A casa de Athos erguia-se no limite do mundo conhecido pelos lobos, disfarçada entre colinas cobertas por sombras eternas e vegetação densa, onde a luz da lua parecia hesitar antes de tocar. Era uma construção ancestral, quase viva, impregnada de encantamentos antigos, com corredores sinuosos, tapeçarias vermelhas como sangue e paredes que pareciam pulsar com cada desejo sussurrado entre elas. Aquela não era apenas uma casa. Era um templo ao prazer proibido. Athos estava deitado no centro do salão circular, coberto por almofadas negras e sedas espessas. Sua pele nua reluzia à luz bruxuleante das dezenas de velas espalhadas ao redor. Os olhos estavam fechados, e um leve sorriso se desenhava em seus lábios finos e traiçoeiros. Ele havia sonhado com ela — com Ava. Não um sonho qualquer. Ele

