• Capítulo 6 •

1297 Palavras
Rubens Erdoğan ☠ Andava pelos corredores da mansão dos Rossi completamente embriagado. Fazia um tempo que não bebia tanto, mas, nossa, eu estava precisando muito. No momento em que entrei no meu quarto, contive a vontade de revirar os olhos. Jasmin Rossi estava sentada na cama, como se estivesse me esperando há muito tempo. — Não dormiu em casa. — Foi a primeira coisa que ela disse, e eu joguei a camisa em cima da mesa e coloquei a garrafa de whisky no chão. — Não sabia que minha mãe ressuscitou dos mōrtos. — Respondi de forma seca enquanto ia até o banheiro jogar água no rosto. — Sabe, Rubens... — ouvi seus saltos andando pelo quarto, e ignorei, querendo que ela fosse embora. Assim que sequei meu rosto e me virei, vi sua figura na porta do banheiro. — Você pode ser muito feliz aqui. Pelo tom da voz entendi qual era o jogo dela; pelo vestido vermelho colado e um decote exagerado às oito da manhã, entendi a intenção. Dessa vez, revirei os olhos e a empurrei de forma delicada da porta do banheiro. No momento em que sentei na cama, ela veio novamente, se agachando na minha frente. — Podemos deixar tudo isso de lá... digo, a tortūra. — Ela sorriu, e senti suas unhas em meu abraço. — Você parece um anjo, Rubens, com esses olhos azuis tristes e esse cabelo branco... sua pele... ela é tão linda. Eu posso fazer você esquecer ela. Com essa última frase, Rossi invadiu completamente meu espaço e tocou seus lábios nos meus. No momento em que senti sua língua tocar meu lábio inferior, agarrei seu pescoço com tanta força que ouvi meus dedos estalarem. Em um instante, ela estava sobre a cama, eu por cima, enforcando-a com tanto ódįo que vi seus olhos se arregalarem. Com uma mão só e usando meu peso, a prendia na cama e apertava seu pescoço, desejando sua mōrte. Meu olhar era de ódįo, e meu rosto, de desprezo. Esquecer quem? Ana? Jasmin deveria limpar essa boca de pūta antes mesmo de pensar em mencionar Alencar. Senti suas mãos baterem no meu braço desesperadamente. Assim que a olhei com atenção, sua boca começava a ficar roxa, e sua pele morena parecia vermelha demais. — Nunca mais ouse me tocar ou mencionar Alencar. — Disse em uma só bufada de ódįo, e a soltei, caminhando até a porta e abrindo. — Agora sai. — Olhei ela se sentar na cama e tossir enquanto passava as mãos no pescoço. A marca dos meus dedos estava nitidamente ali. Ela não se movia, e vi seu olhar de pânico mudar para ódįo. — SAI! Gritei tão alto que ouvi minha voz ecoar no corredor. E, no momento em que ela se levantou, fechei os olhos por dois minutos, agradecendo. Cedo demais. Ela simplesmente fechou a porta que eu havia acabado de abrir. — Preciso que você se sente na cadeira, Rubens. — Sua voz agora era fria, não sexualmente forçada como antes. — Agora! Respirei fundo, bem fundo, e caminhei até a mesinha. Me sentei com os braços cruzados. Em instantes, ela abria meu notebook e acessava as câmeras da sede. Estranhei, pois vi tudo destruído, como se tivesse passado um meteoro ali. Digitando nas configurações, ela voltou todo o vídeo. — Quero que veja com atenção e preste atenção em minhas palavras. Ouvi seus saltos andarem pelo quarto, mas logo o som ficou tão abafado, pois eu prestava atenção apenas no vídeo à minha frente. Alencar estava de cabeça baixa e Ramon em sua frente. Minutos depois, ele já havia batido nela, e precisei fechar os olhos por um momento quando a vi cair no chão. — Nessa madrugada você saiu e, bom... faz um mês que liberamos você. — No momento em que ouvi a voz de Rossi, abri meus olhos novamente, prestando atenção no que ela dizia e nos vídeos à minha frente. — Claro que você não pode ser t**o de pensar que não colocamos gente para te seguir nesse meio tempo. Notamos que você vai muito na sua casa. — Nesse momento, o prédio era atacado, e via Ana correr pegando a minha e a arma dela embaixo da mesa. Minha garota. — E colocamos um carro lá vinte e quatro horas. Nesse instante, Jasmin pausou o vídeo e adiantou algumas partes até chegar na escada do subsolo, e deixou o vídeo pausado. Ela pegou meu queixo, fazendo-me virar para ela. — Notamos que sua namorada também vai lá com uma certa frequência, mas vocês nunca se encontram. Exceto essa madrugada. — Senti meu sangue gelar. — Você a viu, não é? Por isso estava fedendo a bebida, por isso não dormiu em casa e chegou às oito da manhã. — A vi dormindo. Apenas. — Respondi, mordendo os dentes e travando o maxilar. — Vou te contar um segredinho, Rubi. — Não me chama assim... — Eu sou quem dá as cartas por aqui. Meu tio faz tudo que eu peço. Basta eu dizer com uma vozinha assim... — No final da frase, ela fez uma voz manhosa e logo sorriu, o mesmo sorriso que me entregava nas torturås. Isso fez meu coração acelerar. — Então, eu só preciso pedir pro meu tio salvar sua menina e pronto. Só preciso pedir pra ele måtar sua garota e, bem... Ela finalmente parou de falar e apertou o espaço, fazendo o vídeo voltar a rodar. Alencar parecia com os olhos desesperados procurando alguém, e logo olhei na direção da porta do porão. Notei no mesmo instante. Charlotte. Não... Sussurrei mentalmente no momento em que ela virou as costas e voltou correndo. A vi måtar todos os homens para depois adentrar seu quarto. Jasmin parecia ter feito um vídeo perfeito de todos os cortes de câmera que Ana passou, conseguia acompanhar como um filme. A câmera não tinha áudio, apenas as imagens. E, por um momento, as duas conversaram e Alencar abraçou Charlotte. No momento em que notei um homem atrás das duas, na frente da porta, tentei levantar da cadeira, mas senti as mãos de Jasmin em meu ombro, obrigando meu corpo a ficar onde estava. E, involuntariamente, eu obedeci. Vi no momento em que Ana pegou na mão de Lotte e ambas abriram os olhos. Alencar deu um passo na direção da porta, e o sorriso em seu rosto sumiu. Senti meu coração parar de bater e meu pulmão esquecer como respirar no instante em que vi a faca entrar na costela da Júlia. Próximo... próximo demais de seu pulmão. — Bom... — Jasmin Rossi sussurrava em meu ouvido. — Eu tecnicamente não måtei ela, e acredite, teria razões para isso. Ela måtou minha mãe. Mas mandei ferir ela com gosto. Se sua boneca for forte, ela pode sobreviver a uma perfuração no pulmão. Se não... ela mōrre. — Senti a figura de Rossi ajeitar a postura atrás de mim. — Não quero que esteja no mesmo ambiente que essa garota. Se ela sobreviver, não quero que a veja nunca mais. É a primeira e última vez que estou avisando. Acho que já mostrei do que sou capaz. Na próxima, mando acertar um tiro na cabeça dela de um prédio bem alto quando ela sair pra comer. Ouvi a porta atrás de mim bater, e o vídeo em questão ficou apenas com riscos, não mostrando mais imagem nenhuma. Voltei o vídeo só para conferir o que meus olhos viam e, no momento em que vi de fato a faca perfurar seu corpo, corri pro banheiro tão rápido que ouvi a cadeira bater no chão. Colei meu rosto na privada e vomitei tudo que podia, enquanto sentia um desespero percorrer meu corpo. Não tinha notícias dela. Como vou ter notícias dela?
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