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"ARIZONA"
9 meses e meio depois.
Mais um ano na escola se passou, e as férias finalmente chegaram. Dave e eu nos víamos quase todos os dias depois da escola, ou quando não tínhamos uma tarefa escolar muito difícil para fazer. Em Pretty Lake, na verdade, nós quase não nos falávamos. Mas, de alguma maneira, David parecia estar em todos os lugares ao mesmo tempo. Como um vigia.
Eu estava um pouco preocupada naquela época. Esse era o ano que David entraria no ensino médio, o que significava amigos mais velhos e ainda mais descolados, garotas mais bonitas e todo o resto. Eu ainda iria completar 13 no mês seguinte e, logo depois, próximo ao retorno das aulas, ele completaria 15. A puberdade estava começando a entrar em ação, pois eu já começava a sentir os meus p****s aumentarem gradativamente. O fato de me tornar uma acrobata de verdade também ajudou muito para o desenvolvimento mais rápido do meu corpo.
Os beijos foram se tornando algo natural. Dave insistia para que contássemos aos nossos pais, mas eu não queria. Sabia que papai não aprovaria , afinal, ele sempre dizia que eu só iria namorar com quinze ou depois disso.
E, depois de mais um ano me aperfeiçoando em meus treinos de Tecido Acrobático, uma nova tour foi iniciada nas férias daquele ano. Arizona era o destino final, mas, antes dele, Oklahoma City, a capital de Oklahoma.
Dave estava ainda mais mestre no malabarismo, e ainda estava aprendendo número com monociclo com o grande mestre do nosso circo, Leonard.
Dessa vez, o número dos tecidos não ficariam só por minha conta. Tammim, uma jovem de dezenove, e Wren, um adolescente de dezesseis. Wren, ele foi o grande problema desde Oklahoma, mas, depois as coisas conseguiram piorar.
— O novo garoto da trupe. Qual o nome dele mesmo? — Dave perguntou enquanto nos arrumávamos no camarim do circo, atrás dos palcos. O primeiro número da primeira noite em Oklahoma já havia começado.
— Wren. — falei, com descaso. m*l conhecia o garoto. Olhei para Dave através do espelho. Sua expressão era de ódio.
— Ele é bonito. — ele pigarreou. — Não achou?
— Não parei pra prestar atenção nele ainda. — falei, finalizando o contorno preto ao redor dos meus olhos.
— Não seja cínica, Janel. Eu vi você olhando pra ele quando estávamos embarcando em Wichita.
— Você não viu nada, porque eu não fiz nada.
— Se eu descobrir alguma coisa. Eu juro pra você. Eu juro. — ele disse, em tom de ameaça, aproximando-se do espelho, até finalmente seu corpo ficar junto ao meu. Um calafrio percorreu sobre o meu corpo.
— Jura o quê? — falei, largando o lápis na mesa abaixo do espelho.
— Que eu vou continuar te amando independente do que aconteça. Porque eu te amo. — Dave mudou a expressão, de repente, pondo meu cabelo para trás de minha orelha. Recebi um beijo suave na bochecha. — Ah, e assim o seu cabelo fica melhor. Atrás da orelha. Mostra mais o seu rosto. Devia usar sempre assim. — disse, sorrindo.
David retirou-se. Tammim e Wren chegaram logo em seguida, nervosos por sua estreia em nosso Circo. Os dois já eram experientes de certa forma, mas o Bernard's era ainda maior que os seus trabalhos anteriores. Eles nunca haviam viajado em uma tour, por exemplo. Tammim ainda não conhecia o Texas, o nosso próximo destino depois de Oklahoma, e estava ansiosa por isso.
Quase uma hora depois, nós entramos. Conforme o ensaiado, tudo certo. Subir, girar, prender, soltar, prender, girar e soltar. Dançar, levitar no ar. Era o que amávamos fazer no palco. E foi com grande paixão que o público também aplaudiu naquela noite.
E, não foi diferente em Dallas. Os espetáculos do segundo destino se iniciaram alguns dias depois. Wren, Tamm e eu começamos a ficar mais próximos conforme o tempo que passávamos juntos, e eu amei isso. Theodore, quando não estava só, acompanhava Dave vez ou outra. Ele não pareceu gostar muito dos meus novos amigos e quis se afastar por livre e espontânea vontade.
— Cerca de 700 mil habitantes. Média de trinta graus esse mês. Fundada em 1841. É a terceira cidade mais populosa do Texas. — Tamm leu em seu livro de viagens. Ela prometeu nos ceder informações por cada lugar que passássemos desde o começo, e assim ela fez.
— Quais são as atrações turísticas? — Wren perguntou, dando uma olhada no livro. Chamei os dois para que viajassem em nosso furgão, ao invés de ficarem no furgão dos circenses. Dave não gostou muito da ideia, mas, no começo, não reclamou muito. Estávamos sentados à mesa no centro, enquanto minha mãe e a senhora Cornard estavam deitadas nos fundos.
— Não estamos aqui à passeio, garoto. — David respondeu, ignorante. — E sim à trabalho. Você deveria saber disso. Ou não está recebendo nada por se pendurar naquelas cordas como uma garotinha?
Olhei para David, assustada. Fui incapaz de dizer alguma coisa. Tammi fechou o livro de forma bruta, quebrando o silêncio causado por Dave.
— Eu sei. Eu só queria saber mesmo. — Wren respondeu, tímido.
— Eu disse que não era uma boa ideia viajarmos aqui. — Tammi disse baixo ao amigo, mas eu sabia que ela queria que escutasse aquilo.
— Você deveria ser inteligente como a sua amiga, Janel. Eu disse a você. Eu disse. Mas, não. — Dave resmungou.
Passamos os últimos quinze minutos de viagem quietos. Quando papai parou o carro e anunciou nossa chegada, foi um grande alívio. Meus amigos saíram tão rápido que não pude me despedir.
Nos dias que passamos no Texas, Wren, Tamm e eu só não ficamos distantes dentro dos palcos. Fora dele, as coisas mudaram drásticamente, o que me fez ficar ao lado de Dave por quase todo o tempo e, como consequência, Theo em parte do tempo. Voltamos a nos falar aos poucos, mas eu ainda o senti meio distante. E, como eu já não aguentava mais aquela situação desconfortável, chamei Theodore para uma conversa em particular na noite após nossa última apresentação no Texas.
Pensei em como ele tentou me afastar de David durante a escola, e como ele sempre falava como se ele fosse um monstro, como se ele não me merecesse.
— Você gosta de mim? — perguntei, depois de alguns minutos enrolando.
— Quê? — ele riu, meio surpreso. — Ah. Não, Janel. Claro que não. Você tá com o Dave. Não faria sentido.
— O amor não tem sentido, Ted. — disse, ele assentiu.
— Não. Desculpe me afastar. Eu só não me sinto bem ao lado dos seus amigos. Eles são mais velhos e... Sei lá. Acho que eles não vão querer um pirralho andando com eles.
— Nós temos a mesma idade agora. — afirmei.
— Por pouco tempo. Daqui a pouco você faz treze e fica mais velha de novo. E você parece mais velha, Janel. Sua altura, seu jeito. Eu ainda pareço uma criança. As meninas amadurecem mais rápidos, não é?
— É. Acho que sim. — disse, e nós rimos juntos.
— Desculpe.
— Pode andar com a gente, okay? Não se isole por aí. Gosto de você, Ted. Gosto mesmo.
— Também gosto de você. — ele afirmou e sorriu.
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"ENSINO MÉDIO"
Meses depois.
Eu já tinha 13, e Dave, 15. As aulas tiveram início e o clima entre nós estava agradável, até as aulas finalmente começarem. Ver David em sua nova turma, com novas garotas, me fez estremecer durante longas semanas, mas eu fingia que nada estava me incomodando.
Theo passou a almoçar comigo e os meus amigos: Paige, Ashley e Jason. Ash era a mais legal dos três, mas Theodore pegou uma amizade maior com Paige, a mais chata das garotas. Jason não costumava falar muito.
Eu o espiava através das mesas e cadeiras do refeitório. Havia uma garota de cabelos castanhos que sempre se sentava ao lado dele, e eu a odiava somente por isso. E, claro, David implicava com Josh, mesmo ele sendo gay. E dizia que não se importava com isso.
Um dia, durante esse período do ano letivo, fui visitar Wren. Tammi estava em outro estado, em sua faculdade, então não podemos nos ver. Nós estávamos distantes desde o acontecido no Furgão em nossa chegada ao Texas, mas ele me aceitou de volta e fez questão de perguntar se eu iria sozinha. Ele morava bem no centro de Wichitta. Eu pedi desculpas pela atitude do Dave enquanto comíamos biscoitos saboros que a mãe dele havia feito.
— Ele não é grosso. Só quando é ciumento. E ele tem muito ciúme de você, Wren.
— Mas, ele sabe que eu sou gay. Não faz sentido. — Wren afirmou.
— Eu sei, eu sei. Mas, ele não...
Nesse momento, meu celular, que ganhei quando fiz 13, tocou. Era David. Pedi desculpas pela interrupção e me levantei, caminhando até o banheiro e me tranquei por lá. Atendi quando me sentei no vaso da casa de Wren.
— Sua mãe me disse que você está com ele.
— E eu disse que não poderia me encontrar com você hoje.
— É. E como está o trabalho de história com um garoto que já está quase acabando o ensino médio, Janel?
— Se eu dissesse que viria aqui, você teria implicado.
— Sabe que eu não permitiria isso. Aquele garoto m*l olhou pra sua cara depois do Texas, Jane!
— Por causa da sua burrada! — eu gritei, mesmo sabendo que Wren ouviria. — E o mínimo que eu poderia fazer era vir até aqui e pedir desculpas, coisa que você não é capaz de fazer! — disse, e desliguei naquele momento, já quase chorando.
Ouvi três batidas na porta. Sequei o meu rosto com minha blusa e abri para Wren. Ele me abraçou, e disse que não era culpa minha, que estava tudo bem, mas eu ainda me sentia m*l.
Depois, nós sentamos na sala e comemos mais biscoitos em silêncio, enquanto eu me acalmava e ele me olhava meio assustado.
— É que ele muito ciumento, sabe? E às vezes eu acho bom, mas, outras vezes eu acho h******l. Parece tanto amor... Mas, mas... Eu não sei. — desabafei, de repente, entre o penúltimo e o último biscoito.
— Eu acho que ele não faz bem pra você... — Wren sussurrou quase de forma inaudível quando ouvi outras três batidas na porta. Dessa vez, na porta principal da casa.
Wren se levantou. Abriu a porta.
Era Dave. Wren levou um soco bem no meio da cara. A ambulância chegou minutos depois.
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Era quase verão. David havia conseguido entrar para o time de basquete da escola como reserva. E, numa sexta, ele teve a oportunidade de ir a sua primeira festa no ensino médio. Tudo estava indo muito bem e rápido para Dave, mas isso é porque ele sabia com quem andar e como andar.
Porém, a sua entrada no time de Pretty Lake foi graças ao Wren. E a mim, de certa forma. Eu fiz de tudo para deixar a barra de David limpa após o "acidente". Eu separei a briga e o mandei embora rapidamente e, enquanto a ambulância chegava, convenci Wren que não contasse nada a ninguém, muito menos a polícia. Ele não iria preso, claro, mas certamente faria algum tipo de trabalho comunitário e, ainda assim, ficaria manchado dentro da escola. Todos saberiam. E aquilo dificultaria o seu progresso no ensino médio. Wren, uma ótima pessoa, aceitou fazer aquilo por mim. Apenas por mim.
— Não precisa se preocupar. — disse Dave. — Eu não vou exagerar. Eu só quero experimentar.
— E se você ficar bêbado? Como vai voltar pra casa depois?
— Meus pais não ligam pra isso. Eles não são como os seus pais.
— Mas eu ligo. — revirei os olhos, insatisfeita. — E, aquelas garotas...
— Ah, meu amor, que isso. — David acariciou os meus braços, com a voz mansa. — Sabe que só tenho olhos pra você. Não sou nada sem você.
— Eu te amo...
Estávamos de pé no tapete do meu quarto, abraçados. Ele passou em minha casa antes de ir para a tal festa. Ainda restava uma hora até finalmente ir, e, quando notei, já estávamos deitados nos beijando romanticamente. Mas, o romântico começou a se transformar em algo que ainda não havia experimentado.
— O que você acha? — David sussurrou em meu ouvido. Ele estava deitado sobre o meu corpo, beijando meu pescoço.
— O quê? — perguntei, ainda de olhos fechados.
— Da gente...
— Da gente o quê?
— Qual é, Jane. — ele riu levemente, e tocou em meus lábios com seus dedos. — Não se faça de inocente.
— A gente nunca conversou sobre isso. — falei, o que era realmente verdade.
— Não precisamos conversar. Precisamos fazer.
— Não estou pronta. — respondi de imediato.
Ele parou. Olhou para os lados, sorriu. Mexeu a cabeça. Negativamente. Positivamente. Sorriu de novo. Parecia amarrar os próprios braços com fita isolante.
— Eu nem estava falando de s**o. — David saiu de cima de mim e deitou-se ao meu lado. — Isso eu sei que não vai rolar. — ele olhou para mim, rapidamente, sorrindo. — Infelizmente.
— Não quer t*****r comigo?
— Claro que quero.
— Ah... — assenti, um pouco confusa. — Então, do que estava falando?
David levantou-se, calçou os sapatos e nós continuamos em silêncio. Voltou até a cama e me deu um beijo na testa, e se foi. E em silêncio permaneci durante um longo tempo. Eu fiquei em casa, lendo, e com o celular ao meu lado esperando que ele ligasse a qualquer momento dizendo que a festa estava chata, e que estava voltando em breve.
Um pouco depois, minha mãe foi até o meu quarto dizendo que saíria com o papai para a casa dos Cornard. Eu não estava com muita vontade de sair de casa, principalmente pela aflição de não saber o que estava acontecendo com Dave, e, principalmente, pelo livro que havia ganhado de Theo.
Por volta das dez, ele finalmente apareceu. Estava bêbado por "dois míseros copos". O meu maior erro daquela noite foi dizer que estava sozinha.
— Eu precisava voltar... Precisava ver você, meu amor.
— Você veio sozinho? — falei, olhei para os dois lados da rua e fechei a porta da sala. — Alguém te deixou aqui, Dave?
— O... Como é o nome dele mesmo? Um cara do segundo ano. Ele já tem 16, e com 16 as pessoas dirigem, você sabe. Ele tem carro. É um carro legal. Eu não me lembro o nome dele. Nem do carro...
— Senta aqui. — disse, puxando-o para o sofá. — Você precisa de água? É água que se dá? Ai meu Deus. Espera, eu vou ligar pra Paige ou pra Ashley, elas sabem melhor sobre isso do que eu.
— Você não vai ligar pra ninguém. — ele disse, segurando meu braço quando me levantei.
— Meus pais foram para sua casa. Eles já devem estar voltando. E eles não podem te ver desse jeito. Ou você me ajuda, ou vai embora!
— Shiiiii — Dave disse com seu dedo indicador torto no meio da boca. Ou quase isso. — Relaxa, amor.
— David, é sério...
— Eu só preciso de um carinho. — ele riu, com os olhos fechados. — Me leva pra sua cama. Quero deitar.
— David...
— Eu não quero t*****r, p***a! — ele gritou, segurando no meu braço. — Só quero deitar... — e abriu os olhos. Baixou o tom de voz. — Sei que não vamos fazer isso mesmo. Nem sei porque vim até aqui. Que idiotice.
Já em meu quarto, ele se deitou de bruços e apagou rapidamente. Liguei para Ashley, desesperada, enquanto observava a rua pela janela com os dedos cruzados, torcendo para que os meus pais demorassem por mais tempo na casa da família D.
— Você devia ter doce pra ele, bastante doce. Isso ajuda a cortar o efeito, eu acho. Pelo menos é o que a minha irmã mais velha diz. Ela sempre come muito doce quando chega das festas.
— Será? — falei, já caminhando até a cozinha em busca de qualquer tipo açúcar em minha casa. — ele bebeu pouco, Ash. É que essa foi a primeira vez dele. Bem, eu acho que ele bebeu pouco. Pelo menos foi o que ele disse.
— É por isso que eu não tenho vontade de beber. É tão vergonhoso depois.
— Também tenho medo. — falei, quando abri a geladeira e vi os últimos pedaços do bolo de chocolate de mamãe.
— Achou alguma coisa?
— Bolo de chocolate serve?
— Acho que sim. d***a, minha irmã não está aqui agora. Será que eles estavam na mesma festa?
— Mamãe vai me m***r por isso... — disse, pegando um dos pedaços num prato.
— Quer dizer, ela ainda está lá, né.
— Te ligo daqui a pouco, okay?
— Tudo bem. Espero que o bolo funcione.
Larguei o celular na mesa de jantar e fui até o meu quarto com um pequeno prato de bolo e um enorme copo de água. Quando abri a porta, me deparei com Dave de pé, olhando pela janela, apenas de cueca. Uma cueca branca.
— Trouxe bolo pra você... — disse, meio sem graça em olhar para ele.
— Amor! — ele virou-se, desequilibrado, caindo levemente para o lado. Deixei o copo com água no criado mudo ao lado da cama. — Senti sua falta. — completou ele.
— Você precisa comer. — e cheguei até ele, olhando para o teto, e o entreguei o prato. — É melhor se sentar. Ash falou que a irmã dela disse que...
E me beijou, de repente, puxando-me. O prato quebrou-se ao encontrar o chão. Até hoje ainda não sei como aquilo não nos acertou nas pernas.
David me puxou à força e nos deitamos na cama. Ele em cima de mim, rindo como um bobo, enquanto o desespero tomava conta de mim.
— Posso tirar a cueca ou eu espero você tirar a roupa? — disse ele. Tudo o que senti naquele momento foi nojo. Nojo, e nada além disso.
— Eu não vou fazer nada com você. — falei, agora incomodada com o peso do seu corpo sobre o meu. Levantou-se, ficando sentado sobre mim.
— Nossas posições estão trocadas. — David riu alto demais. Olhei pela janela, com os dedos cruzados. Tentei tirá-lo de cima de mim, mas não tinha forças.
— David, você precisa ir embora. Meus pais vão chegar a qualquer momento.
— Meus pais vão chegar a qualquer momento! — ele repetiu, com a voz mais fina. — Deixa de ser chata, Jane.
— David, sai de cima de mim.
— É Dave. Daaave. — ele falou, rindo mais uma vez.
— Vai embora.
— Eu preciso t*****r. t*****r, Jane. Sabe por quê? Porque todos os meus amigos já fizeram s**o. E eu não quero ser o único o****o virgem do time.
Ele começou a esfregar o seu pênis nojento e duro sobre o meu corpo, mesmo de cueca. Passou suas mãos por dentro de minha camisa até chegar aos meus p****s. Eu permaneci parada, com os olhos fechados, sem saber o que fazer. Depois de alguns minutos, ele se levantou previamente para tentar retirar sua própria cueca. Foi nessa hora que eu tive a oportunidade de escapar. Reuni forças e joguei meus braços sobre o seu peito. Dave desequilibrou-se e só não caiu pois apoiou-se na beira da cama com os seus braços fortes. E eu saltei, e ele segurou a minha perna.
Caí, e a minha testa se encontrou com um dos pedaços de vidro do prato. O sangue começou a descer sobre os meus olhos junto ao meu desespero.
— Amor? Amor, você está bem? — David apareceu ao meu lado, metade da cueca arriada.
— Vai embora, Dave. — falei, ainda no chão, com o gosto de sangue em minha boca. Havia vidro em todo o meu braço. E bolo de chocolate.
— Eu não quis... Eu... Amor, você não vai morrer, vai?
— Vai embora... — comecei a chorar, trêmula. — Por favor.
Ele saiu com o pênis ereto e as roupas em mãos. Não nos falamos por duas semanas e meia depois disso.