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SEDUZINDO O MEU MARIDO

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Sinopse

Não importa o quão frio, arrogante ou amaldiçoado Willian Hawthorne seja...

Ele já é meu.

Seduzi-lo não fazia parte do plano.

Mas agora que ele me tem... Não vou deixá-lo respirar sem mim.

Um romance de tirar o folêgo espera por você.

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Episódio 1
✿·━━━━━━━━※━━━━━━━━·✿ Vários anos antes Chicago, Illinois A porta rangeu ao se fechar atrás dela, e o som pareceu mais alto do que o normal. Talvez fosse por causa do tremor nas suas pernas. Talvez fosse porque o seu coração não parava de bater desde que Allegra a chamara. — Allegra? Ela perguntou suavemente, como se chamá-la em voz alta pudesse ser um convite ao desastre. Ela avançou com passos irregulares sobre o tapete grosso, arrastando a perna direita, que ainda doía daquela queda idi*ota do cavalo. Nunca contou a ninguém, mas desde então odiava estábulos, campos abertos e bailes da sociedade, onde tinha que fingir que mancava. — E-estou aqui... e-e-o chofer chegou. Ela relatou com esforço, gaguejando mais do que o normal. — Estão nos esperando para o baile de Hawthorne. Allegra, reclinada teatralmente na chaise longue de veludo, olhou para ela. O seu vestido azul-celeste realçava os seus olhos claros e os seus cabelos loiros perfeitamente ondulados. — Não consigo encontrar o meu cachecol. Disse ela, sem se mexer. — Aquele azul-celeste. Tenho certeza de que você o pegou. Emely congelou. — O-o quê? N-não, eu não... Eu não roubei nada. — Ah, não? Respondeu Allegra, sentando-se com um sorriso congelado. — Então procure, porque se não aparecer, eu vou fazer uma cena. E você sabe o que acontece quando o vovô fica chateado. — Allegra... — Não iremos ao baile se o meu cachecol não aparecer, entendeu, sua id*iota? Emely engoliu em seco. Ela sentiu a humilhação como uma onda espessa nublando a sua visão. — E-deve estar no-armário. Disse ela, arrastando-se em direção à porta de madeira branca. — V-você provavelmente não olhou com atenção... Os seus dedos trêmulos envolveram a maçaneta dourada e ela abriu o armário com esforço. A escuridão lá dentro a fez hesitar. Ela sempre teve medo de espaços fechados. Desde criança, desde aquela vez em que ficou presa na despensa do porão por horas. Mas naquele momento, a sua prima a observava. E ela não queria que ela pensasse que era fraca. De novo, não. Ela se abaixou e começou a separar os cabides, com as costas doendo por causa da posição e a respiração ficando mais ofegante. Então a porta bateu atrás dela. — Allegra! Ela gritou, virando-se imediatamente e colidindo com a madeira. — Não! Por favor, abra a porta! A sua palma bateu desesperadamente contra a porta. Não havia maçaneta por dentro. As paredes do armário se fecharam como um caixão ao seu redor. Não, não... não era um espaço fechado. De novo, não. — Allegra, p-p-por favor... você sabe que eu n-não gosto de lugares escuros. P-por favor... O riso da sua prima foi abafado. — Isto é por ter contado ao meu pai que dormi com o Vladimir em Cancún. — N-não fui eu! Juro que não fui eu! — Você me traiu. Sussurrou Allegra com uma calma arrepiante. — E agora você vai ficar aqui. Você não verá o seu precioso Willian esta noite. — Allegra, não! Por favor, Allegra! Emely soluçou, arranhando a madeira com as unhas, tremendo da cabeça aos pés. — P-p-por favor, m-me tire d-d... A sua prima não disse nada. Depois de alguns segundos, ela percebeu que a loira havia sumido, e o confinamento a envolveu como uma parede. A escuridão a envolveu como uma segunda pele. A sua respiração tornou-se irregular, difícil. Ela ofegava por ar, mesmo sabendo que havia algum, mas o medo era tão físico que doía. — N-não... p-p-por favor... Ela sussurrou entre gemidos, tentando se acalmar, procurando um ponto de luz onde não havia nenhum. Ela sentiu como se o seu peito estivesse se partindo em dois. A ansiedade transformou-se em vertigem. A vertigem, em náusea. O seu corpo inteiro entrou em pânico. Ela bateu na porta com os punhos cerrados, sem se importar que a tinta branca lascasse contra os seus nós dos dedos. — E-eu não consigo... E-eu não consigo respirar... O mundo encolheu, como se o armário estivesse ficando menor a cada segundo. E então, simplesmente... escuridão. Emely desabou no chão. ✿·━━━━━━━━※━━━━━━━━·✿ Lá embaixo, na entrada da mansão, Allegra desceu como uma rainha. O seu vestido de tule moveu-se como um suspiro. O avô a esperava na varanda, com a bengala apoiada na perna esquerda. — E a Emely? Ele perguntou, franzindo a testa. — Ela não vem. Disse ela descaradamente. — Achei que ela realmente queria ir ao baile desta vez. Ela não saía desde o acidente. Comentou o avô, pesaroso. Allegra ajeitou o lenço azul-celeste que havia escondido debaixo da poltrona antes. — Ela se trancou de novo. Disse ela com um sorriso falso. — Você sabe como ela é. O velho suspirou. — Aquela menina é sempre tão inconstante... — Vamos, vovô. Não vale a pena esperar. — Não, eu vou buscá-la. Ele insiste, tentando subir as escadas. — Não, vovô. Ela o interrompe. — Você não vai estragar a minha noite só por causa daquela Emely chorona, ok? Você me prometeu, você disse que eu me divertiria esta noite. — Sim, mas eu quero apresentar vocês duas à sociedade, não só você. — Meu Deus, como se algum Hawthorne fosse notá-la, ela é gorda, manca e gagueja. Cospe a loira, m*aliciosamente. — A Emely é linda, filha, não fale assim. Aconselha o vovô. — A sua prima já sofreu o suficiente. — E eu tenho que pagar pelo sofrimento dela? Não, né? Vamos, ela não vai descer. Ela pega o homem pela mão. — Não me irrite, vovô. O homem mais velho suspirou, olhando para a janela do quarto de Emely. O seu coração apertou, como sempre acontece quando ele se lembra de como a luz da sua pequena Emely havia se apagado lentamente. E assim, a limusine partiu em disparada. Enquanto isso, no segundo andar da casa, uma boneca quebrada jazia inconsciente em meio à escuridão e à humilhação, sem saber que aquela noite a marcaria para sempre. Porque há feridas que você não consegue ver... e há traições que você não consegue esquecer. ✿·━━━━━━━※━━━━━━━━·✿ ‍‌‌‌‌‌‌‌‌‌‌‌‌‌‌‌‌‌‌‌‌‌‌‌‌‌‌‌

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