Brasa Narrando - continuação.. Ela ficou ali do meu lado, dedo leve riscando meu maxilar como quem passa pano em vidro pra ver através. O quarto ainda quieto, cheiro de café preso na cortina, minha cabeça num lugar raro de sossego. Aí a Sol veio mansinha, sem empurrar, voz de quem pisa na beirada da laje com cuidado pra não soltar tijolo. — Se tu quiser… eu te ajudo a ler — ela soltou, quase um sopro, alisando meu rosto. — Sem pressa, sem exposição, só eu e tu. Meu corpo travou na hora. A cara mudou sozinha, nem deu tempo de maquiar. O peito fechou igual porta de cofre. Eu virei o olho pra ela, duro, e o “não” saiu antes da razão chegar. — Não. Ficou um silêncio grosso entre nós. Não era raiva dela; era raiva do espelho que essa frase puxa. Ela não recuou, também não insistiu. Só res

