📍 NARRADO POR DANIEL VASCONCELOS Desci o beco devagar, tragando o cigarro como quem não tinha pressa. Mas minha cabeça já tava girando desde que saí de casa — Lena e a pestinha da língua ainda martelando na minha mente, Alice no canto com aquele olhar de quem quer sumir e não consegue… e eu, tentando manter o controle. A boca já tava se mexendo antes mesmo do sol bater direito nas vielas. Os moleques espalhados, alguns de olho no movimento, outros cuidando da contagem. O cheiro de maconha misturado com o de café forte saindo de uma das casas. Foi quando vi o Bruno, encostado no muro, cara fechada, boné abaixado até quase cobrir o olho. Ele me viu e já veio andando na minha direção, passo firme, sem rodeio. — “E aí, Terror…” — chamou, baixo, mas carregado. Parei no meio do caminho,

