Infiltrado

1090 Palavras
SEGUNDA-FEIRA Leonardo deixou Giovanna na porta da base da polícia federal. - Prometo que hoje é o último dia que você tem que desviar seu caminho pra me deixar aqui. -disse Giovanna, tirando o cinto de segurança. - Não tem problema, eu até gosto porque ficamos mais tempo juntos. -respondeu Leonardo. - Humm.- respondeu Giovanna sorrindo. Ela depositou um selinho nos lábios de seu namorado. - Vou indo, qualquer coisa eu te ligo. - Eu também. Bom trabalho. -desejou Leonardo. - Pra você também, fui. Giovanna saiu do carro de Leonardo e andou até o seu trabalho. Vestindo calça jeans preta, camisa preta, coturnos e cabelos preso, ela adentrou o local e cumprimentou a todos que via. Quando chegou a sua mesa, sentou-se e começou a trabalhar na sua próxima missão. - Miga, bom dia. Como vai? perguntou Amora, quando viu Giovanna. - Vou muito bem, achei que você tivesse morrido. Não falo com tu desde sábado. -respondeu Giovanna. - Claro, né, tava ocupadíssima com o meu boy novo. Aí, o Lázaro é tudo de bom. - Que isso, Amora, ele tem idade pra ser teu filho. - E eu lá tenho filho de 18 anos? - Amora. -repreendeu Giovanna. - O que importa é que ele é um gatinho, gostoso, bom de cama e só quer curtição. Tudo o que eu preciso no momento. - Aí, Amora, só você mesmo. -comentou Giovanna, aos risos. - Antonelli, na minha sala, por favor. -pediu Theo Garcia, capitão que comandava a base. Superior de Giovanna. - Sim, senhor. -respondeu Giovanna. Theo entrou novamente na sala dele e Giovanna se levantou, ouvindo Amora dizer: - Falaram que ele tá apreensivo hoje, você sabe bem o porquê. - Eu sei, esse traficante tá tirando todo mundo do sério, inclusive eu. -respondeu Giovanna, pegando relatórios e seu notebook da mesa. - Ele pode até ser um bandidão mas que é um gostoso, isso ninguém pode negar. - Credo, Amora. - Credo porque? O cara é um gostoso mesmo, você viu as fotos? Parece um deus grego, o nome já diz tudo: Alexandre Nero. - E Alexandre Nero é deus grego aonde, Amora Mautner? - Não é deus grego mas sabemos que o Alexandre é o Grande e que Nero botou fogo em Roma, ou seja imagina a junção do útil ao agradável, é basicamente esse homem. -explicou Amora. - Cruzes, Amora, você não tem jeito mesmo. -respondeu Giovanna. - O que? -perguntou Amora, sem receber respostas. Giovanna já caminhava até a sala de Theo para poder atender seu chamado. - Capitão. -chamou Giovanna aparecendo na porta. - Entre, sargento. Me diga se conseguiu terminar de elaborar a missão. - Sim, senhor, eu terminei e fiz os relatórios que me pediu. Estão todos aqui. -respondeu, colocando os papéis na mesa do capitão, enquanto sentava-se na frente do mesmo colocando seu notebook aberto. - Chegou a uma ideia de como vamos pegar o Nero? -perguntou Theo. - Sim. Eu pensei da gente fazer uma missão infiltrado. - Já arranjou alguém pra se infiltrar? - Aí, é que tá, eu não conheço ninguém além de duas pessoas pra se infiltrarem de modo que vai dar certo. - Porque esse dois não podem? - Uma tá de licença maternidade e o outro foi transferido pra São Paulo. - Precisamos encontrar essa pessoa o mais rápido possível, se não vamos perder a oportunidade de pegar esse cara antes que o pessoal da PM faça m***a outra vez. - Certo, fique tranquilo pois eu vou achar. - Okay. Você já pensou em como vai infiltrar essa pessoa? - Em grande estilo. Pensei da gente inventar um personagem que é procurado pela polícia por t***************s e outros crimes que a gente pode inserir na ficha do indivíduo. Essa pessoa precisa mostrar que sabe alguma coisa e pode ser um aliado do Nero. Assim ele deposita a confiança que precisamos pra fazer o castelo de areia dele ruir de dentro pra fora. - Achei uma boa ideia. Antonelli, preciso de um nome até o fim do dia. - Até o fim do dia? -assustou-se. - O que foi? Eu te dei meses pra elaborar essa missão e eu não posso esperar mais. Eu tô sendo pressionado, então com uma pressãozinha em você, quem sabe não aparece um infiltrado mais rápido? Sua missão do dia é essa, ache alguém pra se infiltrar se não você tá fora da missão. Giovanna engoliu seco e respondeu: - Sim, senhor. - Dispensada, sargento. -respondeu Theo. Giovanna pegou seu notebook e saiu da sala de seu superior em silêncio. Chegou em sua mesa, soltando fogo pelas ventas. - Que foi, Gio? -perguntou Amora. - O capitão me pressionando a achar alguém pra se infiltrar na missão Nero até o fim do dia de hoje senão eu fico fora da missão. - QUE? -assustou-se Amora. - Pois é. Amora, não dá eu já emiti um alerta na região e ninguém quis. Ninguém quer esse serviço, eu não sei o que faço. - Amiga, e agora? - Aí, não sei. Não sei. MAIS TARDE Depois de ficar trabalhando a manhã inteira tentando achar um possível infiltrado, Giovanna foi arrastada por Amora para ir buscar a moto da morena e depois irem almoçar. - Eu sei que se eu te trouxesse aqui para buscar seu bebê, você ia se animar. -disse Amora caminhando com Giovanna até a oficina que ficava próxima a base. - Obrigada, amiga, mas acho que nada vai me animar até eu achar meu infiltrado. - Aí, calma, Gio, eu sei que vamos achar, eu tô te ajudando entre um grampo e outro mas você sabe que é difícil encontrar alguém do perfil que você quer. Toda vez que caço no sistema aparece apenas uma pessoa na minha cabeça. - Quem? - Não vou falar. - Amora, qualé, eu tô quase perdendo todos os cabelos com essa busca e você escondendo alguém que cabe no que eu quero, pode me contar. Amora respira fundo e responde: - A pessoa que eu acho no sistema que cabe direitinho no perfil que você quer é você, amiga. Giovanna sente em sua cabeça um alívio. Com a dica de Amora, ela tem uma ideia. Já que não havia encontrado ninguém para tal missão, ela só tinha uma opção para não perder algo que queria tanto: infiltrar-se ela mesma na missão. - É isso, Amora. Só tem uma pessoa que cabe no que eu quero e essa pessoa sou eu. Eu vou me infiltrar na favela. -respondeu, sorrindo no final.
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