A esfirra já tinha esfriado, o filme tava só de fundo, e a única coisa que eu sentia era o calor dos dois corpos ao meu redor. O sofá parecia pequeno demais. Ou talvez fosse só a tensão que ocupava espaço. Kauê tava do meu lado esquerdo, com o braço jogado por trás do encosto, a mão tocando de leve minha nuca. Nathan, no direito, apoiava o cotovelo no joelho, com o olhar fixo no nada, como se tivesse formulando uma pergunta difícil demais. Foi ele quem falou primeiro, com a voz baixa, quase rouca: — Cê acha que aguenta mesmo... nós dois? Eu virei o rosto pra ele. O olhar sério, pesado, tentando me medir, me entender. E então sorri. Devagar. — Eu perdi a virgindade com vocês dois. — falei, soltando como quem dá um tiro com mira certeira. — Depois daquilo, qualquer outra coisa é fichin

