas, mas ela não me perdoou — Talvez ela tenha te perdoado sim, Nicholas, mas Abigail deve está apenas se prevenindo. Ela é uma mulher decidida, que só quer ficar longe de problemas e de mais sofrimento. — Eu sei que no passado eu era um traste, um cachorro , eu só queria curtir e essas coisas, mas eu mudei. Nunca que o Nicholas do passado estaria aqui pedindo ajudar pra ter uma mulher de volta. Talvez o Nicholas do passo pediria ajuda pra ter ela na cama e não na sua vida. Só tenho você pra me ajudar, Sara. Diz que me ajuda. Eu prometo que farei tudo certo dessa vez. Ela ficou me olhando um bom tempo, talvez pensando se me ajudaria ou não. Eu estava nervoso pela resposta. Ela sorri de lado e concorda com a cabeça. — Eu vou te ajudar por que vejo que você realmente mudou. Te mando uma mensagem. Deixe seu número comigo. Esses tempos não posso ta pensando nisso pois estarei ocupado com o quarto do meu bebê, mas não se preocupe que irei arrumar um jeitinho pra você conversar com ela. Vai depender muito de Abigail também. Ela anda bem ocupada com os quadros dela. — Como sinto falta de ver ela pitando. — digo feliz — Não sei nem como te agradecer. — Só faça ela feliz, Nicholas. Tente pelo menos. —Eu juro que vou — digo e por impulso e felicidade abraço ela. — Muito obrigado mesmo. Fui embora feliz da vida pra casa. Quando chegue, abri a porta e vi Felipo ainda lá. Ele jogava do meu Xbox. — Não foi embora? — Não. Não tenho nada pra fazer em casa. — Põe pra dois aí — digo tirando minha blusa e me jogando no tapete de casa. Éramos dois homens parecendo duas crianças, mas f**a-se. — Pediu pelo menos o almoço? — Calma, Nini, eu pedi sim. O seu favorito tá, amor? — Te lascar — digo rindo e jogando um travesseiro nele. Peguei duas latas de cerveja e levei pra sala. Eu estava feliz. Espero que dê tudo certo, mas se não dê, não vou desistir. ___ Vote e comente. Beijos
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