Cafe da manhã

2730 Palavras
Harry, Bell e o Sr. Tom caminharam por outro corredor e entraram em uma sala. Esta sala era ampla e alta, e tinha um lustre brilhante com muitos cristais pendurados no teto. Uma grande mesa de madeira rodeada de cadeiras deixava bem claro que aquela era a sala de jantar. As cadeiras eram todas elegantes, também feitas de madeira, e tinham belos tecidos estampados nas partes almofadadas. O Sr. Tom os conduziu até a extremidade da mesa, onde duas cadeiras estavam sentadas uma ao lado da outra. Quando foram se sentar, Harry percebeu que todas as cortinas estavam fechadas, o que era estranho, já que era de manhã. "Esta é a sala de jantar", disse o Sr. Tom, puxando uma das cadeiras para Harry se sentar. "É bastante grande apenas para nós dois, mas achei importante que você soubesse onde esta sala está localizada e como ela se parece." Harry não sabia ao certo se conseguiria encontrar o caminho de volta para o quarto em que dormiu na noite anterior. Ele esperava que o Sr. Tom não lhe pedisse para fazer isso sozinho. "É uma sala muito bom", disse Harry educadamente enquanto subia na cadeira oferecida. "Obrigado, Harry." Uma vez acomodado em sua cadeira, Harry olhou para a mesa grande e vazia . Onde estava a comida? Mas Harry m*l teve tempo de abrir a boca para fazer qualquer pergunta antes de os pratos e utensílios estourarem no tampo da mesa. Havia uma xícara, um prato e uma tigela. Havia também um garfo, uma faca e uma colher, tudo sobre um guardanapo. Mais magia, Harry pensou, sentindo-se tonto. O estranho é que todos os pratos novos estavam vazios. Harry se virou para olhar para o Sr. Tom. Harry deveria estar fazendo algo? Parte dele esperava que o Sr. Tom o ensinasse como usar magia para fazer comida. Outra parte dele estava preocupada que ele deveria ter ajudado a preparar o café da manhã de alguma forma, e que esses pratos vazios eram a prova de que ele havia cometido um grande erro e decepcionado o Sr. Tom. "O que você gostaria para o café da manhã?" A pergunta pegou Harry desprevenido. O que isso significa? Qual foi a resposta correta? Harry se forçou a se acalmar e pensar um pouco na questão. Durante as visitas anteriores, o Sr. Tom fez a comida aparecer do nada. Coisas simples como sanduíches e salgadinhos. Ele poderia fazer o mesmo com o café da manhã? Harry não tinha certeza. Mas Harry nunca tinha perguntado o que ele queria comer antes. As regras eram diferentes agora que eles estavam na casa do Sr. Tom? "Eu estou bem com qualquer coisa", disse Harry. "Você pode pegar." Os olhos do Sr. Tom não olharam para os pratos e tigelas vazios. Eles ficaram fixos em Harry, no rosto de Harry, como se estivessem com medo de se afastar. Harry entendeu isso. Às vezes, ele temia que, se desviasse o olhar, o Sr. Tom desapareceria. "Vamos começar com uma pequena escolha", decidiu o Sr. Tom. Ele pegou a xícara vazia de Harry e a colocou na frente de seu prato. "Você gostaria de suco de laranja ou leite?" Harry lambeu os lábios. Ele estava com muita sede agora que pensava sobre isso, e ambas as opções eram boas opções. Pensando no café da manhã na casa dos Dursley, houve muitas vezes em que Harry queria suco ou leite em vez de água. Mas aqui, a água não era uma opção. Aqui, havia apenas duas opções. "Vou querer suco, por favor", disse Harry. O copo se encheu de suco de laranja. O Sr. Tom empurrou a xícara para mais perto da borda da mesa e acenou com a cabeça encorajadoramente. Então Harry pegou a xícara com as duas mãos, tomando cuidado para segurar a alça com força, e deu um pequeno gole. O suco de laranja estava frio e não muito doce. Foi muito, muito bom. Harry tomou um gole maior para limpar mais a sede, então colocou o copo de volta na mesa. Ele não tinha bebido muito, mas não queria ser ganancioso. "Qual o sabor disso?" perguntou o Sr. Tom. "Está bom", disse Harry. Então ele congelou e acrescentou em uma voz estridente, "Obrigado!" Ele quase se esqueceu de dizer isso! O rosto de Harry esquentou desconfortavelmente quando ele desviou o olhar do Sr. Tom, optando por encarar o copo de suco de laranja. "De nada." Então Harry sentiu um tapinha em seu ombro. Decidindo que estava tudo bem olhar para cima, Harry virou a cabeça e viu que o Sr. Tom não parecia chateado com seu erro. "Você quer escolher o café da manhã agora?" perguntou o Sr. Tom. "Você pode ter o que quiser." "Hum." Harry estava tendo problemas para pensar. Ele estava ficando estressado. E se ele escolhesse algo que o Sr. Tom não gostasse de comer? Isso seria terrível. Harry tentou pensar em quais alimentos a maioria das pessoas gostava de comer. Que comida estaria boa, não importa o quê? Depois de um segundo, uma ideia veio a ele. Harry se obrigou a perguntar antes de perder a coragem. "Que tal uma torrada?" "Hmmm." O Sr. Tom tamborilou um dedo pensativo na lateral do rosto enquanto Harry se preocupava. Havia algo de errado com torradas? "Por que não fazemos algo divertido com isso?" Harry só conseguiu acenar com a cabeça, sem saber o que iria acontecer. Então o Sr. Tom estalou os dedos, olhando para onde Bell estava enrolada no chão aos pés da cadeira de Harry. Bell se levantou, fazendo um barulho animado, e pulou na mesa. Isso fez com que alguns pratos e tigelas batessem na madeira. Em seguida, um pão apareceu em uma cesta. O Sr. Tom removeu uma fatia dele e colocou delicadamente no prato de Harry. "Observe," ele dirigiu. Então Harry olhou fixamente para o pedaço de pão que descansava em seu prato. Bell se aproximou, de cabeça baixa, e então Harry ficou imediatamente surpreso quando Bell soltou um minúsculo jato de fogo que assou o topo da fatia de pão, crocando a superfície. "Legal!" Harry exclamou. Ele foi pegar a torrada, mas a mão do Sr. Tom veio para bloqueá-lo. "Cuidado, vai estar quente." Bell estava roncando de alegria, pisoteando ao redor da mesa, o r**o balançando para frente e para trás. Harry sorriu para Bell, feliz em ver a demonstração de orgulho do dragão não tão pequeno. Então Bell trotou até o lado do Sr. Tom na mesa e sentou-se com um baque, virando os pratos e utensílios uma segunda vez. "Você é muito mais problemático com esse tamanho", resmungou o Sr. Tom. Um pedaço de salsicha apareceu em sua mão, que ele estendeu para Bell. Bell os agarrou e saltou da mesa, fora da vista de Harry. Harry podia ouvir, porém, os sons da carne sendo devorada. "Posso pegar a torrada agora?" Harry perguntou. Ele estava animado para descobrir qual era o gosto. "Você pode adicionar manteiga ou geleia", aconselhou o Sr. Tom, parecendo divertido. "Oh", disse Harry. "Certo." Ele olhou de volta para a mesa e viu que havia pequenos potes de cerâmica cheios de coisas diferentes. Harry escolheu um pote de manteiga e tirou um pouco com sua faca de manteiga, em seguida, espalhou-o cuidadosamente sobre sua torrada, que ainda estava muito quente. A torrada estava fantástica. Harry engoliu sem pensar, depois limpou o rosto e os dedos das migalhas com o guardanapo. "Você fez um ótimo trabalho", disse Harry a Bell, que há muito havia terminado a refeição da salsicha e voltara a rondar a seus pés. "Você quer comer mais alguma coisa, Harry?" O Sr. Tom tinha comido torradas com geleia, embora tivesse usado magia para torrar o pão em vez do fogo de Bell. Provavelmente porque ele estava preocupado com a possibilidade de Bell acidentalmente colocar fogo na mesa. Harry achava que Bell era muito inteligente para esse tipo de erro, mas talvez Bell ainda não estivesse acostumado a ser grande e ter um fogo maior. "Estou cheio", disse Harry com confiança. O Sr. Tom franziu a testa. "Aquilo foi apenas um pedaço de torrada." Harry se contorceu sob o peso do olhar do Sr. Tom. "Está tudo bem. Estou cheio." "Que tal alguns ovos, Harry? Ou salsichas, como o Belligerent comeu no café da manhã." O Sr. Tom apontou para onde Bell estava rolando no chão. "Estou bem", repetiu Harry. Para enfatizar seu ponto, ele pegou seu copo de suco de laranja e bebeu o resto. "Tudo feito." "Harry", disse o Sr. Tom. Sua mão pousou sobre a de Harry, cobrindo-a como um cobertor. "Eu gostaria que você comesse mais um pouco, por favor." "Eu disse que estou bem!" Harry protestou. Seu corpo estava tenso e sua cabeça estava começando a ficar tonta. "Eu já disse. Não estou ... não estou mentindo." Seu lábio inferior tremia, e a tontura em sua cabeça agora parecia que alguém estava apertando. O Sr. Tom congelou, sua mão ainda apoiada na de Harry. "Atormentar-" "Não estou", disse Harry, tremendo, agora à beira das lágrimas. "Eu não - nós não mentimos um para o outro. V-você disse isso." O Sr. Tom respirou fundo, seus olhos se arregalando. Então ele disse, "Sinto muito, Harry. Eu não tive a intenção de acusá-lo de mentir." Mesmo que as palavras fossem boas, Harry continuou tremendo. Ele não conseguia parar de fazer isso. A única coisa que o impediu de explodir em lágrimas foi que suas mãos ainda estavam se tocando. O Sr. Tom não poderia ficar bravo se suas mãos estivessem se tocando. Bell saltou no colo de Harry, pés com garras cutucando as coxas de Harry enquanto sua cabeça espinhosa batia no peito de Harry. Harry colocou a mão nas costas do dragão, esfregando os dedos nas escamas quentes. Bell começou a roncar, como o ronronar de um gato. O som foi calmante e ajudou Harry a desacelerar sua respiração. "Atormentar?" Harry respirou fundo novamente e olhou para cima. Seu peito estava um pouco melhor. O calor de Bell em seu colo era reconfortante. O Sr. Tom estava olhando para ele com uma expressão preocupada. Harry podia ver as linhas em sua testa. "Você está bem?" perguntou o Sr. Tom. Sua mão deslizou pelo espaço entre eles, pousando suavemente no ombro de Harry. "Você precisa de um pouco de água?" "Estou bem", disse Harry. Ele fungou um pouco e acrescentou: "Por que você tem forma de pessoa?" O Sr. Tom franziu a testa. Seus dedos se fecharam no ombro de Harry, apertando levemente. "Isso não é importante, Harry. Tem certeza que não quer um pouco de água?" Uma xícara com canudo se materializou sobre a mesa. O Sr. Tom o pegou e estendeu, a palha apontada na direção de Harry. Harry balançou a cabeça. "Estou bem", ele repetiu, frustrado. A xícara desapareceu quase imediatamente. "Muito bem", disse o Sr. Tom suavemente. Sua mão era um peso quente, mesmo através do material da camisa de Harry. "Então, terminamos o café da manhã? Mas talvez possamos levar algo pequeno conosco enquanto eu lhe mostro o resto da mansão ..." A frase foi cortada. O Sr. Tom piscou, seus olhos desfocados como se ele estivesse ouvindo algo distante. "O que é isso?" Harry perguntou. Ele não queria ficar com medo, mas ele nunca tinha visto aquela expressão no rosto do homem antes. Isso o perturbou. A boca do Sr. Tom caiu em uma linha reta. "Receio que tenhamos visitas, querido. Isso não vai demorar mais que um momento, mas vou levar você e Belligerent para outro quarto por enquanto." Essa linha de pensamento era familiar para Harry. Ele estava acostumado a ouvir que deveria se esconder quando as pessoas o visitavam. "OK." O Sr. Tom levantou-se da cadeira e ofereceu a mão a Harry. Bell saltou de volta ao chão, liberando as pernas de Harry. Harry saltou de sua cadeira e se permitiu ser levado de volta para o grande corredor. "Não muito longe", murmurou o Sr. Tom. "Mas me escute, Harry. Quero que você fique neste quarto até que eu volte para buscá-lo, entendeu? Não quero você vagando por aí sem mim. Você pode encontrar algo perigoso que pode te machucar." "Ok," Harry prometeu. "Não vou tocar em nada nem irei a lugar nenhum." Pouco depois disso, eles entraram em uma nova sala. Este quarto era muito bonito. Havia grandes cadeiras marrons de aparência confortável e um grande tapete cinza. Um abajur alto e fino feito de vidro verde e amarelo estava posicionado sobre o café. Harry esperava ter permissão para usar e experimentar a lâmpada. A luz seria verde em alguns lugares e amarela em outros? "Você e Belligerent vão ficar aqui." O Sr. Tom acenou com a cabeça em direção às cadeiras. "Isso vai levar apenas alguns minutos." "Alguns minutos?" "Sim. Se alguma coisa acontecer, qualquer coisa, eu quero que você ligue para mim." Esta instrução foi dada com uma voz severa. O Sr. Tom raramente era tão sério, então Harry acenou com a cabeça rapidamente, não querendo chatear ou desapontar seu amigo. Então o Sr. Tom voltou sua atenção para Bell, que já havia pisado em uma das grandes cadeiras e começou a cheirá-la. "Beligerante. Você fará companhia a Harry na minha ausência, não é?" O dragão fez uma pausa em sua exploração e girou, os olhos amarelos fixos no rosto do Sr. Tom. Então Bell soltou uma torrente de fogo que quase queimou o tapete. O Sr. Tom olhou para Bell por mais um segundo, então pareceu satisfeito. "Alguns minutos," ele repetiu. Então ele saiu da sala, fechando a porta atrás de si. Harry foi até uma das cadeiras e subiu nela. O tecido era agradável sob suas mãos. Era macio, mas não muito macio. "Este é um bom quarto", disse Harry. Ele esfregou os apoios de braço e depois se lembrou da lâmpada. "Oh." Harry olhou para Bell e disse tristemente, "Esqueci de perguntar se poderia ligá-lo." Bell fez um som triste em resposta. Harry estava feliz que Bell concordou com ele sobre a lâmpada. "Quem você acha que veio visitar?" Harry perguntou. Em vez de responder, Bell retomou sua exploração da sala. "Ei," Harry disse enquanto Bell se dirigia para as grandes janelas do outro lado da sala. "Não devemos tocar em nada." Bell fungou ao longo da borda inferior das pesadas cortinas pretas que cobriam os painéis de vidro. Tantas cortinas neste lugar! O quarto em que Harry acordou também tinha cortinas. E a sala de jantar também tinha cortinas. Todas as cortinas estavam fechadas, no entanto. Harry ficou tentado a ir até a janela e dar uma olhada, mas prometeu ficar parado. Ele ia ser bom e não tocar em nada. Bell continuou fuçando nas cortinas. Harry só pôde assistir, e então ficou alarmado quando Bell revelou uma boca cheia de dentes afiados e pontiagudos - dentes que começaram a morder a ponta de uma cortina e puxar. "Ei!" Harry se levantou e tropeçou para frente. "Bell! Pare com isso! Nós vamos ter problemas." Harry teria problemas por não cuidar de seu animal de estimação adequadamente. Bell continuou puxando, embora a cortina parecesse pesada o suficiente para ser difícil movê-la. Harry caiu de joelhos, alcançando Bell com as duas mãos, apenas Bell dançou para fora do caminho, se contorcendo como uma enguia. "Pare!" Harry disse, irritado agora. "Você deveria me ouvir." Bell fez um barulho alto abafado pela cortina, então deu um salto engraçado , lançando-se no ar um pouquinho, com as asas batendo. Isso foi força suficiente para abrir a cortina. A luz entrou na sala. Harry fez uma pausa em suas tentativas de pegar Bell, distraído pela mudança repentina. Ele queria ver o que havia lá fora. A cortina estava aberta. Harry precisava fechá-lo, mas antes disso, ele poderia dar uma olhada. Apenas uma pequena olhada, e ninguém além de Bell saberia. "Isso é culpa sua", disse Harry a Bell. "Eu vou fechar." Bell, que já havia aberto a cortina e agora estava sentado, soltando faíscas no ar. Harry se levantou e foi até a janela. A luz era tão forte que ele teve que piscar para afastar os pontos de seus olhos, mas então ele olhou, e ele podia ver - ele podia ver - ◆◇◆◇◆◇◆◇◆◇◆◇◆◇◆◇◆◇◆◇◆◇◆◇
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