AURORA
A noite corre tranquilamente para mim no casino, Dante, não deixa que eu me aproxime muito dos convidados dele, e explica-me, que estão mais para inimigos, mas que dentro da máfia, tem que ter a cordialidade, pois, nenhum deles estão faltando com o respeito a ninguém.
Esse Luigi intriga-me, ele me olha sem parar, sem desviar, e ele é muito bonito, quando foi jogar, a sua mesa se rodeou das mais bonitas mulheres, e em nenhum momento ele as olhou, so teve olhos para mim, eu fui cordial, como Dante me pediu, mas nada, além disso.
Coloquei um salto, mais alto do que estou acostumada a usar, e os meus pés, e minhas costas, não aguentam mais, vou para o outro lado do casino, la tem um bar mais tranquilo, sento em uma das mesas, que já estão todas vazias, as cadeiras são muito confortáveis, toca uma música de fundo, e as únicas luzes acesas são as luminarias das mesas, o barman, já me conhece, e traz um vinho magnifico, que eu amo, então tiro uma das minhas sandálias, e massageio o meu pé, enquanto degusto a bebida.
Estou totalmente distraída, escoro-me na poltrona, jogando a minha cabeça para trás, sinto alguém sentar ao meu lado, pede um copo e uma garrafa e whisky, ajeito-me na poltrona, tirando o meu pé que estava esticado na outra poltrona, então vejo, Luigi, sentado elegantemente, me olhando, com os mesmos olhos da noite toda, indecifrável.
Chega a sua bebida, ele se serve, e vira a primeira dose, sorrio, ele também sorri:
- Vocês, homens, são tão previsíveis, querem mostrar poder, o tempo inteiro, até enquanto bebem.
- Serio? Já você, é indecifrável, até agora não consegui te decifrar.
- Já fui muito óbvia, e não deu certo.
Faço uma careta, quando mexo os meus pés, ele olha para baixo, sem perguntar, se abaixa e puxa o meu pé, delicadamente, eu ate tento impedir, ele não deixar, e pega.
- Obrigada, mas não precisa…
Ele os massageia, me causando um pouco de conforto, automaticamente relaxo na cadeira, jogando a cabeça, solto os meus cabelos, e os jogo para trás, caio em mim, e o olho assustada, ele sorri, um pouco alto agora, vejo que muralha segue ali, nos olhando sem piscar:
- Sou bom nisso, e não era óbvio.
- Realmente, é bom, sim, desculpa, por um segundo esqueci que estava no trabalho, preciso voltar.
Ele me pede a sandália, eu dou-lhe, que a veste em mim, antes de eu poder levantar ele emenda:
- Termina, essa dose comigo, não deixa de ser um trabalho, distrair os convidados não é?
- Termino, por que amo esse vinho, e não, não é meu trabalho, te distrair, sou uma gerente, não uma p**a.
Muralha engasga querendo rir, ele fica sem graça, e se desculpa, engasgando, mafiosos, não costumam se desculpar:
- Desculpa, a intenção não foi essa, te ofender, vejo o quanto é valiosa para Dante, só queria um pouco mais da sua atenção.
- Pedindo assim, eu fico mais um pouco.
Pego a taça, mato a minha bebida, ele ri, eu sorrio e sirvo-me mais, ele olha no fundo dos meus olhos, o mesmo olhar confuso, de algum tempo atrás, ele coloca uma das mãos fechadas na boca, a suas mãos são cheias de tatuagens, franze as sobrancelhas e tenta decifrar o que sente:
- Chegando mais perto, te olhando assim, você me confunde, parece ser uma mulher, nas atitudes, e fala firme, mas tem o ar de menina, cheira inocência, mas num corpo deslumbrante, seus olhos, são totalmente puros.
- Já nos conhecemos? Não me lembro.
- Não, mas não costumo-me enganar, quanto a interpretar uma pessoa.
Acho interessante o rumo que entramos na conversa, ele é educado, e inteligente, bebo mais uma dose, e ele também, ambos num gole, já bebemos quase toda a garrafa, sorrio, cruzo as pernas, e ele continua:
- Resistente, bebe bastante, com essa cara de menina.
- Aprendi, então, vamos la, continue, me decifrar, fiquei intrigada.
Ele inclina-se, e eu também, ficamos, cara a cara, debruçados na mesa, ele tem o mesmo hálito de Tony, bebida, charuto, menta, olha-me, com os olhos apertados, pega as minhas mãos, eu solto um sorriso, e falo novamente:
- Você lê mãos também?
- Faço muitas coisas, você já trabalhou pesado, no campo?
- Essa é fácil…
Ele toca na minha canela e sobe com a ponta dos dedos até o meu joelho, me causando um arrepio, e eletricidade, e continua:
- Nunca foi tocada, por homens, esta magoada, da para ver que quando sorri, sente culpa e vontade de chorar junto.
Puxo a minha mão, e incontrolavelmente, uma lágrima escorre, e também a limpo rapidamente, ia fugir, ele segura-me, sentada, com as mãos, nos braços da poltrona, e fala:
- Ei, calma, não falamos mais disso, fica mais um pouco.
- Na verdade, preciso ir, aqui é meu trabalho, já descansei bastante, e bebi demais.
Muralha se aproxima, ele me solta, ajeita o seu terno e fala:
- Tudo bem, adorei a sua belíssima companhia, Ísis, gostaria de conhecê-la melhor, quem sabe outra hora, fora daqui?
Ele fala, enquanto pega a minha mão novamente e a beija, eu respondo automaticamente sorrindo levemente:
- Porque não.
- Me passa o seu telefone, ou endereço?
Debruço-me novamente antes de levantar e falo baixo, o fazendo rir:
- Sei que vocês, mafiosos, poderosos, descobrem tudo.
Saio, e o deixo la bebendo sozinho, dou de cara com Anne, curiosíssima, conto por cima e já falo:
- Fica tranquila, já disse amiga, máfia eu to fora, ele é muito agradável, lindo e sedutor, impossível escapar, mas...
- Dante não vai gostar…
- Anne, ele não precisa saber, o que houve realmente, foi só um drink, finge que nada aconteceu, e também, fora daqui não nos veremos mais, não é.
- Ta certo, pode descasar eu termino por aqui.
- Obrigada amiga, tô exausta.
Vou para meu quarto, respondo Romeo, entro num belíssimo banho na minha banheira, bebi bastante, estou um pouco alterada, inevitavelmente, durante o banho lembro de Tony, e de estar nos braços dele, colados de suor, e dos seus toques e beijos, lembro dele, beijando a minha v****a, e inevitavelmente toco-me, pela primeira vez, e tenho um o*****o, ali, dentro da banheira, comigo mesma, saio-me sentindo estranhamente bem, ando-me libertando da menina que eu era.
Experimentando, situações e emoções, sem regras, sem ordens, sendo normal, e livre, mesmo ainda apaixonada por Tony, essa experiencia, novo país, novos amigos, casa, emprego, tem sido maravilhoso e transformador.
Dante, não demonstrou ser amigo de Luigi, mas eu gostei dele, ele tem um mistério, uma sedução inevitável, fala calmo e manso, e, ao mesmo tempo, firme, sem perder a pose, sempre olhando nos olhos, nos deixando sem graça, Tony é o oposto, explosivo, ama demais, defende com corpo e alma, consome a gente, a ponto de fazermos o que ele quer.
Então acordo, com o meu celular vibrando, muitas mensagens chegando, num número desconhecido, o meu subconsciente já imagina Tony, abro aceleradamente, mas é Luigi, sinto, um misto de decepcção, e ansiedade.
“ Bom Dia Ísis, te achei”
“ Levanta e olha na janela”
“ Se arruma, e vem, estou te esperando”
Corro olhar, ele está do outro lado da rua, vestido impecavelmente para passeio, informal, camisa larguinha, com alguns botões abertos, shorts, óculos escuros, por cima da camisa, da para ver o seu peito irresistivelmente definido, sem o terno da para ver as suas inúmeras tatuagens, nas pernas e braços, o seu cabelo é escuro, cortado bem baixo nas laterais, e comprido no meio, ele penteia-os, todo para trás, chegando até a parte de trás da nuca, bem liso, o deixando nesse momento com um ar mais cafajeste.
Olho por trás das cortinas, ele sorri abaixa os óculos, olha e rapidamente os levanta, entra no carro e manda outra mensagem:
“ Você esta irresistível nessa camisola, vou ter que escalar a janela?”
Então dessa vez respondo:
“ Não, to indo, Dante não pode saber, me espera na rua de trás”
“ Imaginei, por isso não toquei a campainha com flores, estou indo a onde pediu.”
Troco-me, rapidamente, amarro os cabelos, e saio correndo, antes Anne e Dante param-me, e fazem o interrogatório, digo que vou passear e eles têm, a minha localização, então, confiam em mim.