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1113 Palavras
Em algum lugar do oceano Atlantico… A noite descia sobre o navio com uma calma ilusória. As luzes do salão brilhavam intensamente, e o som do vento sussurrava lá fora, mas dentro, tudo parecia estar em harmonia. Nicole sentia a tensão aumentar à medida que o relógio avançava, mas ela tentava manter a aparência de que tudo estava bem. As outras garotas ainda conversavam, rindo de forma forçada, como se tentassem convencer a si mesmas de que estavam em um lugar seguro, prestes a alcançar seus sonhos. Mas Nicole não acreditava nisso. Algo estava errado. A cada minuto, ela sentia o peso da situação se arrastando sobre seus ombros, e seu estômago se revirava. Ela sabia que algo viria. A pergunta era: quando? Foi então que o som de passos pesados e rápidos ecoou pelos corredores do navio, interrompendo o murmúrio das conversas. Nicole se endireitou na cadeira, seus sentidos aguçados. O barulho estava se aproximando, como um presságio de algo r**m. E então, as portas do salão se abriram com um estrondo, como se o destino tivesse decidido revelar sua face sombria de uma vez por todas. Homens armados entraram, suas presenças imponentes transformando o ambiente em um pesadelo instantâneo. A luz refletia nas armas, deixando os rostos dos homens sombrios, como sombras de pesadelos encarnados. Eles eram altos, musculosos, e os rostos cobertos com balaclavas deixavam claro que nenhum deles estava ali para conversar. Os olhares eram frios, calculistas, e não havia nenhum vestígio de compaixão ou misericórdia. Nicole sentiu a respiração prender na garganta. O medo, esse medo primitivo e intenso, se espalhou dentro dela como uma doença. Suas mãos estavam geladas, e o som de seus batimentos cardíacos parecia ressoar em seus ouvidos. O pavor tomou conta das outras garotas também, mas de maneiras diferentes. Algumas ficaram paralisadas, outras começaram a chorar, outras tentaram se esconder. Mas todas estavam igualmente aterrorizadas. "Fiquem onde estão", gritou um dos homens, sua voz profunda e ameaçadora, enquanto ele fazia um sinal com a arma. "Nós não queremos mais problemas do que o necessário." Nicole olhou ao redor, tentando manter a calma, mas seus olhos se estreitaram quando ela viu que um dos homens estava começando a pegar as mochilas e bolsas das garotas. Eles estavam recolhendo todos os pertences delas, incluindo os passaportes e, mais importante, os telefones celulares. Não havia espaço para dúvidas agora. O que quer que estivesse acontecendo ali não tinha nada a ver com uma viagem de trabalho ou modelos. Nicole pensou em se levantar, em tentar alguma coisa, mas o pânico estava tomando conta de seu corpo. Ela estava congelada, incapaz de se mover. O homem que estava pegando suas coisas chegou perto dela, estendeu a mão e exigiu seu telefone. Nicole, com mãos trêmulas, entregou o celular, seu olhar preso no rosto impassível do homem. Ele não olhou para ela, apenas pegou o telefone e o jogou em uma cesta próxima, onde todos os outros dispositivos estavam sendo acumulados. O ar estava denso, pesado com o terror que se espalhava pelas meninas. Em meio ao caos, os gritos de pavor começaram. Algumas das garotas começaram a gritar, em uma mistura de desespero e confusão. "O que vocês querem de nós?!" gritou uma delas, sua voz estilhaçando o silêncio tenso. Outra garota chorava, sua respiração acelerada, sem conseguir controlar os soluços. Nicole sentiu a pressão crescente, o medo e o desespero se espalhando como uma onda ao redor dela. Foi nesse momento, em meio ao caos, que uma ideia atravessou a mente de Nicole como um raio. Talvez ela ainda pudesse sair dali. Talvez ainda houvesse uma chance de escapar. Ela olhou para a porta, viu a a******a. Sem pensar, se levantou, tentando passar rapidamente por entre as outras meninas e alcançar a saída. Ela precisava sair daquele salão, precisava correr para longe de tudo isso antes que fosse tarde demais. Mas no instante em que ela deu um passo em direção à porta, um dos seguranças a pegou pela cintura e a jogou de volta, sem piedade. O impacto foi forte o suficiente para fazer seu corpo se chocar com o chão. Nicole sentiu a dor, mas o medo foi maior. Ela se levantou rapidamente, os olhos ainda fixos na porta, mas sua mente estava em pânico. Ela não podia mais fazer nada. O jogo estava perdido. Foi então que o homem que as havia abordado na praia entrou no salão. Agora, ele não era mais aquele sujeito simpático, com um sorriso de fachada. Seus olhos estavam gelados, impiedosos, e a maneira como olhava para elas deixava claro que ele estava no controle, totalmente no controle. Ele andou até o centro da sala, onde as garotas estavam amontoadas, paralisadas pelo medo, e as olhou com desprezo. "Olhem só, suas vadias", ele disse, a voz baixa e venenosa, fazendo cada palavra pesar no ar. "Agora estamos em águas internacionais. E sabem o que isso significa? Vocês são nossas. Pagarão por essa viagem, digamos, com prazer. Não façam nada e******o, ou morrerão aqui." As palavras dele ficaram suspensas no ar, como um veneno letal. Nicole sentiu o estômago revirar, mas tentou não mostrar o quanto estava aterrorizada. A ideia de que estavam ali, nas mãos daqueles homens, de que estavam presos em um pesadelo sem saída, a consumiu por completo. Elas não eram mais turistas, não eram mais modelos. Eram mercadoria, peças de um jogo c***l. O homem sorriu, mas o sorriso não chegou aos olhos. Ele virou as costas e saiu, deixando as garotas sozinhas no salão. O silêncio que se seguiu foi opressor. As outras começaram a chorar, algumas soluçavam, outras xingavam, tentando expressar a raiva que sentiam, mas Nicole não conseguia se mover. Ela ficou ali, parada, seus olhos fixos na porta. Ela sabia o que estava por vir, sabia o que as aguardava. Ela não permitiria que ninguém vendesse seu corpo. Não permitiria que aquilo fosse seu destino. Mas as palavras do homem ecoavam em sua mente. "Pagarão por essa viagem." O que isso significava? O que aconteceria com elas agora? Nicole olhou para as garotas ao seu redor. Algumas estavam completamente destruídas, perdidas no próprio desespero. Mas Nicole sentiu uma força silenciosa crescer dentro de si, uma determinação. Ela não ia aceitar aquilo. Ela não sabia como, mas ela ia encontrar uma maneira de sair, de lutar, de sobreviver. O tempo parecia parar enquanto ela observava as outras ao seu redor, sentindo o peso do que estava prestes a acontecer. Ela sabia que seria difícil, que a luta seria imensa, mas uma coisa ela tinha certeza: ela não ia deixar que a vida delas fosse decidida por aqueles homens. Ela não ia desistir.
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