Pré-visualização gratuita Capítulo 1
Giulia
Moro sozinha com a minha vó doente, em São Conrado, mesmo ela tendo duas filhas, elas não ligam para nada, a minha mãe morreu quando eu tinha 1 mês de nascida, agora eu tenho 19 anos e desde então eu vivo com a minha vó.
As coisas não estão boas ultimamente para a minha vó, e mesmo eu a levando ela no hospital quase todos os dias os médicos ainda não descobriram o que ela tem, o que me deixar muito assustada, eu não quero perder a única pessoas que eu tenho na minha vida, mesmo sabendo que a idade dela já está muito avançada.
Acordei de madrugada novamente, escutando os gritos de dor da minha vó que são praticamente diários, chamei um Uber e lá vamos nós de novo para o Hospital Municipal Miguel Couto, que fica no Leblon, ao chegar lá logo apareceu uma equipe médica que a levam para emergência, mesmo que elas não liguem eu resolvo avisar as minhas tias a situação está muito r**m, e toda ajuda é bem-vinda.
Ligação
Ana: Quem é?
Giulia: Oi, tia sou eu, a minha vó acabou de dar entrada no Miguel couto e eu resolvi avisar.
Ana: Ela já morreu.
Giulia: Não Deus me livre.
Ana: Só perturbar se ela morrer, fora isso ela é responsabilidade sua.
Ligação off
Ela desligou na minha cara e nem esperou eu terminar de falar, as minhas tias são duas ingratas, a minha vó sempre fez de tudo por elas e mesmo assim elas não cuidam dela, nem tem coragem de mandar um oi, tudo bem pelo w******p, mesmo assim eu vou avisar a outra ingrata, porque depois ainda vão pôr a culpa em mim.
Ligação
Ângela: Alô
Giulia: Oi tia, a minha vó acabou de dar entrada no hospital e eu.
Ângela: Você me acordou essa hora para isso faça-me o favor!
Ligação off
Essa aí desligou mais rápido que a outra, fico me perguntando como uma senhora tão boa pode ter duas filhas assim, isso não tem lógica na minha cabeça e acho que nunca vou criar uma para entender esse tipo de pessoa.
Familiares de Solange Ramos
Segui até a recepção e fui ver o que estava acontecendo, um arrepio toma conta do meu corpo, e isso me faz ter medo de perder a minha vozinha.
Médico: A senhora é a familiar?
Giulia: Sou eu sim.
Médico: Eu sinto muito, mas sua vó estar com um tumor na cabeça e tem poucos dias de vida.
Giulia: Não fala isso por favor, tem que ter um jeito.
Médico: Infelizmente na idade dela e impossível tirar sem matá-la, eu sinto muito minha filha, ela fala.
Giulia: Quanto tempo de vida ela ainda tem?
Médico: Alguns dias, até uma semana
Sai dali correndo e chorando, resolvi me apegar com Deus, para ver se ele ainda dar mais alguns anos de vida para a minha vó.
Oração
Meu Deus! Eu sei que não mereço a tua piedade, mas olha pela minha vó que sempre foi tua filha fiel.
Der mais alguns anos de vida para ela, a tua vida te implora, me escute por favor.
Falei aqui chorando, esperando uma resposta, divina que eu acredito que não vou ter, a minha vó já é uma senhora de 85 anos, e andava se queixando muito de dores de cabeça, eu sou professora em uma creche perto da nossa casa e fui demitida por ter que faltar para cuidar dela, eu imaginei que fosse da visão, mas um tumor era muita coisa para a minha cabeça.
Saio dos meus pensamentos porque começa uma correria no hospital, todos que estavam do lado de fora correm em desespero e eu faço o mesmo, escuto barulhos de tiros perto, e de repente vejo vários homens armados entrando pela porta.
Vapor: Todo mundo no chão e sem gracinha, estou sem paciência hoje — um homem grita.
NH: Queremos a p***a de uma equipe médica agora — O outro, fala irritado.
Médico: Em que posso ajudar.
NH: Então doutor nosso chefe está lá fora baleado, e ele precisa ser operado, o senhor vai dar essa moral intendeu? — ele fala apontando a arma para o médico.
Médico: Claro
NH: Escuta bem, se ele morrer, tu morre, se chamarem a polícia geral morre, não estou brincando.
Médico: Sim, senhor — Peço a todos que desliguem os telefones e que não chamem a polícia, pensem na nossa segurança — ele fala de cima da cadeira.
Todos fizemos o que o médico mandou, afinal os nossos entes queridos estavam dentro desse hospital e não queríamos arriscar a vida deles e muito menos a dos médicos.
Hás
E aí rapaziada eu sou Rafael, mas conhecido como hás, tenho 24 anos, sou o dono do morro Dona Marta que fica localizado entre os bairros de Botafogo, Flamengo no Rio de janeiro, a minha comunidade é linda e a maioria das vezes é mó paz, só que a p***a de uns inimigos de outra facção resolveram tentar tomar, eles não aprendem nunca, eu estava comendo uma das minhas piranhas quando escutei o barulho de fogos, quase não acreditei.
Vapor: Pow chefe os inimigos estão entrando.
Hás: Toma no ** — geral se preparando vai começar a guerra.
Foi uma troca de tiros intensa, e dessa vez eles vieram mais pesados que em outros dias, o que me faz acreditar que eles estão treinando, eles chegaram muito perto dessa vez, mas nosso conseguimos ganhar de novo, escuto os barulhos dos fogos anunciando isso, eu fui andando pelo beco da rua dois de boa até que sinto a minha perna queimar, a p***a de um inimigo que achei que estava morto, ele conseguiu atirar na minha perna e estou sangrando muito.
NH: Corre aqui é chama um carro, o chefe está sangrando — foi a última coisa que ouvi antes de apagar.
Giulia
Ficamos ali sentados no chão em fila indiana, com bando de homens armados olhando para gente, todos nós estávamos completamente apavorados.
Vapor: O MÉDICO DISSE QUE O CHEFE PRECISA DE SANGUE AB-, QUEM TIVER LEVANTA A MÃO
Todos ficaram calados, e os homens começaram a ficar agressivos, ele segurou uma enfermeira e falaram — se ninguém falar nada eu vou dar um tiro na cara dela, acho bom os passarinhos começarem a cantar.
Giulia: eu vou doar, falei me levantando e ele soltou a enfermeira.
Médico: Vem comigo minha filha.
Seguimos para uma sala e eles fizeram alguns exames, depois de algumas horas umas enfermeiras coletaram o meu sangue.
Giulia: Quem esse bandido é
Médico: Ele é dono da comunidade Dona Marta, eles são conhecidos pela violência que agem, é melhor não contrariar.
Giulia: Eu posso ver ele?
Médico: Não sei os que estão com eles vão deixar.
Seguimos para o quarto onde o tal traficante estava, e eu confesso que estou muito curiosa para ver o homem que está causando toda essa confusão.
Médico: A doadora quer ver o paciente.
Vapor: Pra que, tu ta mandada mina, porque se tu tiver eu te mato.
Giulia: Não, não eu só queria saber quem era, mas se não pode tudo bem.
NH: Ta assustando a mina, p***a, deixa ela entrar rapidinho.
Vapor: Jae chefe foi m*l aí.
NH: Pode entrar mina, mas é dois v
Giulia: Obrigada
Entrei e me aproximei, juro que me impressionei com o quanto aquele homem era bonito, forte, tatuado, moreno, nunca pensei que um traficante seria assim, na verdade, as minhas expectativas sobre esses homens foram criadas a partir de cidade de Deus, o que sinceramente me faziam acreditar que ele seria estranho, igual ao zé pequeno, ou igual ao (cenoura), fiquei surpresa.
Me virei para sair, mas ele segurou meu braço.
Hás: Eu morri?
Giulia: Não, você está no hospital.
Hás: Que merda, eu preciso sair daqui ele fala tentando tirar os acessos.
Giulia: Não faz isso você está fraco, vai acabar apagando de novo.
Hás: Você é médica.
Giulia: Não, mas vou chamar um.
Hás: Calma — ele falou me segurando pelo braço.
Giulia: Oi
Hás: Qual é o seu nome?
Giulia: Eu me chamo Giulia.
Depois que falei meu nome ele me soltou, eu chamei o médico, mas quando ele entrou no quarto ele já tinha apagado novamente.
Depois de mais ou menos 6 horas naquela loucura, eles foram embora, segundo o médico eles falaram que iam cuidar do chefe no morro, o hospital aos poucos foi voltando ao normal…
O mais engraçado foi que quando eles saíram a polícia apareceu, eles fizeram várias perguntas, mas todos respondemos que não sabíamos de nada.
Enfermeira: Menina, obrigada por salvar a minha vida — ela disse me abraçando.
Giulia: Eu fiz o que qualquer pessoal aqui faria.
Enfermeira: Não se engane, a maioria das pessoas aqui só ligam para elas mesmas, eu prometo que vamos fazer o possível e o impossível pela sua vó
Giulia: Obrigada
Sai dali muito emocionada, talvez com mais cuidados a minha vó sobreviva, talvez essa seja a resposta que eu estava esperando.