Ava sentia o peso de um olhar queimando suas costas desde que o professor retomara a explicação sobre alquimia simbiótica. Tentava se concentrar nas palavras que surgiam no quadro, mas algo dentro de si a impelia a virar o rosto. Quando finalmente cedeu ao impulso, encontrou os olhos de Lua cravados nela — firmes, inquisitivos e estranhamente tempestuosos. Aqueles olhos pareciam querer despedaçá-la ou, quem sabe, entendê-la por completo. Ava não soube distinguir. Incomodada, voltou-se para Filipe, que permanecia ao seu lado, com a testa levemente franzida e os braços cruzados, atento a tudo como sempre. Inclinando-se em sua direção, ela sussurrou: "Quando você sumiu... foi a Lua, não foi?" Filipe hesitou por um momento. Depois, suspirou pesadamente, como quem estava exausto por antecipa

