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Perigo no Morro da Maré

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drama
mistério
escritório/local de trabalho
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Sinopse

Marcela nasceu no interior de São Paulo e, aos 15 anos, foi entregue ao policial Roberto como pagamento de uma dívida do pai. Durante cinco anos, ela viveu um casamento de pesadelo, sem amor e submetida aos caprichos de um homem frio e arrogante. Mas sua vida muda completamente quando Perigo, dono do Complexo da Maré, a sequestra para se vingar de Roberto.

O que ele não esperava era descobrir que Marcela não era tão importante para o policial quanto imaginava… e que, para ele, ela poderia se tornar muito mais do que uma peça em seu jogo de poder. Entre vingança, paixão e segredos perigosos, Marcela precisa decidir em quem confiar enquanto seu coração e sua liberdade estão em jogo.

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PROLOGO
Prólogo Perigo narrando — Até mais, papai — Joana me abraça forte, o cheirinho de bolo e de cola no cabelo dela. — Queria que você morasse lá comigo. — Eu moro perto, meu amor — respondo, fazendo cara de quem cede. Ela faz o beiço, pequena encenação que me derrete. — Vai, Joana, seu coleguinha tá esperando — Malu chama, a porta do carro aberta. Joana me encara mais uma vez, hesita, e entra. — Sua mãe está chamando, vai lá — digo, firme, mas sem pressa. — Final de semana você fica comigo, se o papai não tiver compromisso — Malu insiste, tentando tirar do rosto da filha a preocupação que ela sempre carrega quando me olha. — Promete, papai? — Joana pergunta, olhos grandes, confiando como só uma criança confia. — Prometo. — Ela aperta a boneca que eu dei, me dá um beijo molhado e some no banco de trás. Malu sai com um sorriso contido. — Até mais. — Ela acena. — Tchau. — Eu aceno de volta. Yuri se aproxima com aquele jeito de quem sempre tem uma provocação pronta. — Você n**a, mas seus olhos ainda brilham quando vê essa mulher — ele diz, sem se preocupar em ser sutil. — Tá maluco — respondo, puxando o baseado que ainda cheira a madrugada. Não fumo nem bebo quando a menina está por perto. — Ela é casada com o nosso primo, Rd. Tá tudo certo. — Só que existe uma história entre vocês — ele insiste. — Uma história que não se apaga. Vocês têm uma filha juntos. — Somos uma família — eu digo. — Ela escolheu ser feliz com Rd, a gente criou a Joana do jeito que deu. Admiro o que ela é hoje. É mãe, é forte. Eu errei muito com a Malu, e pago por isso todo dia, dentro de mim. O rádio corta o assunto com uma chamada e Yuri se levanta. — Preciso resolver uma parada. — Ele se afasta, e a boca volta ao murmúrio de sempre. Eu fico ali, sentado, pés sobre a mesa, olhando a sala vazia daquele comando que foi minha prisão e minha trinchera. Penso em Maria Luiza — Malu — no jeito como a conheci, no primeiro sorriso, na promessa mudada pelo tempo. Era amor, era vontade de construir. Mas o morro tem fome, pressiona, exige. Eu cedi às pressões e transformei o que era amor em controle. Abusos, tapas, noites que queimaram a pele dela e o pedaço que eu ia virando de homem. Me envergonho quando lembro. Se pudesse voltar atrás, faria diferente: não ergueria a mão, não a humilharia, não permitiria que o medo dominasse a casa. Flashback — noite de portas fechadas. Peguei Maria Luiza pelo braço e a arrastei até o meio da sala. Joguei tudo que havia sobre o chão, chutei móveis, gritei. Ela segurava o braço, olhos cheios de lágrimas. — Tá de s*******m com a minha cara, c*****o? — eu berrei, impotente diante do que me corroía. — Você me machucou — ela sussurrou, voz trêmula. — Quem mandou você ir arrumar briga no morro? — me aproximei, com raiva. — Quem mandou, Malu? — Se você não pegasse essas vagabundas por aí, nada disso teria acontecido — ela gritou. — Você me trancou em casa pra eu não ir ao baile, enquanto você se entregava às mulheres do morro. Fechei a mão. Tentei respirar. Ela insistiu, cortando as fissuras da minha vergonha. — Me deixa ir embora! — gritou. Dei um tapa que deixou o rosto dela em fogo. Ela passou a mão no rosto, surpresa pelo próprio sangue. — Vai ser a última vez que você me desafia — falei, jurando que a prendia se preciso fosse. — Eu te odeio, Perigo! — cuspiu, e o ódio dela me acertou. Peguei-a pelo pescoço. Ela bateu, lutou, tentou respirar. — Se me odeia, você deve morrer — murmurei, apertando. Quando vi que ela estava quase sem ar, larguei-a no chão. Ela caiu, ofegante, tocando o pescoço marcado. Chorou. — Eu não sei como um dia me apaixonei por você — sussurrou. — Você quis ficar — respondi, com o peso do que eu era. Fim do flashback. Abro os olhos. O tédio da cadeira, a luz fria do teto. Mesmo perdoado, mesmo visto como homem que tentou mudar, ainda carrego a culpa. Meu amor por ela não morreu; transformou-se em penitência. Ver o sorriso dela desde que entrou pra família de Rd me lembra que pude ter sido diferente. Foi por amor que eu a deixei ir, acreditando que liberdade seria redenção. Joana é o que me resta de puro. A menina é o que existe além de tudo que fiz — meu pedaço de remédio. Protegê-la, respeitá-la, amá-la do jeito certo: isso basta para que Malu confie em mim. Quando Maria Luiza casou com Rd e o sorriso dela voltou, entendi o tamanho do estrago que causei. Agora eu quero outra coisa: comandar o morro, manter o Complexo da Maré forte, e, quem sabe, um dia encontrar uma mulher que eu mereça. Mas sei que, por muito tempo, o que eu desejo e o que mereço serão coisas diferentes. E a sombra do que fiz continua sendo minha companhia mais fiel.

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