Capítulo VII

416 Palavras
Por Catarina Acordar e estar sem Helena não era novidade, a menina tinha um comportamento bem estranho desde que perdera o pai. Exceto em manhãs chuvosas, sempre que Catarina se dispunha alevantar encontrava Helena a vagar pelo lado de fora de casa. Ela era capaz de ficar longos minutos concentrada em nada, parecia leve como uma criança e mesmo sem entender, a mãe podia sentir o quanto esse momento fazia bem à menina. Catarina se levantou ainda que seu corpo quisesse ardentemente continuar na cama, mas, ela sabia que não era possível, tinha uma menina para cuidar e sem a ajuda do marido ela a única responsável. Fizera tudo o que era pudera para manter sua filha em segurança, até mesmo nos momentos mais simples que pudessem por algum motivo tirar a paz da menina, como por exemplo as vezes que os soldados do rei vinham em busca dos tributos e não haviam moedas o suficiente para pagar a dívida e então Catarina docilmente falava: - Querida, entre, já esta tarde e coloque o leite para esquentar. Helena prontamente obedecia e então sua mãe tinha a chance de tentar conseguir um prazo maior com os soldados longe dos ouvidos da garota. Dessa vez não foi assim, ao descer as escadas ela já havia notado a ausência de Helena, não havia ninguém ao redor, o desespero a invadiu e ela começou a procurar em todos os lados por qualquer vestígio que pudesse encontrar de sua filha. Não era possível, isso não poderia estar acontecendo. - Helena?! - Helena?! Nada, absolutamente nada. Adentrou o pequeno pomar, mesmo sabendo que não era um dos lugares favoritos de sua filha, mas já estava sem opções, e a surpresa a deixou com as penas moles. Helena estava marcada por arranhões e seu corpo frágil perdera uma quantidade significativa de sangue. Ao olhar o pequeno rosto desacordado no chão, via gotas de suor, a pele branca agora parecia estar também fria como o gelo e as manchas vermelhas se destacavam no velho vestido desbotado. - Helena por favor acorde. Helena por favor, fale comigo. Catarina falava o mais rápido que conseguia, mas, a menina simplesmente continuava adormecida. Ao pegá-la no colo, percebeu o quanto Helena estava magra, o amontoado agora em seu colo não pesava muito mais do que alguns litros de leite. Levou com cuidado a menina para casa, a deitou na melhor cama, limpou suas feridas e cerificou de deixar a casa aquecida, mesmo que isso significasse usar seus últimos pedaços de lenha.
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