Samantha, estava no seu apartamento, olhando para a noite, ainda não tinha tirado a loira de r**o de cavalo da cabeça, aqueles olhos o sorriso. E isto a estava incomodando, ela nunca se sentiu atraída por mulher alguma, lembra de uma ou duas aventuras na faculdade de arquitetura da USP, quando participava das festas, mas nunca passou de beijos em grupo, quando exagera na bebida.
Mas a Mona do bilhete era diferente, ela irradiava sexo por todos os poros, desejo deveria ser seu nome, mas… Foi embora feliz e me deixou com um diamante n***o, será que era o chocolate favorito dela?
Ela poderia perguntar para os amigos se tinham visto a Jandira por aí, eles ririam dela é certo, que louca põe nome em caminhonete. Ela mesmo riu e se lembrou de Garboso, para ela era só um carro, um meio de locomoção para levar seu material de trabalho. E da forma como a loira falava, ela estava arranjando um namorado para a Jandira. Riu da cena que visualizou.
De repente ela se imaginou namorando a loira, parecia tão natural a forma como ela falava e gesticulava. Mas será que ela gostava de mulher? E ela Samantha será que gostava? Sabia que não, afinal nunca passou de beijos de brincadeira e desde então só tinha saído com homens e pode dizer com tranquilidade que tinha uma vida s****l tranquila, apesar de estar solteira no momento.
É deve ser isso. O meu t***o reprimido está confuso e ligando para todos e qualquer um que exale sensualidade.
Falou em voz alta, fez festa na cabeça de tony e foi se deitar. Tinha que visitar os pais logo cedo tinha prometido desde que voltara pra cidade que tomaria café com eles todos os domingos.
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O sol ainda não tinha saído, e Samantha já estava na estrada, tomar café em família não era só chegar, tinha que participar e tirando o leite de vaca que graças ao supermercado tinha sido substituído por um de supermercado tudo o mais era da fazenda, digo, Haras. Ela entendia a paixão dos pais pelo lugar era mesmo lindo, não entendia como Roberto poderia ter vendido e mais ainda por que os novos donos nunca vieram ver.
Ela soube que o proprietário tinha morrido mas tinha esposa e filha, bem sabendo que eram da cidade grande provavelmente as madames não gostavam de mato. Não sabiam o que estavam perdendo.
A porteira já estava aberta o irmão sempre a deixava aberta no domingo, por que segundo ele a movimentação era grande, na verdade era só ela quem passava por lá mas para a provocação semanal era sempre o mesmo discurso. Esta era uma entrada lateral do Haras Estrela, que dava direto na casa dos zeladores. Normalmente ela buzinava quando estacionava, mas a mãe sinalizou para que ela fizesse silêncio. Achou estranho, mas não deu importância.
Desceu da caminhonete a agora “Garboso”, e entregou uma sexta à mãe.
Por que silêncio? Está tudo bem, o pai tá bem. Perguntou a moça beijando a mãe.
Está tudo bem meu amor. sorriu dona Abigail. - É que a chefe está em casa, moça da cidade mesmo, ainda não levantou imagina, perder este nascer do sol.
Mãeeee! É a sua chefe, e você falando mau.
Imagina filha, estou apaixonada uma moça super educada, fofa mesmo, confirmou que podemos continuar morando aqui, mas não levanta cedo né.
Você convidou ela para o café? Por que eu não estou vestida para falar com os chefes.
Imagina! Hoje é minha folga, mas como sou uma boa alma, preparei um café e deixei na varanda.
As duas riram cúmplices, afinal era o primeiro dia da moça da cidade e a mãe se dá folga. De repente Samantha se pega rindo em silêncio, a cidade estava movimentada, duas recém chegadas na cidade e se viu pensando na loira Mona, as duas poderiam se esbarrar no posto de novo.
Suspirou a moça, nem se dando conta que estavam tão perto uma da outra.
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Monaliza, já tinha se levantado, rindo consigo pensando que durante anos, toda a sua vida dormir até tarde num domingo era algo tão normal e o barulho dos carros nunca a incomodou. E então no seu primeiro dia, depois de uma noite longa ela acorda antes das 6h por que pássaros faziam algazarra no ninhal.
Pássaros? Ela sorria, e sentiu-se recompensada. O amanhecer no Haras Estrela era lindo, que céu, que vários tons de vermelho e laranja. Seus pais teriam adorado.
Aproveitou que já tinha sido acordada, olhou para a piscina e pensou que a água ainda deveria guardar o frio da madrugada, trocou-se e correu para dar umas braçadas antes do café.
Esperava encontrar as sobras do que foi servido na tarde anterior por dona Abigail, mas para sua surpresa tinha uma mesa posta com tudo fresquinho. Ela sorriu, adorou o cuidado, ainda mais porque era domingo e a senhora não tinha obrigação. Agradeceria na primeira oportunidade.
Fez um copo de suco de laranja, e se dirigiu a piscina, mergulhou deu braçadas largas, nadou à exaustão, adorava a sensação de cansaço e bem estar que a atividade lhe causava, um exercício diário de pelo o menos uma hora diária que poderia continuar fazendo e agora sem dividir o espaço. Não era egoísmo, era privacidade. E ela adorava isso.
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Do outro lado na casa dos Diniz o café estava animado, Samantha ria das piadas do pai e do irmão, ela estava feliz adorava os momentos com a família, mesmo sendo só nos fins de semana. Era uma cidade pequena, mas que dava trabalho para ela que não tinha folga nem mesmo nos fins de semana. Mas como ela gerenciava o seu próprio negócio, fazia os horários se encaixar quando era importante.
Mesmo assim já eram quase 9h e ela levaria pelo o menos mais quarenta minutos para chegar na cidade. Começou se despedindo da família, cortando descaradamente meio bolo de mandioca para levar de viagem, adorava a iguaria e sempre fazia isso.
Beijou todos e saiu, entrou na “Garboso” e buzinou, afinal olha a hora, e moça já podia acordar, sorriu com a maldade.
Ali nos fundos da casa, Monaliza chegava calmamente pela estradinha de pedras que ligava as duas propriedades, ouviu a buzina e o barulho de um motor se afastando. Imaginou que fosse o sr. Antônio.
Ao longe viu a traseira de uma caminhonete azul, lembrou da moça ruiva de olhos verdes. Sentiu saudade de algo, mas não sabia de que.