Pré-visualização gratuita Capítulo 1. Mais um "trabalho"
A noite está silenciosa, um frio intenso nas ruas de Florença.
Christopher está encostado em sua moto, olhos fixos em uma rua escura, vazia, pensamentos internos zerados, como se ele somente existisse, sem dores, sem fome, sem frio...sem humanidade.
Semblante sério, raiva nos olhos, o único sentimento que ele conhecia, e que movia cada músculo do seu corpo. Seu momento de " paz" é interrompido pelo toque de seu celular.
Ele leva a mão até o bolso da jaqueta, pegando o celular, sem nem mesmo olhar para a tela, aperta o botão e atende.
— Corvo. — É a única palavra que sai da sua boca, voz grave, arrastada.
— Finalmente. — a voz do outro lado da linha é firme, mas há um tom de impaciência. — Achei que você tinha esquecido o que significava atender uma chamada, Corvo.
Christopher fecha os olhos por um segundo, o ar frio cortando sua respiração.
— Fala logo, Marco.
— Temos um problema. — pausa. O som de papéis sendo virados, vozes abafadas no fundo. — A remessa de Gênova não chegou ao destino. O contato desapareceu, e os rastreadores foram desativados há três horas.
Christopher aperta o maxilar.
— E por que está me ligando? Achei que você tivesse gente pra lidar com esse tipo de erro.
— Tinha. — Marco responde, ríspido. — Até percebermos que o erro não foi um acidente. Alguém dentro do grupo passou as coordenadas erradas de propósito.
O silêncio se estende por alguns segundos. O motor de um carro distante quebra o vazio da rua.
— E você quer que eu descubra quem foi. — Christopher diz, sem emoção.
— Não. — Marco responde, a voz agora mais baixa. — Quero que você elimine.
Christopher abaixa o olhar para o asfalto,o reflexo da luz de um poste tremulando.
— Nome.
— Estevão Lewis— Marco diz, e o ar parece congelar ainda mais. — Ele está em Florença, melhor ainda para você.
O olhar de Christopher se ergue lentamente, o frio desaparecendo, substituído por algo muito mais perigoso.
— Entendido. — ele responde, antes de encerrar a ligação.