Capítulo 9: A MINHA DIGNIDADE ARRANCADA À FORÇA...

1267 Palavras
AMIRA... Quando ele estava em cima de mim, e eu tentando me debater, conseguiu prender-me, e senti ele entrar em mim como uma agulha grande que perfura a pele profundamente, mas não só p**a como rasga até a alma, me contorci de dor e mesmo assim não diminuía os movimentos, e sorria ao me ver desesperada, então me dei conta que ele era um demónio que se alimentava de dor, medo, desespero, resolvi engolir a minha dor e lágrimas, me tornar imóvel, sem resistir só olhando para o lado, para o nada... e ele acelerou os movimentos e cada vez mais forte e mais fundo como se quisesse encontrar um poço de petróleo... E não satisfeito, virou-me abruptamente, como um saco de batata, e entrou com a mesma força, só para me machucar ainda mais, a dor era excruciante mas eu não queria mais dar esse gosto a ele, queria ferir o ego dele, essa era a unica forma de atingi-lo... Então começou a bater-me cada vez mais forte e eu mordia a minha boca por dentro segurando o grito. Então ele terminou e saiu e foi para o banheiro, e olhei-me estava cheia de sangue, ferida, não só as minhas partes íntimas, mas a minha alma, ele conseguiu tirar-me a única coisa, na qual me assegurava que tivesse, a minha dignidade... Sentei-me na cama, encostei-me a cabeceira e puxei o lençol e me cobri encostando a minha cabeça nos meus joelhos, ainda sem acreditar no que acabou de acontecer.... E ele saiu do banheiro pleno como se nada tivesse acontecido, e eu continuei imóvel olhando fixamente para o nada, e ele falou para não sair daquele quarto, e que tinha que me lavar e trocar os lençóis, e saiu assim. Como se fosse algo mais normal do mundo, como se eu fosse um objecto. Levantei-me com dificuldade fui ao banheiro e abri agua gelada, que caiu sobre mim, como facas, perfurando a minha pele, doia, e talvez fosse aquilo que eu precisava agora, arrancar ela de mim, se eu pudesse cavava um buraco e me enfiava. Me sentia, suja, amaldiçoada por ser mulher. Por sofrer tanto, desde que me conheço por gente, nunca fui feliz, afinal o que estou a fazer aqui, porque eu nasci, para passar por isso? o que mais falta para acontecer? Eu estou destruida, eu não quero mais estar aqui, não quero mais respirar, eu chorava compulsivamente... Só quero desaparecer, pensava enquanto me esfregava tão forte, que quase arrancava minha pele de mim, como se pudesse apagar tudo o que acaboude acontecer... e escorri para o chão, abracei os meus próprios joelhos chorando e a água continuava a cair sobre mim... Pensando, o que será que eu fiz de tão r**m para merecer isso tudo... Eu não tinha mais ninguém a quem recorrer, eu não quero este destino para mim, melhor eu acabar tudo... fiquei ali tremendo até que a minha mente cansou,meu corpo cedeu e apaguei, desmaiei com agua a cair em cima de mim... MALIK... Demorei quase uma hora a voltar para o quarto. Estava a resolver os ultimos trâmites com os clientes que gostaram das mercadorias e em breve será leilão... Eu podia simplesmente vendê-las assim, mas isso gera muita confusão, porque é possível que mais de 5 clientes tenham gostado da mesma garota, então quando é leilão, além de ganhar mais dinheiro é mais justo... Então depois de tudo pronto, alguns foram embora, outros ficaram para se divertirem, com as garotas da casa... Voltei para o quarto, e não a vi, senti irritação instantanea, onde está? .e perguntei mentalmente, foi quando ouvi o som da água e fui até o banheiro e ela estava encolhida, caída no chão, tremendo sem reação... Por um segundo, só um, senti algo que não reconheci, talvez fosse surpresa, culpa! Não, culpa é para os fracos... Mas vê-la assim daquele jeito...hummm... Desliguei a água, toquei no ombro dela, estava gelada, tentei move-la e nada, então sem pensar muito, peguei-a nos braços e a levei para cama, cobri-a com mantas, liguei o AC para o calor, e passado algumas horas começou a murmurar coisas inaudíveis, tremendo... Ela parecia, tão pequena e frágil, tão quebrada, e por alguma razão estranha não consigui tirar os olhos dela... Dorme...murmurei, mesmo sabendo que ela podia não me ouvir... Afinal ela já fazia parte da minha coleção, e não deixa uma peça valiosa estragar... Saí para tratar da vida, afinal eu não sou babá de ninguém... AMIRA... Acordei com um peso no corpo e no peito, um peso que não era físico, era como se alguém tivesse arrancado uma parte de mim durante a noite e deixado um buraco enorme vazio... E abri os olhos lentamente e percebi que ainda estava no quarto de Malik. E lembrei-me de ter apagado no banheiro, e pensei será que ele é que me tirou de lá, porque me deixou aqui, será ainda vai me usar? Eu mexi os dedos devagar, como se o meu corpo fosse feito de vidro rachado, uma dor profunda percorreu-me assim que tentei mexer os meus pés, lembrando-me de tudo novamente. Parte de mim queria levantar e correr para longe ignorando a dor, mas no fundo eu sabia que não teria para ir, ele me acharia, se quisesse, se por acaso conseguisse sair desses muros. E essa incapacidade acabava comigo... Eu me sentia fraca. Então a porta abriu, senti o cheiro dele antes de qualquer coisa, depois os passos firmes dele se aproximavam, meu corpo se enrijeceu imediatamente. Parou na minha frente e os seus olhos pousaram em mim e eu virei o rosto imediatamente porque olha-lo fazia tudo dentro de mim se revirar... Então ele disse: Finalmente acordada... com uma voz baixa, mas sempre segura de si como se o mundo fosse uma propriedade dele... Não respondi, minha garganta estava fechada, meus olhos ardiam, mas eu não queria chorar na frente dele, não mais... Levanta!... ordenou, e o meu corpo recusou, apesar da minha mente, querer sair a correr... Eu ainda não conseguia me mover muito bem... Acho que ele percebeu, porque a expressão dele mudou, mas não suavizou, não ficou gentil, mas ficou diferente. Como se quisesse procurar um motivo do porque eu não conseguia me mover, sendo que a culpa era dele... Aproximou-se ainda mais de mim, e tocou no meu ombro, e eu retrai-me instintivamente, como se tivesse levado um choque... Então ele respirou fundo e disse: Não tens de ter medo agora... e eu pensei como assim "agora" mas não disse nada, não consegui. E ele continuou: O que aconteceu ontem, era inevitável, tens de entender isso, tu es minha, e eu faço o que quiser com o que é meu... Então percebi que aquilo era algo normal para ele, eu infelizmente estava fadada a isto, não tinha escolha, nem voz, e as lágrimas que eu tanto, segurei cairam silenciosamente. Ele olhou-me como se me estudasse, estivesse lendo os meus pensamentos... E disse: Vais precisar comer, e tomar outro banho, tens de recuperar as forças e te recompor, e cumprir as tuas funções... Eu pensei " que funções?" Eu sou ser humano movido de sentimentos, quais funções eu tenho que cumprir no meu estado... Mas, quem se importa com o que eu quero e penso, toda a minha vida foi assim... apenas assenti, e ele saiu, mas antes de fechar a porta disse: Não voltes a demaiar no meu banheiro, não queira ter problemas comigo... A minha alma encolheu, eu queria odia-lo, queria poder não vê-lo nunca mais, mas eu sabia da verdade por mais c***l que fosse: Eu estava presa...
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