O dia amanhece cinzento, e o ar dentro da mansão parece mais pesado do que o normal. Virgínia entra no escritório do pai, o som dos saltos ecoando no chão de mármore.
Antônio está sentado atrás da mesa, com a mesma postura firme de sempre, mas o olhar mais distante, como quem carrega uma decisão incômoda.
— O senhor queria falar comigo? — pergunta ela, cruzando os braços, desconfiada.
Antônio suspira e faz um gesto para que ela se sente.
— Sim. E quero que me escute em sem protestar.
Virgínia se senta, mantendo o queixo erguido.
— Parece sério.
— É.— ele apoia as mãos sobre a mesa. — Ontem à noite, Andrew Roberts esteve aqui.
Ela revira os olhos de leve.
— O senhor ainda faz negócios com aquele homem? Achei que o detestasse.
Antônio esboça um sorriso breve e cansado.
— Detestar
