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Isabel

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os opostos se atraem
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Sinopse

Isabel Oliveira, uma jovem do interior da Bahia, sempre sonhou em deixar sua cidadezinha e conquistar o mundo. Mas, com o tempo, ela se vê presa à sua realidade: sozinha, com filhos e morando na casa dos pais, enfrentando humilhações devido à sua situação financeira. Sem perspectivas de futuro, tudo parece perdido até a chegada de sua irmã mais velha, que abre uma janela para uma nova oportunidade de vida. Será essa a chance que Isabel esperava, ou o mundo terá algo ainda mais surpreendente para ela?

Do outro lado, Diogo Vitorio, um delegado de polícia durão e conhecido pelo seu temperamento difícil, recebe um boletim de ocorrência que chama sua atenção: o desaparecimento de Zaya Oliveira. O caso parece simples, mas algo no marido de Zaya, Marcos Zamutti, desperta sua curiosidade e o leva a investigar a fundo. À medida que os mistérios se desdobram, Isabel e Diogo, de mundos opostos, podem se cruzar de maneira inesperada. Ambos estão prestes a descobrir que o destino, por mais imprevisível que seja, pode unir os mais improváveis em uma trama de segredos e revelações.

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Prólogo
Isabel Silva Desde pequena, desde muito nova eu me sentia estranha, como alguém longe de seu lugar, diferente de todos da minha família, não concordando em nada com o jeito, os modos, e principalmente o lugar. A ideia de pobreza, aceita-la, me parecia inviável, e de todas as maneiras, de diversas formas, para mim, aceitar que éramos pobres, era o mais dificil. Uma vida triste, e não me refiro, as necessidades comuns, eu, Isabel Silva, nunca vi mãe passar um batom, as cores eram vistas de maneiras comum, perfume? Parecia ser luxo, algo distante do nosso mundo, o cheiro forte, suado, junto a misque da caantiga, do barro, a nossa vida na roça não era algo fácil, desde o carregar da água em vasilhas, ao catar da lenha para fazer fogo, arar a terra, semear, planta, cuidar para depois de todo o processo, o côlher. Era com um misto de descrédito que eu cresci nesta vida, desde que me lembro sempre foi assim, e a medida que fui crescendo, os trabalhos só foram aumentando, a dor comedida sentida em silêncio, o choro contido porque não adiantava chorar, a vida continuava de qualquer maneira, eu achava a vida uma verdadeira desgraça assim que fui percebendo o meio em que nasci, cresci, pequena carregando uma lata d'água na cabeça, subindo a ladeira. Meus dois irmãos mais novos na frente, levando garrafa de plástico nas mãos, nos braços, a seus modos, que pudessem levar, enquanto meus irmãos maiores, Zaia e Mário, atrás, com latas maiores, eles eram como pai e mãe na ausência deles, o sol escaldante como se fosse um para cada, a vida sófrida, como uma peste a nos tentar, eu não queria isso para mim, não mesmo, mas a medida que fui crescendo, os trabalhos só foram aumentando. Eu queria viver na cidade, como as meninas de lá, sempre de cabelos arrumados, as peles lisas, e não queimada de sol. No início, era doloroso, o partir da cidade para roça, eu amava todas as vezes que mãe nos levava, Zaia ficava em casa, cuidando de casa, das coisas, mas quando Zaya foi embora com Robson, todas as tarefas dela passaram para mim, e foi ali que eu pude conhecer o que era dor, não foi apenas o trabalho que aumentou, como se fosse passada para o lugar de irmã mais velha, diversas obrigações para mim chegaram. Principalmente a frieza que pai e mãe passaram a me tratar, os olhares em minha direção, já não era mais chamando de filha, menina, Bellzinha, a dureza nas palavras, Pai logo começou a cismar com o meu batom vermelho, dizendo que isso não era coisa de moça direita, era coisa de rapariga, e mãe, nunca, mais nunca me chamava para uma conversa. Sempre para fazer alguma coisa, lavar, trazer, limpar, fazer. A minha paixão sempre foi pelos batons vermelhos, brincos dourados, embora pai reclamasse sempre dizendo que isso não era "coisa de moça de famía", não na sua frente, mas sempre rolei os olhos, e passava sim, desde nova. Qual era o problema? Era apenas um batom, brincos. Eu demorei a entender que os problemas não eram eles, mas sim, os olhos das pessoas, as bocas delas, o que elas viam, era diferente do que eu via, do que eu era ou sou. A vida não tinha prentesão de ser fácil para ninguém, e nós não tínhamos outra escolha senão seguir em frente, trabalhando por dois, cada um de nós, enfrentando a chuva e o sol, dia após dia. A vida nunca foi fácil, e eu aprendi a duras penas que isso era o que nos esperava. Estar viva tinha um preço – e eu soube disso desde o momento em que a infância deixou de ser brincadeira, eu passei a odiar aquele mundo. Mas eu sabia também que reclamar seria pior, então, sem escolhas, eu engolia a dor e a raiva. Afinal, não era à toa que a bainha do facão ficava sempre pendurada atrás da porta. Cada "bainhada" que levava cortava não só a pele, mas também meu espírito. E quando meu pai ou minha mãe erguiam o braço para castigar, éramos instruídos a "engolir o choro". Nada de lágrimas. Nada de fraqueza. Apenas dor. Eu odiava a minha vida. E mais ainda odiava quando apanhava por coisas que, para mim, não faziam sentido. A cada erro, o castigo vinha, e eu não tinha para onde correr. Minha vida era um fardo, mas ela se tornou ainda mais insuportável quando minha irmã mais velha, Zaya, foi embora. Ela partiu com o marido e nem olhou para trás. No começo, eu achei que, com a partida dela, as coisas iriam melhorar. Menos bocas, mais espaço, mais dinheiro. Mas, foi totalmente ao contrário, tudo piorou. O trabalho que era dela passou para mim. Com treze anos, tive que assumir os deveres de uma dona de casa: cuidar dos meus irmãos mais novos, cozinhar, catar lenha, buscar água, limpar cana e mandioca. A responsabilidade dela me foi imposta de maneira c***l, e eu a odiei por isso. Por ter ido embora, por ter engravidado e, principalmente, por ter me deixado sozinha para carregar tudo o que ela tinha feito tão bem. Eu não sabia cozinhar como ela. Não sabia fazer café, nem arrumar a casa. E por muitas vezes, vi meu esforço ser jogado nos meus pés: o café m*l feito, o feijão queimado ou salgado, a comida que não saía como eu queria, sendo chamada de preguiçosa. Eu a xingava mentalmente por ter me deixado sozinha, por ter me dado essa vida que eu não sabia nem como suportar. Lidar com a invisibilidade dentro de casa era a minha realidade. Eu era lembrada apenas para fazer as tarefas, para limpar, ou, pior ainda, para ser xingada ou apanhar porque havia esquecido de fazer algo, ou porque não tinha feito do jeito certo. Eu não queria aquela vida, não mesmo. Eu sonhava com algo melhor, algo maior, algo que fosse meu. A medida que fui crescendo, o meu corpo foi dando sinais. Eu fui descobrindo pouco a pouco, o desejo nascia em mim, queria ser olhada, beijada, tocada, todas as vezes que os meninos chegavam, Paulinho e Bucha, Paulinho sempre me abraçava, beijava o cangote, o jeito que roçava o bigode em meu pescoço, causando arrepios, secura na boca, palpitação no peito, mas os meus olhos não fixavam nele, o meu outro primo, sempre encostado na mangueira, cortando manga com o canivete, somente para comer a carne, Bucha, esse era pior. Até poderia ser o cão, mas o jeito que ele me olhava fazia queimar mais entre as pernas, do que qualquer toque, a pele escura, os olhos castanhos, como mel, a barba meio encrespada, o infeliz falava pouco, arteiro, apontado por mainha e painho, como vagabundo, ladrão, quem não prestava, na verdade o demônio em pessoa, não tinha nada de bom nele, mas isso, eu vim perceber somente, anos mais tarde, talvez fosse isso que me atraisse. Morando na roça, a gente sequer sabia os dias da semana, qual era, qual foi, e foi num dia desses qualquer que Bucha chegou em casa sozinho, descalço, sem camisa, ofegando, entrou porta da cozinha a dentro. — Que foi minino, tu tá doido? — Gritei, assustada, enquanto ele foi em direção ao vaso de barro, pegando e virando no copo de alúminio. — Sede, cadê tio, tia? — Disse em meio ao resfolegar. Apontei com o queixo, ainda mexendo a panela de sopa no fogão de lenha, para o caminho da lida. Enquanto ele bebeu a água e por ali sossegou. — E tu fica em casa sozinha? — Perguntou, o que pra mim era estranho, ele era de pouca conversa. — Tô. — Respondi ainda de costas. — E cadê Paulinho? — Perguntei sem olhar pra ele, eu já tinha me tornado chefe em queimar panelas, mais uma, complicava. — Porque tá com saudade dos chamego dele? — Já disse me agarrando por trás, a mão agarrou a minha cintura, eu nem tive muita reação. — Eu posso fazer miô. — Disse ele, em seguida me dando uma chupada no pescoço, a boca morna, não sei se pela pressa, ou pela água, eu me arrepiei inteira e as pinicadas voltaram em cheio, eu me senti úmida no meio das pernas, sem reação qualquer. Bucha pegou o meu queixo em seguida, a boca dele na minha, a respiração forte, que cobriu a minha, a lingua entrou na minha boca. E a mão, foi para baixo da saia ali mesmo na cozinha, eu nem sabia o que ele fazia com a lingua na minha boca, mas quase gritei quando os seus dedos começaram a me tocar, eu tive medo e ao mesmo tempo, queria mais, e mais, já não tinha volta e nem sabia o que estava mais quente, encostada no fogão, eu pude sentir, não era r**m, eu nem sequer sabia se era bom, mas entendia naquele momento, o porque a cama de Zoi e Robson zuava tanto. — Vai, mexe teu negoço! — Ele mandou, me empurrando mais uma vez no fogão de tijolo de barro, era bom, mas nós eramos primos. — Para Bucha, nós não pode. — Disse sendo chocalhada, era como uma penca, em uma multidão de cabelos, escuro, grosso, duro, foi o que vi quando tentei sair, tirar. — Shh relaxa, já ta dentro, tá gostoso! — Isso tava mesmo, não podia negar, mas logo ele me segurou mais forte apertando na cintura, mordeu o meu ombro com força, depois me soltou. — O que tu fez? — Perguntei olhando a mordida, na hora não doia tanto, o homem apoiando na parede ajeitou a bermuda. — Bucha, o que tu fez? — Perguntei mais alto, já sentindo alguma coisa descer de dentro de mim. Ele demorou pra responder, eu senti vergonha, nojo, mas aquela foi somente a primeira vez, teve mais, até que eu viciei naquilo, eu esperava por ele, era o nosso segredo, ele me trazia batom, roupa, perfume, que eu usava escondido de pai e mãe, mas quando a minha barriga começou a crescer, não consegui esconder por muito tempo, Bucha sumiu. Eu apanhei para contar, quando nem sabia se podia dizer. Ainda me lembro de mãe, dizendo a pai, " cuidado com a barriga. Não bate na barriga" , eu odiava estar de barriga, odiava me tornar mãe com dezessete anos, ninguém nunca soube de quem era o meu primeiro filho, até que engravidei de Joel, o dono da venda, do segundo filho, depois veio o terceiro, já estava perdido, não havia jeito ou maneira de melhorar. Me tornei a mãe solteira, a ladra de marido de outras, apontada na rua, mas eu nunca levei desaforo para casa, sempre revidava e chorava pelo meio do caminho, já não tinha solução e nem perspectiva de vida, quando como um dia qualquer, uma mulher de cabelo vermelho, meio gorda, com dois meninos chegou lá em casa, Zaya voltava, agora eu podia partir? Me perguntei, sem ter certeza, enquanto mãe sentada no sofá ainda parecia incrédula vendo ela, e os meninos, mas como eu poderia partir com dois meninos pequenos e um no bucho?

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