EPISODIO 3

2222 Palavras
Encontro Chiara numa sala de estar, as portas abertas para deixar entrar o ar quente da noite. O quarto está escuro, mas ela está luminosa no seu vestido branco. Ela está de costas para mim, de cabeça baixa, pequenos punhos cerrados. Silenciosamente, eu chego atrás dela e acaricio os meus dedos nos seus ombros nus. A sua pele é quente e suave e parece elétrica contra a minha. — Você fugiu dos seus convidados para o jantar, Chiara. É preciso todo o meu autocontrole para não deslizar a minha mão ao redor da sua garganta e apertar até ela entender que nunca mais deve fazer tal coisa. Ela vira-se para mim com um suspiro, os seus olhos estão enormes e preocupados. — Gostaria que todos saíssem, por favor. Houve um m*l-entendido. Ela parece uma criancinha, escondida debaixo dos seus cobertores e esperando os monstros irem embora. O meu sorriso se alarga. — Mas eu tenho um presente para você. Chiara fecha a boca e engole. — Se for outro beijo eu não quero. -Não? Ela pode temer-me, ela pode nos temer, mas ela respondeu no momento em que a beijei. Medo e desejo entrelaçados. É uma mistura inebriante. Eu dou um passo em direção a ela, gostando de como ela recua. Essa garota vai me fazer lutar por cada centímetro do seu corpo. Eu não posso esperar. Eu tiro uma caixa de veludo do meu bolso e abro, revelando o colar de diamantes dentro. Ele capta a luz e brilha sedutoramente. Ela vira o rosto. — Não, obrigado. — É seu presente de aniversário. Comprei especialmente para você. Na verdade, não comprei. Peguei de Vinicius como o meu corte do seu último assalto. Ele posou como o piloto do avião particular de um bilionário e manteve todos sob a mira de armas numa remota pista venezuelana. Ele precisava dos meus contatos internacionais para pagar as autoridades do aeroporto, então peguei o colar. Eu tive que lavar o sangue, primeiro. — Se eu aceitar o seu presente, ficarei em dívida com você como o meu pai. É isso, não é? Ele lhe deve dinheiro e é por isso que tudo isso está acontecendo. — Se o seu pai me devesse dinheiro, eu estaria vindo pelo sangue dele, não pela filha, e estaria brandindo armas, não colares de diamantes. Vou atrás de Chiara, coloco o colar no seu pescoço e acaricio o seu cabelo para o lado. Os meus lábios perto da sua orelha, eu sussurro: — Você tem muito a aprender sobre como o mundo funciona. Quando você se casar comigo, eu vou te ensinar. Eu fecho o pequeno fecho e admiro a forma como os diamantes brilham contra a sua pele. Chiara tem uma garganta linda e esbelta, e quando me inclino sobre ela, quero passar a minha língua sobre a sua pele delicada e sentir o seu pulso batendo descontroladamente. Eu imagino-a de bruços em lençóis pretos, nua, exceto por este colar de diamantes e completamente à minha mercê. — Eu não quero nada de você. Não quero ficar em dívida com você. Eu sinto que você vai perguntar por coisas que não quero dar a você. — Mas eu peço tão pouco. Apenas o seu corpo e alma. Os seus clamores por misericórdia. A sua total obediência e a sua vida nas minhas mãos, para sempre. Os seus dedos se estendem para tocar os diamantes ao redor da sua garganta. — O que você quer? Eu coloco as minhas mãos nos seus ombros e a viro para me encarar. — Você. Confusão pisca naqueles lindos olhos, e o seu lábio inferior suaviza. Eu sofro para me inclinar para baixo e beliscá-lo com os meus dentes. — Eu ouvi tantas coisas desprezíveis sobre você. Quem é você realmente? — Sou homem de negócios. Eu possuo hotéis. Eu administro cassinos. Eu estou atrás dela e aponto para três arranha-céus reluzentes, apenas visíveis sobre o telhado da sua casa. — Esse é meu, e os dois de cada lado, entre muitos outros. Os meus lábios roçam a concha da sua orelha enquanto falo, e a sinto estremecer sob os meus dedos. — Isso é apenas parte da verdade, não é? Ela sussurra. — Garota esperta. Devo dizer-lhe a verdade? Ela acena com a cabeça, ainda olhando para os prédios reluzentes. Eu deslizo meu braço ao redor de sua cintura e a puxo de volta contra o meu peito. Ela endurece e agarra meu braço. -Eu ganho, a qualquer custo. O que eu ponho em mente, eu consigo, incluindo você, Chiara. -Eu não sou um arranha-céu, ou meu pai. Não posso ser comprado com promessas e diamantes. Minha compostura racha em seu desafio. Se ela estivesse olhando nos meus olhos, ela estaria recuando com medo agora. Eu acaricio os diamantes em seu pescoço e mantenho minha voz suave. -Não? E, no entanto, aqui está você, em meus braços, usando meus diamantes. -Vou tirá-los assim que você for embora e jogá-los fora. Calor ondula através dos meus músculos. Ela acabou de cruzar a linha de ingênua a desrespeitosa. Minha mão flutua mais alto, acariciando sua garganta. -Você acha que não está em perigo nesta casa porque seu pai está por perto e é seu aniversário. Eu te dei diamantes. Estou sendo legal. Você esqueceu suas maneiras, Chiara. Eu agarro sua garganta e aperto. Seus olhos se abrem e ela agarra meu pulso com as duas mãos. Seu corpo se agita, mas eu a tenho apertada contra mim. Dentes à mostra, eu rosno em seu ouvido. -Eu vou ajudá-la a se lembrar deles. Você não me responde de forma desafiadora. Você não trata o que eu te dou como lixo. Eu posso chegar até você quando eu quiser. Eu posso te machucar. Eu posso machucar sua mãe. Eu posso fazer o que diabos eu quiser nesta cidade, e ninguém, muito menos seu pai, pode me impedir. Chiara dá um gemido estrangulado, seus saltos batem em minhas canelas. -Não deixe essa sua boca bonita colocar uma bala na sua cabeça. Eu a observo enquanto ela luta, seus movimentos se tornando cada vez mais frenéticos. Se ela tiver algum bom senso, ela só terá que ouvir isso uma vez. Finalmente, eu a solto e a empurro para longe de mim. A mão de Chiara voa para sua garganta enquanto ela se dobra, ofegante. Eu arrumo minha jaqueta e aliso meu cabelo. Acho que ela aprendeu a lição. -Eu posso ser seu amigo, ou seu pior pesadelo. Feliz aniversário, Chiara. Vinicius EU estou de pé à beira da piscina enquanto Salvatore passa por mim. -Você teve uma boa conversa com o aniversariante... Ele continua andando com cara de trovão, e rosna: -Cadelinha desrespeitosa. Vou gostar de colocá-la em seu lugar quando chegar a hora. Eu sorrio para mim mesma na escuridão. Salvatore não tem sutileza. Suponho que quando os diamantes não funcionaram, ele foi direto para as ameaças. Todo mundo sabe que você pega mais moscas com mel. Ando em volta da piscina até a sala de estar onde Chiara está segurando o encosto de um sofá com a mão trêmula e tentando recuperar o fôlego. -Como foi sua conversa com Salvatore? Ela se vira, seus grandes olhos se arregalando. -O que você quer dizer? -Você está tremendo. Chiara respira fundo, mas devagar. -Foi ótima, obrigado, por sua preocupação. Ela passa por mim, mas eu passo na frente dela e sorrio agradavelmente. Ficou claro em sua expressão durante o jantar que ela não gosta de Cassius ou Lorenzo, e Salvatore apenas a assustou. Todos esses dragões. Eu serei seu príncipe encantado. -Isso tudo deve ser tão estranho para você. Você não tinha ideia de que seu pai trabalhava tão perto de nós antes desta noite, não é? Chiara me estuda com atenção, procurando o truque. Nenhum truque. Estou apenas sendo legal. Por enquanto. -Sente-se comigo por um momento. Os outros têm temperamento e até eu tenho dificuldade em fazê-los me ouvir. Vou para o sofá e me acomodo. -Eu prefiro uma boa conversa, então vamos conversar. Chiara olha para a sala de jantar, parecendo se perguntar se é mais seguro lá dentro do que aqui comigo. -Eu juro que não vou tocar em você se prometer a mim em casamento nos próximos trinta minutos. Você deve estar curiosa sobre nós quatro. Talvez eu possa responder às suas perguntas. - Eu inclino minha cabeça, fazendo o meu melhor para desarmá-la. -Talvez eu possa te ajudar. Lentamente, ela vai até o sofá e se senta ao meu lado, olhando para mim. como se eu fosse uma bomba prestes a explodir na cara dela. Eu relaxo de volta com um sorriso. -Você parece diferente dos outros. Diz ela depois de um momento. -Não sou completamente insano, você quer dizer? Ela acena com a cabeça, e eu rio. -Isso é justo. Salvatore e os outros estão acostumados a fazer o que querem. Neste momento, imagino que estejam todos furiosos por você nunca ter respondido à pergunta de Salvatore. -Eu não vou me casar com nenhum de vocês. Diz ela imediatamente. -Desculpe, gatinha. A menos que algo imprevisto aconteça, então você vai se casar com um de nós. Aquele que reivindicar Chiara como sua esposa terá todo tipo de influência interessante sobre o prefeito. Fui preso no ano passado e, embora as acusações não tenham sido cumpridas, a memória ainda me faz arder de raiva. Isso não vai acontecer de novo se eu tiver Chiara. Seu rosto se enruga em desespero. -Mas isso é tão arcaico. Nunca imaginei que meu futuro seria assim. Pego um baralho de cartas do bolso e mostro a ela. -Talvez eu tenha a solução. Que tal jogarmos um jogo? -Que tipo de jogo? -Uma pequena aposta para resolver isso de uma vez por todas. Salvatore pode ser o dono dos cassinos, mas eu sou o apostador entre nós. Se você perguntar a ele, eu tenho um problema, mas posso parar quando quiser. Outro sorriso, este autodepreciativo. Chiara olha as cartas. Se ela fosse ir embora, ela já teria feito isso. Eu só tenho que enrolá-la. Eu divido o baralho e os misturo; arqueá-los e empilhá-los de volta em uma pilha organizada. Os gestos familiares são lisos e agradáveis. Eles nunca deixam de chamar a atenção de um apostador. Ou de uma mulher. Chiara olha as cartas com interesse. -No que estamos apostando? Eu vasculho as cartas, procurando uma em particular. -Se você vencer, nós quatro desapareceremos da sua vida para sempre. O efeito em Chiara é elétrico. Sua coluna se endireita e seus olhos se iluminam. eu posso sentir o quanto ela quer isso e eu prolongo o momento, bebendo cada segundo. -Isso não é algo que você pode prometer sozinho, é? Os outros parecem que eles fazem o que querem. -Ah, mas isso é verdade. Os outros vão ficar com raiva de mim se eu perder, mas vão manter a aposta. Se eu perder. Se. -Por que? -Porque em nosso mundo, um acordo é um acordo, e a única saída depois que uma promessa é feita é em uma caixão. Podemos ser um bando de criminosos, mas temos um código. Mentimos, roubamos e trapaceamos para conseguir o que queremos, mas nossa palavra é sagrada. -E se eu perder? Encontro o cartão que quero e viro para mostrar a ela. -Nada muda. Continuamos como antes, e um de nós fará o possível para ganhar seu coração. -Eu não sou i****a. Isso não é sobre o meu coração. Ela olha para o cartão. -Que jogo estamos jogando? Coloco a rainha de copas na mesa. -Encontre a Dama. Eu distribuo mais duas cartas, viradas para cima, e coloco elas ao lado da rainha. O ás de espadas. O dez de paus. Chiara balança a cabeça. -O jogo em que você me mostra a rainha de copas e depois troca as cartas usando prestidigitação e eu não tenho chance de encontrá-la? De jeito nenhum, todo esse jogo é um golpe. Eu sorrio para ela. -Ah, e eu estava esperando que você não conhecesse o truque. -Há serio? Jogam esse jogo na ponte sobre o rio. Eu passo por eles todo fim de semana no meu caminho para a igreja. -Igreja? Que anjinho você é, por dentro e por fora. Pego os três cartões e entrego para ela. -Vamos trocar de lugar então. Você move as cartas e eu encontro a rainha. Chiara pega as cartas de mim, sua expressão duvidosa. -Eu ainda não confio em você. Eu coloquei minha mão sobre meu coração. -Quem eu? Estou me colocando em suas mãos. Ela olha para o verso das cartas e sua expressão fica totalmente vazia. -Tudo bem. Eu hesito, sua cara de pôquer repentina me tirando do sério. -Espere, realmente? Você conhece o truque? Ela pisca seus longos cílios para mim. -Quem eu? Eu estreito meus olhos. Ou ela está blefando ou ela realmente conhece o truque. Os outros vão me esfolar vivo se eu estragar esse acordo para eles. Eles querem muito Chiara. Eu a quero também. As apostas são altas e eu poderia realmente perder. Eu me sinto de repente energizado e estalo meus dedos. -Interessante. Vamos fazer isso. Um sorriso se ergue no canto da boca de Chiara. -É quase como se a ideia de perder fosse excitante para você. -Eu tive muitas apostas seguras ultimamente. É divertido viver perigosamente.
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