Meu nome é Bento, tenho vinte e sete anos bem vividos nesse chão de terra dura do interior paulista. Sou o do meio entre os três irmãos que tocam essa propriedade que nos foi deixada por nosso pai e, depois, cuidada por nossa mãezinha até ela partir pra junto de Deus, há quase um ano.
Sou homem quieto, mais de pensar do que de falar. Gosto da lida no campo, gosto de ver o verde crescendo e o céu clareando nas manhã cedo. A pequena horta lá nos fundos da casa é meu canto de sossego, foi mamãe quem plantou as primeiras sementes e me ensinou a cuidar. As alfaces, os tomates, os quiabos, tudo cresce ali com gosto, do mesmo jeito que ela gostava de cozinhar: com carinho e paciência.
A estufa, feita de madeira e vidro, foi sonho dela. Depois que ela partiu, ficou sendo minha responsabilidade. Ali cuido das ervas, das mudas de pimenta e de algumas flores que ela gostava. Me sinto perto dela quando entro ali.
Além da terra, aprendi a lidar com as panelas. Sou quem cozinha aqui em casa desde a partida dela. Faço o que posso pros meus irmãos, aprendi a fazer pão, a preparar feijão com carne seca e até uns doces simples, como arroz-doce com canela. Não é porque somos homens que vamos viver à míngua.
Mas digo com franqueza... queria uma mulher. Uma companheira pra dividir as tarefas, o quarto, o leito. Queria amor, carinho, aconchego. Queria poder fazer amor sem pressa, de noite inteira. Tocar a pele de uma moça, ver ela tremer nos meus braços. Nunca tive mulher. Sou virgem. Mas sei das coisas.
Nosso primo que veio do litoral certa vez passou umas semanas com a gente e contou tudo o que sabia. Homem vivido, metido a sabichão, mas a gente gostava de ouvir.
— Pra ter ela na sua mão você tem que lamber. — ele disse uma vez, com um cigarro pendurado nos beiços.
— Lamber os p****s? — perguntou Teófilo, meu irmão mais novo, curioso que só ele.
— Não, primo... quer dizer, também. Você pode mamar como bezerro nas t***s dela, é bom demais. Mas tô falando do meio das pernas. Você tem que lamber com jeito antes de entrar. Mas não vai afobado, lambe com carinho. Quando ela tremer, pode ter certeza que tá apaixonada. Depois você entra nela.
Essas palavras não me saem da cabeça. Fico imaginando o gosto, o cheiro, o calor. O p*u pulsa só de pensar. E penso muito. Na solidão do meu quarto, no silêncio da madrugada, dou vazão aos desejos que carrego em silêncio. Me masturbo com culpa e vontade.
Aquela manhã parecia como qualquer outra. Acordamos cedo, fomos atrás do gado que já estava na divisa com a fazenda do seu Tião. A terra é vasta e leva horas pra percorrer a cavalo. As marmitas, como era de esperar nesse calor do cão, azedaram. Comemos umas frutas e seguimos caminho de volta, com a barriga roncando.
Foi aí que vimos algo no pasto, reluzente. Não era vaca, nem cabrita. Teófilo foi o primeiro a notar.
— É gente. — murmurou Bento, e eu esfreguei os olhos, achando que era miragem de fome e calor.
— É mulher! Olha os cabelos compridos! — gritou Teófilo, cavalgando à frente.
Quando chegamos perto... Meu Deus do céu, que visão. Uma moça nua, completamente nua. A pele branca, quase prateada sob o sol forte, os s***s empinados, duros, apetitosos. A cintura tão fina, o quadril curvado, as pernas longas e lisas. Não tinha um pelo sequer.
Como pode?
Nunca vi coisa igual.
Senti o rosto ferver e o p*u endurecer na hora. Ela não se encolhia, não chorava, não parecia assustada. Só nos olhava. E olhava de volta, com firmeza. Com vontade até. Aquilo me deixou mais sem jeito ainda. Mas eu olhava. Não conseguia parar.
Isidóro, sempre mais bruto, foi quem desceu e a puxou, sentando-a no cavalo dele e cobrindo com a camisa xadrez. Eu e Teófilo seguimos do lado, sem saber onde olhar — mas a verdade é que olhávamos pra ela, sim. O tempo todo.
Ela parecia um anjo, mas um anjo feito de carne e desejo. E enquanto cavalgávamos em direção à casa, com ela ali, nua debaixo daquela camisa que m*l cobria as coxas, eu só conseguia imaginar minhas mãos nelas, minha boca explorando cada canto daquela pele macia.
Ela não corava. Me olhava nos olhos, como quem me desafiava a imaginar mais. E eu imaginava.
Aquela mulher... era um sinal divino. Um presente dos céus. E se for pra escolher esposa entre as filhas do seu Tião ou essa criatura que brotou do mato como um sonho quente, eu já sei quem quero. Mesmo sem saber quem ela é. Mesmo sem saber se veio pra ficar.
Só sei que ela me olhou... e naquele olhar tinha tudo que eu sempre sonhei sentir.
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