Pré-visualização gratuita 12/01/1997
Em uma manhã fria do inverno mais rigoroso nos últimos cinco anos, Jack acordava em sua cama, o garoto de quinze anos não se surpreendeu ao notar que o que lhe havia acordado, eram os gritos de seu pai com sua mãe, o que normalmente terminava em um olho roxo, alguns hematoma e esfolados, mas em casos raros já tinham ocorrido alguns ossos quebrados, o garoto sabia que levantar naquele momento geraria ao menos uma surra para si, então preferiu esperar um pouco, na esperança de quando fosse obrigado a levantar para ir à escola já tivessem cessado a briga, o que não aconteceu, o menino já estava pronto, seu cabelo curto loiro, penteado para trás, uma camisa preta, bota texana marrom, como a de um cowboy, com seu cano coberto pela calça jeans batida que usava, o garoto tentou sair escondido, evitando qualquer barulho, sem nem mesmo tomar seu café da manhã, coisa que já era acostumado, afinal vivia fazendo isso, por sorte, ou costume, afinal quando se faz muito alguma coisa, a gente fica bom naquilo, conseguiu sair escondido, então foi em em direção a sua escola, o tempo chuvoso era um pouco incômodo, o forçando a esconder-se sob as marquises de lojas, sentia seus ossos doerem com tamanho frio, mas ainda lembrava da surra que tomou na última vez que pediu ao pai um casaco, a alguns quilômetros de casa uma garota de cabelo castanho ondulado, com um metro e cinquenta, vestindo calça jeans e um belo moletom vermelho, esperava o garoto na beira da estrada, em baixo da marquise da padaria Willis, uma padaria famosa por seu maravilhoso rocambole, na mão da menina havia uma sacola de papel, enquanto na outra um casaco de couro marrom, ao aproximar-se da menina distraída Jack exclamou:
-Liz! Oi. -Enquanto abria os braços para um caloroso abraço.
-Oi, Tudo bem? -Ela falou abraçando-o, mesmo sabendo que estava molhado, também sabia que aquele era o primeiro carinho que recebia desde a última vez que se viram, antes do final de semana.
-Tudo sim e com você?
-To bem também, toma aqui, meu pai mandou pra você. -Falou esticando o casaco para o menino.
-Certeza, ele não vai ficar bravo?
-Claro que não, ele mandou, porque não gostou muito dos infeites, também mandou comprar isso aqui pra gente, sabemos como é na sua casa.
-Obrigado, realmente não sei como agradecer. -Ele falou pegando o que agora via ser um sobretudo, sua cor marrom indicava ser novo, afinal ainda estava com a cor bem viva, era um casaco comum, mas com um tecido que cercava seus ombros.
-Não precisa agradecer Jack, você sabe que a gente gosta muito de você.
-Também gosto muito de você… Quer dizer vocês.
-Calma, também gosto muito de você, vamos andando? Podemos comer na escola.
-Claro, sem problemas.
Os dois então finalmente começaram seu caminho juntos até a escola, agora Jack lembrava o porquê gostava tanto de ir à escola, pois lá podia encontrar com Liz, uma das poucas pessoas que ele realmente amava, os dois chegaram a um grande prédio cinza, com a escrita grande em preto “Hichter Scholl” ambos sentaram lado a lado no fundo da sala, onde dividiram seu maravilhoso rocambole de chocolate com morango, a medida que a aula ia passando Jack entristecia-se pensando que teria que voltar para casa, mas tudo piorou quando a professora chamou por seu nome, entregando-lhe uma prova onde havia tirado três e meio, sabia que aquilo geraria ao menos alguns hematomas, a sentar-se de volta ao lado de Elizabeth apenas ficou quieto, segurando o choro, afinal sabia que chorar era coisa para meninas, ou para fracos, alguns poucos instantes se passaram, quando sentiu seu corpo ser envolto por um abraço, ao olhar para o lado viu Liz tentando consolá-lo.
-Obrigado, eu realmente agradeço, mas não precisa se preocupar.
-Como não me preocupar, se eu sei que você pode nem aparecer mais.
-Eu sempre vou voltar, eu prometo.
Os dois encaravam-se nos olhos, por um momento Jack reuniu coragem para beijá-la, mas seu ímpeto foi interrompido pelo som de sirene do alarme da escola, eles então sem jeito levantaram-se, arrumando suas coisas para ir embora, voltaram juntos até a frente da padaria, mas dessa vez em um silêncio constrangedor.
-Por favor, volta pra mim amanhã! -Pediu a menina em tom entristecido.
-Você sabe que eu sempre volto!
Exclamou o garoto, confiante de que voltaria no dia seguinte, ele então virou-se para ir embora, mas foi interrompido pela menina que o puxou de volta para um forte abraço, Jack sabendo que talvez não fosse ter outra chance como aquela segurou na cintura e atrás da nuca da jovem, lhe dando um longo e demorado beijo que foi retribuído, quando os dois pararam um belo Cadillac preto parou em frente a eles, a janela do do carona se abriu, dando visão para uma mulher loira, vestindo roupa social, aquela era a mãe da menina.
-Vocês demoraram em, parabéns Jack, eu vi tudo.
-O-obrigado. -Gaguejou o jovem.
-Até amanhã. -Falou a menina entrando no carro
-Até.
Após assistir o carro partir finalmente deu continuidade a seu caminho, cerca de trinta minutos depois já estava em frente a uma pequena casa de madeira, cercada por cercas de madeira com a tinta descascada, assim como a casa, de dentro era possível enxergar a luz ligada, então o garoto finalmente entrou, sabia que ainda tinha algumas horas até seus pais chegarem em casa, nesse meio tempo aproveitou para tomar banho e arrumar a casa. Mais tarde naquela mesma noite todos estavam sentados à mesa em um longo silêncio constrangedor, quando Max, um homem grande, gordo, cabeça raspada, vestindo uma camisa social branca listrada, calça social e suspensório, quebrou o silêncio.
-Susan como foi seu dia?
Perguntou olhando para sua esposa, uma mulher branca, cabelos pretos, magra e extremante pequena, tendo por volta de um metro e quarenta e cinco.
-Foi bem, hoje não tiveram reclamações sobre as minhas peças de roupa.
-Acho bom, até porque se você perder esse emprego, não vou conseguir manter essa merda de casa. -o Homem fala com arrogância. -E você Jack, como foi o dia?
-Acho que estou namorando…
-Você acha? Você é incopetente até pra isso? O que mais? Você acha que é gay?
-Me desculpa… Eu também tirei três e meio em matemática. -Murmurou baixinho.
Ao ouvir isso Max levantou-se em silêncio e se aproximou de Jack, o garoto já esperando o pior apenas fechou os olhos e assim ocorreu, sentiu seu rosto ser atingido pelo punho de seu pai, o que fez com que caísse ao chão, enquanto tentava levantar o homem se aproximou novamente, então começando a chutar as costelas do garoto, que não tinha como revidar.
-PARA MAX!
Gritou Susan, que demorou apenas o tempo de ter seu rosto atingido por um soco até se arrepender.
-Quem você pensa que é v***a?
Ele então pegou a mulher pelas mãos, a jogou contra a mesa de costas para si, abaixou a calça da mulher, puxou sua genitália para fora e forçou a penetração, enquanto ela chorava e implorava para que ele parasse, Jack assistiu tudo, sem conseguir se mexer, m*l conseguindo respirar, aquilo durou por muito tempo, pelo menos para Jack aquilo parecia uma eternidade.