Pré-visualização gratuita Prólogo
No meio do mar do Norte uma tempestade furiosa , castiga um navio.
Na cabine de comando, de pé diante da grande janela panorâmica, estava Renato Guedes. CEO, magnata dos mares, herdeiro de uma dinastia de navegadores e contrabandistas. Mas, acima de tudo, um homem cuja presença exalava poder. Seu olhar fixo no horizonte não demonstrava medo. Ao contrário, parecia contemplar aquele mar selvagem como se fosse parte dele. Como se o próprio oceano o estivesse saudando, reconhecendo nele um de seus filhos.
Desde criança, Renato ouvira as histórias de seu bisavô, o homem que construíra a fortuna dos Guedes não apenas pelo comércio legítimo, mas também pela pirataria. O sangue pirata corria em suas veias. E, embora hoje fosse um CEO respeitado, dono de uma das maiores empresas marítimas do mundo, nunca havia se afastado completamente do submundo ilegal das rotas clandestinas. Esta era sua primeira expedição ao Mar do Norte, um chamado que ele sentia desde pequeno.
Mas agora alguém tentava arruinar sua jornada. E ele não perdoaria isso, alguém tinha sabotado o motor do seu precioso navio.
Seu maxilar se contraiu, e seus punhos cerraram-se lentamente. Quem ousaria sabotar seu navio? Quem seria o traidor? Ele estava furioso, mas não demonstrava. Seus olhos permaneceram gélidos, observando a tempestade como se nada mais importasse.
De repente, a porta da cabine se abriu bruscamente. Dois homens entraram, arrastando consigo uma garota. Jogaram-na no chão de madeira polida, e um deles falou, ofegante:
"Senhor, encontramos essa clandestina no porão. Achamos que ela sabotou o navio."
Renato desviou o olhar da janela e pousou-o sobre a garota caída. Ela tinha longos cabelos caracolados que escorriam úmidos sobre seus ombros. Sua pele n***a contrastava com a palidez dos marinheiros ali presentes. Mas o que mais chamou a atenção dele foram seus olhos. Olhos escuros, penetrantes, expressivos. Eram como abismos profundos, desafiadores, intensos. Pareciam falar sem emitir uma única palavra.
Ela não parecia ter mais do que quinze anos.
Renato deu um passo à frente e a encarou com frieza. Sua voz saiu como o aço cortante:
"Quem é você e como entrou aqui?"
A menina não respondeu. Apenas o encarou de volta, sem demonstrar medo. Havia algo na maneira como seus olhos o fitaram que o intrigou. Não era terror. Não era submissão. Era desafio. Como se ela quisesse testar até onde ele iria.
O CEO estreitou os olhos. Ele não gostava de enigmas. E muito menos de insolência.
"Vou perguntar uma vez mais", disse, sua voz baixa, mas carregada de ameaça. "Quem é você?"
Silêncio. Apenas o som do mar rugindo lá fora, das ondas arremetendo contra o navio, da tempestade castigando o mundo ao redor.
Renato observou a garota por mais alguns segundos. Então, sem piedade, decretou:
"Joguem-na ao mar."
Os dois homens hesitaram por um breve instante, trocando olhares. O mar estava enlouquecido lá fora. Jogá-la naquelas águas significava morte certa.
Mas Renato Guedes não era um homem a ser questionado.
"AGORA!" Sua voz trovejou sobre o som da tempestade.
Os homens agarraram a garota pelos braços. E sem mais hesitação, começaram a arrastá-la para a porta.
A tempestade do lado de fora bramia, aguardando sua nova vítima.